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Sua foto do Instagram pode ter dado US$ 90 mil a um artista

Richard Prince, artista americano, vendeu fotos do Instagram de outras pessoas por 90 mil dólares sem que elas sequer soubessem disso

Exposição na Frieze Art Fair (Marco Scozzaro/Frieze)

Exposição na Frieze Art Fair (Marco Scozzaro/Frieze)

Victor Caputo

Victor Caputo

Publicado em 27 de maio de 2015 às 12h36.

São Paulo – Um artista americano está ganhando muito dinheiro com fotos que outras pessoas postaram no Instagram. Richard Prince, fotógrafo e pintor, fez uma exposição polêmica na Frieze Art Fair, uma feira de arte em Nova York.

O conteúdo exposto (e posteriormente vendido) pelo artista são imagens da rede social Instagram com pequenas mudanças. Com isso, Prince escancara as frágeis políticas de uso de imagens de redes sociais.

De acordo com relatos, boa parte das imagens é de mulheres em trajes e poses sensuais. Para não sofrer com problemas judiciais, tudo que Prince fez foi adicionar comentários extras nas imagens escolhidas por ele.

De acordo com o noticiário Vulture, cada uma das impressões de 1,8 metro de altura foi vendida por 90 mil dólares. A verba, é claro, vai para o artista e não é compartilhada com as pessoas que fotografaram ou publicaram o conteúdo no Instagram.


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Ele não pediu autorização e nem avisou às pessoas que estava usando as suas fotos. Na prática, ele pode ter imprimido uma foto sua, vendido por 90 mil dólares e você sequer ficou sabendo disso.

Uma postagem no Instagram mostra uma usuária que fotografou sua própria imagem em exibição na galeria. “Não, eu não dei permissão e sim, o controverso artista Richard Prince pendurou mesmo assim. Já foi vendida (por 90 mil dólares eu soube) durante a visita VIP”, escreveu a usuária “doedeere”.

O artista já havia causado polêmica com um trabalho anterior. Em 1977, ele pegou quatro fotos com homens olhando para o lado. Ele imprimiu as imagens e trocou o lugar de cada homem, fazendo com que eles ficassem com outro fundo.

Trinta anos depois, Prince foi processado por um fotógrafo por ter alterado algumas imagens e vendido como obra de arte, o que infringiria os direitos do fotógrafo. A corte deu a vitória na disputa a Prince, por entender que seu trabalho tinha envolvido “transformação” no conteúdo original.

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