Steve Jobs e a mulher, Laurene, após a última aparição em público dele, em junho dde 2011 (Lea Suzuki/Latinstock)
Da Redação
Publicado em 5 de outubro de 2012 às 11h14.
São Paulo - Com uma fortuna estimada em 8,3 bilhões de dólares, Steve Jobs morreu como o 42° homem mais rico dos Estados Unidos. Além das poses materiais, o californiano de 56 anos conquistou incontáveis prêmios, homenagens e escreveu seu nome na história ao popularizar a computação, a música digital e o uso de telefones inteligentes. O resultado dessa grande história é ainda mais impressionante pela origem humilde e a longa trajetória de erros e acertos ao longo de quatro décadas.
Nascido em 24 de fevereiro de 1955, em San Francisco, o menino fruto de uma união não-aprovada pelas famílias de seus pais, uma descendente de alemães e um imigrante sírio, foi adotado pelo casal Paul e Clara Jobs. Nos anos 50, o aborto era ilegal nos Estados Unidos e a sociedade reprimia uma mãe que criasse seu filho sem se casar. O casal Jobs superou sua dificuldade de ter filhos adotando Steve e, dois anos mais tarde, Patty.
Paul Jobs, o patriarca, teve um passado difícil como boa parte dos americanos que atravessaram a Grande Depressão Econômica nos anos 30. Para sobreviver, alistou-se nas Forças Armadas e foi trabalhar como mecânico da Marinha e, por isso, foi parar em São Francisco, na Costa Oeste dos Estados Unidos. Lá trabalhou como cobrador de dívidas, mecânico de automóveis, maquinista e conheceu Clara Hagopian, com quem se casaria em 1946.
A escolha da cidade banhada pelo Pacífico mais tarde se tornaria crucial para o futuro do menino Steve Paul Jobs, considerado uma criança hiperativa, curiosa e difícil de lidar durante as aulas. Ao mudar-se as cercanias de São Francisco, a família Jobs viu-se cercada por vizinhos que trabalhavam como engenheiros na Hewlett-Packard, uma empresa que começara numa garagem em Palo Alto e crescia em ritmo acelerado.
Steve, por volta dos dez anos, já tinha contato com máquinas desmontadas e um cl ima de faça-você-mesmo único no mundo.
Quando estudava em Cupertino, com 16 anos de idade, Steve começou a se interessar formalmente por eletrônica, fez amizade com uma série de meninos cujos pais trabalhavam como engenheiros em empresas de tecnologia. Um deles era Steve Wozniak, que tinha 21 anos e já havia obtido uma vaga na Universidade do Colorado. Woz era o bambambã da rua, com fama garantida por ter hackeado o computador do campus e ter construído seu próprio computador doméstico. Essa máquina, aliás, serviu como desculpa para um amigo em comum apresentar os dois jovens que mais tarde fundariam a Apple.
O embrião da empresa que inauguraria a era dos computadores pessoais nascia dessa amizade e da proximidade com a HP. Um dia, Steve Jobs pegou a lista telefônica e ligou para Bill Hewlett pedindo peças para construir um projeto experimental. O fundador da HP ficou tão impressionado com as ideias do garoto que, além de ceder as peças, ofereceu a Steve um estágio na sua empresa.
Woz e Steve, para infelicidade da HP, estavam mais interessados nas histórias dos primeiros hackers do Vale do Silício e se uniram pela primeira vez com o pouco nobre objetivo de construir uma máquina capaz de automatizar um truque que permitia fazer ligações internacionais sem pagar. A brincadeira combinava com a indisciplina de Woz e Steve na vida estudantil. Biografias não autorizadas dizem que no início dos anos 1970, Steve experimentou maconha e se encantou pelo uso terapêutico do LSD.
A pegada rebelde fez Jobs largar a faculdade e procurar um emprego onde pudesse usar seu talento. Mas isso não seria tão fácil, levando em conta a aparência daquele jovem hippie de 18 anos, com barba comprida e roupas coloridas. O visual era muito diferente do que a Atari buscava para uma vaga de engenheiro, mas, mesmo assim, o entrevistador percebeu algo diferenteem Jobs e o contratou. A aposta se mostrou acertada. Jobs ganhou prestígio na pioneira fabricante de games e, mesmo depois de abandonar o emprego para peregrinar como mendigo pela Índia, teve seu emprego de volta tão logo retornou aos Estados Unidos.
Ainda como funcionário da Atari, em 1975, Jobs tomou duas decisões importantes. A primeira foi seguir uma alimentação natural, baseada em frutas, e a outra foi lucrar com o nascente segmento da computação pessoal. A ideia junto do lançamento do kit Altair 8800, disponível para ser entregue na garagem de qualquer geek americano.
Não demorou muito para o Altair cair nas mãos de Wozniak e logo se transformar numa coisa melhor. A exemplo do que havia feito com o cartuchos da Atari para ajudar Jobs em tarefas que este não dominava, Woz conseguiu reduzir o uso de materiais nas placas do computador pessoal e tornar seu funcionamento mais elegante.
Percebendo o potencial da máquina que nascia ali, Steve Paul Jobs e Stephen Gary Wozniak assinaram o contrato que oficializava a criação da Apple Computer no dia 1º de abril de 1976. Cada sócio tinha 45% da empresa e Ron Wayne, colega de Jobs na Atari, ficaria com 10% em reconhecimento a sua ajuda na construção das máquinas. O nome foi inspirado pelos passeios bucólicos que Steve Jobs fazia ao lado de hippies por fazendas repletas de macieiras no Estado de Oregon.
Apesar de ser rapidamente reconhecida pela excelência de suas placas e computadores, a Apple era apenas o projeto pessoal de três jovens atrapalhados. Quando a primeira grande encomenda apareceu, não havia dinheiro para comprar as peças necessárias para a entrega do pedido e Jobs, tentando disfarçar seu visual hippie, precisou peregrinar pelos bancos de São Francisco para conseguir um empréstimo.
Como a história mostra, ele conseguiu o dinheiro e a Apple decolou, entregando 150 máquinas logo no primeiro ano de operação. Enquanto Woz quebrava a cabeça na parte técnica, Jobs mostrava uma curiosa dualidade. Na vida pessoal, zen budismo e meditação. Nos negócios, a busca incessante por materiais melhores a preços baixos e negociações duras. Espiritualidade e ganância coexistir? Negar uma proposta de 100 mil dólares pela Apple logo no primeiro ano de operação mostrou que sim.
Foi só em janeiro de 1977, porém, que a ambição do jovem Steve conseguiu dar um passo importante. Após descolar um financiamento de 91 mil dólares, com ajuda do investidor Mike Markkulaa, espécie de Sean Parker dos anos 70, a empresa saia da garagem e se transformava na ocupação principal de Jobs, até então na Atari, e Wozniak, funcionário da HP. Nascia a Apple Computer Company, berço das lendárias máquinas Apple I e Apple II, que em menos de dois anos transformaram Jobs em um milionário. Jovem e bem-sucedido, ele comprou uma Mercedez-Benz, uma moto BMW e uma casa em Los Gatos.
Mais uma vez Jobs mostrava um comportamento contraditório. Se por um lado, esbanjava sua fortuna, por outro, não reconhecia a paternidade de Lisa Nicole, filha de sua ex-namorada Chris-Ann Brennan. O caso foi parar na Justiça e o bem-sucedido empreendedor se negou a pagar a pensão mesmo após os testes terem comprovado sua paternidade. Mais tarde, Jobs mudaria de opinião e, além de assumir a filha, usaria seu nome para batizar o Apple Lisa.
A fortuna conquistada com os kits, placas e micros ainda era pouco. Principalmente depois de uma visita ao laboratório de testes da Xerox, o Palo Alto Research Center, ou PARC. Lá os embrionários projetos de uma interface gráfica e de um mouse mostraram que Jobs poderiam, sim, ir mais longe. Os cientistas da Xerox, uma empresa que, diga-se, investiu na Apple desde os primórdios, nem suspeitavam, mas Jobs correu para copiar as suas ideias e colocá-las no Lisa. Uma homenagem para sua filha recém-reconhecida ou pura ironia?
O sucesso do computador fácil de usar, que trocava o prompt por ícones, foi imediato e estrondoso. A Xerox perdeu a chance de escrever seu nome na história, mas não saiu com as mãos abanando. A Xerox investiu 1 milhão de dólares na até então pequena Apple e lucrou 30 vezes esse valor em 1980, quando a Apple abriu sua oferta pública de ações. Jobs também alcançou um novo status. Aos 25 anos, tinha 100 milhões de dólares na conta. A partir daí, a escalada de sucesso só acelerou. Em 1984, a Apple apresentou a linha Macintosh e criou a marca que até hoje é seu segundo nome.
Enquanto os dólares se acumulavam, internamente as coisas não iam nada bem. Jobs era considerado um príncipe mimado, que não ouvia conselhos e tinha por definição um comportamento extravagante. Seu temperamento era considerado uma reação para continuar a manter o controle sobre sua empresa, algo que já era impossível. Desde o começo da década de 80, Wozniak ficava cada vez mais distante, primeiro devido a um acidente aéreo, depois por tocar projetos pessoais ou querer se limitar à engenharia dos produtos.
Era o princípio do fim do primeiro ato de Jobs frente à Apple. Em 1983, com o objetivo de estruturar melhor suas operações, a empresa contratou John Sculley, até então um elogiado CEO da Pepsi. Escolha que, ao longo do tempo, mostrou-se equivocada. Os estilos de administração eram frontalmente opostos. O perfeccionismo de Jobs batia de frente com o pragmatismo de Sculley e de sua diretoria. Dois anos depois, o improvável aconteceu. Em decisão conjunta do conselho, Jobs foi demitido da empresa que fundou.
Ter sido expulso da Apple não diminuiu sua arrogância. Logo após a demissão, ele anunciou a criação da NeXT, uma fábrica de computadores super-poderosos que rodariam um sistema operacional próprio e teriam como público os estudantes e pesquisadores. Sem ninguém para segurar seu ímpeto obsessivo por perfeição, Jobs gastou 7 milhões de dólares sem lançar nenhum produto e quase quebrou a empresa logo no seu primeiro ano.
Em 1990, quando finalmente os primeiros aparelhos da NeXT apareceram, o fracasso se consolidou. Embora mostrassem claramente a assinatura de Jobs, com apuro estético e configurações acima da média, as workstations eram caras demais e encalharam. Até 1994, a NeXT nunca deu um dólar de lucro. E a aura de gênio de Steve Jobs era arranhada seriamente–mas não por muito tempo.
Em paralelo aos seus arroubos na NeXT, Jobs comprou, em 1986, uma empresa desconhecida que investia em computação gráfica. Os gastos de 10 milhões de dólares no The Graphics Group, de propriedade da Lucas Films, parecia apenas mais um capricho do menino rico que procurava novos brinquedos.
Esse investimento, relativamente pequeno para quem tinha uma fortuna pessoal de centenas de milhões, foi custoso nos primeiros dez anos, mas provou-se acertado quando, em 1995, o longa de animação Toy Story lucrou 361 milhões de dólares com recordes de bilheteria mundo afora. Nascia a Pixar e seus sucessos. Em menos de uma década, Jobs ajudou a transformar um bando de geeks dos gráficos poligonais em um estúdio que rivalizaria com a própria Disney até que a própria dona do Mickey Mouse fizesse um acordo de fusão, em 2006.
Voltando ao mundo dos computadores, a Apple dos anos 90 em nada lembrava os anos dourados de Woz e Jobs. Com o brutal sucesso da plataforma Windows e dos chips da Intel, os Macs encolheram no mercado e o algoz de Jobs, John Sculley, foi mandado embora em 1993. Os resultados do ex-CEO da Pepsi foram terríveis, pegando a Apple com 20% do mercado de PCs domésticos e entregando a empresa com apenas 8% de participação.
A situação da empresa começou a ficar dramática na segunda metade da década. O então CEO Gil Amelio se via às voltas com dívidas, vendas fracas e o assédio da Microsoft. Bill Gates, então no auge de seu poder, queria que as máquinas da Apple rodassem seu sistema e, em troca, fornecessem a expertise no desenho de interfaces gráficas. O acordo chegou a ser discutido, pois a empresa de fato precisava de uma renovação no seu software.
O que ninguém, até meados de 1996, tinha percebido era que a NeXT de Steve Jobs tinha um excelente time de desenvolvedores e um sistema maduro nas mãos –embora as máquinas caríssimas tivessem empacado no mercado, deixando a empresa à beira da falência. Foi aí que a Apple começou a negociar o retorno salvador de Jobs.
O acordo em si só foi oficializado em 2000, quando uma chuva de gritos e aplausos selou o anúncio da volta definitiva de Jobs como CEO da Apple no palco do Moscone Center, em São Francisco. Antes disso, entre 1997 e 1999, a fabricante de Macs comprou a NeXT, nomeou Jobs como dirigente interino e começou uma reformulação profunda na sua linha de produtos.
A primeira obra de Jobs em seu segundo ato foi a linha iMac, desktops coloridos que uniam em uma só peça o monitor e a CPU. Nesse mesmo período, Jobs usou seu prestígio para costurar um polêmico acordo com a Microsoft, que investiu 150 milhões na então combalida Apple.
Foi também com fé no poder da internet que nascia o segundo grande sucesso do novo Jobs, o iPod. Precisando de um hit, a Apple buscava oportunidades em novos segmentos e percebeu que os players de MP3 do começo da década de 2000 eram caros e ineficientes. Era preciso dar uma solução no melhor estilo Steve Jobs para aquilo e o começo desse caminho já havia sido trilhado na NeXT, onde engenheiros competentes programaram as bases do que viria a ser o iTunes. Faltava ainda um gênio capaz de transformar a ideia de um player matador em algo palpável e ao mesmo tempo bonito, missão que sobrou para Jonathan Ive.
O designer inglês, que no começo da carreira desenhou louças sanitárias, estava na Apple desde 1992, mas só teve seu valor reconhecido no retorno de Jobs. Em 1997, Ive já ocupava o cargo de vice-presidente de design industrial da Apple e, a partir daí, foi o grande responsável pela aparência dos Macs dos anos 2000. O iPod, então, foi mais uma das missões bem-executadas por Ive e pelo exército pessoal de programadores de Jobs.
O sucesso estrondoso do primeiro iPod rendeu mais do que vendas espantosas, gerou uma nova aura para a Apple e mais moral para Jobs que, em 2003, adicionou seu toque de gênio ao imaginar que a bem-sucedida estrutura das Apple Stores físicas podia ser repetida na internet. Nascia a iTunes Store e a Apple passava a ocupar todos os espaços da experiência de consumo de música, da venda do aparelho na Apple Store até a compra e transferência das músicas pelo iTunes. O estilo perfeccionista de Jobs encontrava sua fórmula moderna e fechada que sempre foi alvo de algumas críticas e muitos elogios.
Com a Apple nos eixos novamente graças à família iPod e a Pixar dando resultados astronômicos, a vida de Steve Jobs parecia perfeita demais em 2004. Naquela altura, além do sucesso nos negócios, o empreendedor levava uma vida regrada com muita meditação e sem carne vermelha. Sua família estava constituída, com um casamento estável com Laurene Powell Jobs que já durava 13 anos e tinha lhe dado duas filhas e um filho.
Tudo parecia perfeito, até que o diagnóstico de um câncer no pâncreas começasse a mudar a trajetória de um homem que, aos 49 anos, já havia realizado feitos que garantiriam seu nome na história. O anúncio da doença foi feito por e-mail pelo próprio Jobs para seus funcionários. Na mensagem, ele afirmava que já havia removido um tumor de um tipo raro de câncer, o neuroendócrino, e que não necessitaria de quimioterapia. Sua expectativa era de voltar ao trabalho dentro de um mês e, durante sua licença, Tim Cook seria o responsável por tocar o barco.
De fato, a previsão de Jobs se confirmou e logo ele voltou a trabalhar em Cupertino. O período entre 2004 e 2006 foi auspicioso para o gênio. Além de sucessos cada vez mais lucrativos lançados pela Pixar, a Apple conseguiu ampliar a família de iPods e passou a usar processadores da Intel nos Macs, uma estratégia que desagradou fãs mais antigos, mas garantiu maior competitividade para os computadores da Apple.
Em 2007, Jobs triunfara novamente e atingiria um novo ápice ao lançar o iPhone. O aparelho esgotou nas lojas e deixou os rivais malucos. Era toda a cultura de sofisticação da Apple dentro de um novo aparelho. A lição do iPod, de explorar novos segmentos foi seguida a risca e, de novo, os elogios nas capas das revistas contrastavam com dificuldades pessoais. Sua perda de peso era evidente e sua saúde era frágil, embora o assunto fosse considerado um tabu e ninguém tivesse confirmações oficiais sobre o real estado de sua doença.
Em 2009, a situação se agravou e Jobs foi submetido a um transplante de fígado na tentativa de impedir a proliferação da doença. Demonstrando força e bom humor, Jobs voltou à Apple depois de uma licença de quase seis meses e fez troça dos boatos de que teria morrido em sua primeira aparição pública, quando mostrou no telão a sua pressão arterial e a frase “os boatos sobre a minha morte foram enormemente exagerados”.
O lançamento do iPad, em 2010, foi o último grande ato de Jobs no palco de uma MacWorld. A essa altura, o evento já havia se tornado um culto pop. A escalada de lançamentos históricos com o iPod, o iPhone e o iPad elevaram as expectativas para cada nova aparição de Jobs, mas a preocupação com sua saúde tornava um mistério tanto as novas maravilhas tecnológicas que ele apresentaria com seu estilo único quanto seu estado físico.
A defesa do projeto da nova –e espetacular--sede da Apple no órgão equivalente à Câmara Municipal de Cupertino, a autorização para uma biografia oficial e até mesmo uma reaproximação com amigos antigos, como Wozniak, eram indícios de que as coisas realmente se encaminhavam para um fim.
Essas dúvidas se dissiparam em junho deste ano, quando mais uma vez no palco do Moscone Centrer, em São Francisco, uma versão assustadoramente magra de Steve Jobs dividiu o palco com outros executivos da Apple. A aparição chocou os 5 200 espectadores e foi muito mais comentada que os próprios lançamentos do novo Mac OS X e do serviço iCloud. Nunca a malha preta de gola alta, os jeans Levi's 501 e os tênis cinza New Balance 991 pareceram envolver um corpo tão frágil.
Setenta e oito dias depois, Jobs despedia- se da empresa que criou em um dia 24, data escolhida durante toda a sua vida para fazer anúncios importantes, como os lançamentos de produtos, os acordos da Disney com a Pixar e vários outros. As complicações do câncer que o debilitava havia sete anos não o deixaram esperar até o próximo dia 24 para descansar para sempre. Reunido entre seus familiares, Jobs faleceu em casa, no dia 5 de outubro. Foi o capítulo final de uma história que pode ser considerada inigualável pelos resultados obtidos ao longo de quatro décadas de ousadia ou simplesmente pelo modo como ela fez o mundo à nossa volta ficar mais simples, mais conectado e mais bonito.