Tecnologia

Somos uma solução contra a pirataria, diz diretor do Rdio

No Brasil desde 2011, serviço oferece a facilidade de ouvir músicas transmitidas pela internet


	Música: "temos a missão de educar os clientes contra a pirataria e para isso oferecer um serviço de fácil acesso", disse o diretor do Rdio
 (Karl-Erik Bennion/stock.xchng)

Música: "temos a missão de educar os clientes contra a pirataria e para isso oferecer um serviço de fácil acesso", disse o diretor do Rdio (Karl-Erik Bennion/stock.xchng)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 5 de outubro de 2014 às 18h07.

São Paulo - Atualmente no Brasil, há diversas opções de serviços de streaming de música no smartphone.

Em 2011, entretanto, não havia muitas empresas oferecendo essa facilidade de ouvir músicas que são transmitidas por internet sem precisarem estar armazenadas no aparelho.

Naquele ano, o Rdio chegou ao Brasil e desde então pavimentou o caminho para os concorrentes no mercado nacional. INFO conversou com Bruno Vieira, diretor executivo da Rdio Brasil.

Leia a entrevista a seguir.

- Como o Rdio lida com a questão da pirataria de músicas?

Nós somos uma solução contra a pirataria. Ficamos mais de 10 anos sem ofertas de serviços de musicas digitais. As gravadoras tinham muito medo por falta de conhecimento sobre o modelo digital.

Os serviços eram muito limitados, ficavam em um local só. Isso não incentivava o consumo. Nessa época, as operadoras de telefonia ganhavam dinheiro vencendo ringtones.

As gravadoras queriam cobrar em dólar em vez do real, por isso o preço era muito alto, algo como 5 reais em uma musica.

Com isso tudo, era muito mais fácil consumir musica grátis que optar por pagar por musica.

Temos a missão de educar os clientes contra a pirataria e para isso oferecer um serviço de fácil acesso a musicas, permitindo a recomendação e a descoberta de novas músicas. As pessoas percebem que o serviço é muito barato. Cada vez mais gente adota o modelo.

- Que desafios o serviço encontrou na chegada ao Brasil? E como foi o processo de instalação?

O Rdio chegou no final de 2011, com parceria com a operadora Oi. Nessa época, eram 5 milhões de faixas disponíveis e agora já temos mais de 30 milhões de músicas.

Recentemente, fechamos parceria com o Grupo Bandeirantes para levar o streaming a uma nova classe da população, já que 50% dos usuários de internet brasileiros nunca tinha ouvido falar do streaming no smartphone (pesquisa da Opinion Box, de abril).

Por isso fizemos essa parceria usando todos os recursos de comunicação dessa rede. Quando chegamos ao Brasil, éramos um serviço somente de assinatura, com 14 dias gratuitos no mobile.

Neste ano, passamos a oferecer uma versão gratuita com propagandas. Há algumas semanas, lançamos nosso modelo gratuito de rádios com serviços de recomendação, rádios de gêneros diferentes.

Começamos ter muitas parcerias com marcas por conta do modelo de publicidade. As pessoas nunca deixaram de ouvir musica e nós apenas oferecemos uma nova forma.

Como são os acordos com gravadoras para disponibilizar músicas no serviço de streaming?

Temos acordos globais com estúdios para todos os países, bem como com grandes gravadoras, como Universal Music, Sony e Warner. Fazemos acordos locais e também com agregadores de conteúdo musical.

Há artistas que ainda resistem ao modelo de streaming? Por quê?

Sim, vale citar os Beatles. É a mesma questão enfrentada pela Apple, eles também não estavam no iTunes. O que acontece hoje ainda ocorre por uma mescla de tempo e conhecimento.

Mais cedo ou mais tarde, artistas como eles vão descobrir as vantagens e geração de receita no longo prazo.

Em quantos países o Rdio está disponível?

Temos presença em 60 países. Os nossos principais mercados são Estados Unidos, Canadá e Brasil, respectivamente. Estamos em praticamente toda a América Latina, no México, Europa, África do Sul, e, em breve, vamos para a Índia.

Quantas pessoas a empresa tem em sua equipe brasileira?

Atualmente, somos um time de 12 pessoas nos escritórios de São Paulo e Rio.

Qual recurso do Rdio você considera o mais interessante?

Pessoalmente, o lado social do app, você descobre musicas. Isso está no nosso DNA, também somos uma rede social. Você pode escolher as pessoas por afinidade musical, é como acontece no Instagram, você segue a pessoa cujos conteúdos você gosta.

Por outro lado, há também o visual do aplicativo e a usabilidade. Você pode criar a sua rádio pessoal.

Como você vê a competição com Spotify, Deezer e Google Play Music?

Toda concorrência tem um lado positivo. Ficamos algum tempo praticamente sozinhos aqui no Brasil, mas ficamos responsáveis pelo mercado. A chegada de competidores gera um movimento de mercado muito bom.

As pessoas começam a criar a cultura do serviço de streaming. Buscamos uma boa estratégia de comunicação e um serviço de qualidade.

Investimos no conteúdo e no desenvolvimento do serviço. O usuário final tem o direito de escolha, mas tem espaço para todo mundo. O importante agora é fazer a torta crescer porque a fatia dela será muito boa para todas as empresas de streaming.

Acompanhe tudo sobre:ArteCopyrightEntretenimentoEntrevistasIndústria da músicaInternetMúsicaServiçosServiços online

Mais de Tecnologia

Irã suspende bloqueio ao WhatsApp após 2 anos de restrições

Qualcomm vence disputa judicial contra Arm e poderá usar licenciamentos da Nuvia

China constrói 1.200 fábricas inteligentes avançadas e instala mais de 4 milhões de estações base 5G

Lilium, de aviões elétricos, encerra operações após falência e demissão de 1.000 funcionários