SMS: número de mulheres que se submeteram a testes de HIV aumentou quando as jovens receberam uma mensagem de texto por semana com informação sobre a infecção (Roslan Rahman/AFP)
Da Redação
Publicado em 24 de maio de 2016 às 22h56.
Toronto - Simples mensagens de texto aos telefones celulares de mulheres jovens podem ser uma poderosa ferramenta para lutar contra o HIV e as doenças sexualmente transmissíveis na África, segundo um estudo financiado pelo Canadá.
Um grupo de pesquisadores divulgou nesta terça-feira os resultados de um estudo realizado em uma zona rural do Quênia onde, durante seis meses, centenas de mulheres de entre 18 e 25 anos de idade receberam mensagens para recomendar o uso de métodos contraceptivos ou a realização de testes para detectar o HIV.
Segundo declarou à Agência Efe a médica Njambi Njugana, do Hospital Nacional Queniano e responsável pelo estudo, o número de mulheres que se submeteram a testes de HIV aumentou quando as jovens receberam uma mensagem de texto por semana com informação sobre a infecção.
O estudo foi realizado entre 600 jovens: apenas 300 delas receberam, com uma periodicidade semanal, as mensagens de texto.
Após seis meses, 67% das mulheres que receberam mensagens semanais tinham realizado os testes de HIV. Esse número se reduziu a 51% no grupo de controle.
A pesquisa também demonstrou que a recepção de mensagens de texto reduz a demora em realizar os testes.
As mensagens enviadas eram simples como "Sabia que nem todas as doenças sexualmente transmissíveis apresentam sintomas? Utilize preservativos para prevenir DSTs. Realize o teste de HIV".
A médica Njugana declarou que o estudo prova que o programa de mensagens de texto é um modo "barato para promover a saúde sexual e a identificação antecipada de indivíduos infectados com HIV".
O estudo foi realizado com uma ajuda de US$ 86 mil concedida pelo governo canadense através da organização Grand Challenges Canada (GCC).
A ministra de Desenvolvimento Internacional do Canadá, Marie-Claude Bibeau, declarou em comunicado que "mulheres e meninas são centrais em nossos esforços e necessitamos empoderá-las para que estejam no controle de sua própria saúde e seu próprio futuro".
Por sua parte, o executivo-chefe da GCC, o médico Peter Singer, afirmou que, sem informação sobre temas de saúde e sexualidade, "mulheres e meninas não podem planejar seu futuro ou sair por si mesmas da pobreza".
"Estes resultados oferecem um promissor exemplo de como o Canadá pode realizar mudanças importantes em desenvolvimento através de seu financiamento de inovações mundiais em saúde", acrescentou Singer.