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Smartphone sem carregador e fone de ouvido vai virar o novo normal?

Após retirada dos acessórios do iPhone 12, existem rumores de que a Samsung pode tirar os carregadores da caixa em um futuro próximo

Carregador: com a retirada do acessório da caixa da Apple, fica a dúvida se outras empresas devem fazer o mesmo (Getty/Getty Images)

Tamires Vitorio

Publicado em 22 de outubro de 2020 às 09h40.

Última atualização em 22 de outubro de 2020 às 11h21.

Na semana passada a Apple anunciou que as versões do iPhone 12 , mais novo smartphone da companhia, não viriam acompanhadas de carregadores ou fones de ouvido em suas caixas. Até mesmo modelos mais antigos de iPhone, como XR e 11, já estão sendo enviadas sem os  acessórios. Segundo a empresa, o objetivo da retirada é bastante simples: a redução de lixo eletrônico no mundo. A profissão mais valorizada na pandemia? Vire um "dev" com o curso de data science e Python da EXAME

Com a confirmação desse rumor em relação aos celulares, ficou a dúvida se isso não poderia acontecer também com outras fabricantes.

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É claro que, para alguns concorrentes, como a Samsung, a Xiaomi e a Motorola, o momento foi bastante oportuno para fazer piada com a decisão da Apple. Em publicações feitas no Twitter e no Instagram, as empresas enfatizaram a presença de carregadores em seus smartphones.

Apesar disso, existem boatos de que a sul-coreana Samsung também pode retirar alguns de seus acessórios da caixa de lançamentos do ano que vem --- incluindo o carregador --- com a justificativa de redução de custo para o consumidor.

A informação, dada inicialmente pelo site coreano ETNews , afirmou que "vários funcionários da empresa disseram que ela está discutindo com parceiros como remover os componentes dos novos smartphones". A determinação, de acordo com o site, foi dada porque, para a Samsung, já é imaginado que as pessoas tenham carregadores o suficiente depois de mais de 10 anos no mercado de celulares inteligentes.

O mesmo foi afirmado pela Apple, que acredita que seus clientes conseguiram fazer uma coleção de carregadores e fones da marca --- uma realidade que pode ser mais assertiva nos Estados Unidos, mas que muda no cenário brasileiro.

Segundo o site irlandês StatCounter , a Samsung é a fabricante de celulares com a maior participação no mercado global, de 30,6%. A Apple, em seguida, tem quase 25% de participação. Em quarto lugar está a Huawei, com 10,6% do mercado. A Xiaomi, em quinto, tem uma fatia de 9,47%.

Nos Estados Unidos, a Apple é líder disparada, sendo responsável por 59,7% dos smartphones no país. Mas no Brasil, o mercado é dominado pela Samsung (com 44,6%), seguido pela Motorola (21,6%) e somente depois pela Apple (14,3%).

De acordo com a empresa, há 2 bilhões de adaptadores disponíveis nas casas dos usuários, além de 700 milhões de fones de ouvido com entrada lightning (nome dado à entrada proprietária que a Apple inclui nos iPhones). A redução de espaço significaria caixas menores, mais iphones por containers, menos espaço tomado na logística. O impacto final, dados da empresa apontam, seria equivalente a menos 450.000 carros nas ruas todos os anos.

Mas, por aqui, a ideia da retirada dos acessórios pode não ser tão popular quanto em seu país de origem.

Os altos preços dos celulares da gigante americana podem ser um dos motivos para a baixa penetração no bolso dos brasileiros --- um celular de entrada com sistema operacional Android é relativamente mais barato que um iPhone. Enquanto um Samsung Galaxy A01 custa em média 700 reais, um iPhone 8 (lançado em 2017) ainda é vendido por algo entre 3.500 reais e 4.000 reais, uma diferença de quase 80%. A alta no dólar não ajuda nesse quesito e até mesmo modelos mais antigos ficaram mais caros com o lançamento do novo smartphone.

É fato também que os cabos comumente utilizados por fabricantes de smartphones Android também pode ser utilizado em uma quantidade maior de dispositivos --- como no Kindle, nos controles do Xbox One, entre outros que possuem a entrada MicroUSB --- enquanto as entradas da Apple não podem ser amplamente usadas da mesma forma. A empresa fundada por Steve Jobs adota o cabo do tipo USB-C desde 2019, mas modelos anteriores ainda não estão no novo padrão.

Na França a adoção de uma caixa de iPhone sem os dois acessórios não vai poder acontecer conforme o previsto. Isso porque, por lá, a legislação obriga que fabricantes incluam fones de ouvido em seus aparelhos. Os carregadores conseguem fugir --- não existe uma lei francesa que proíba a falta de um cabo e de um adaptador.

Além da Samsung, não existem (ainda) boatos de que outras companhias devem adotar a ideia da Apple, que foi ao mesmo tempo muito celebrada por alguns e duramente criticada por outros. A decisão pode ter assustado as demais empresas que querem tomar uma atitude parecida nos próximos anos, mas é claro que nada está gravado na pedra.

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