Tecnologia

Remédios para dormir e ações em queda livre: o aperto de Elon Musk

Nesta semana Musk deve se encontrar com a SEC, equivalente americana da CVM, para discutir as afirmações de que fecharia o capital da Tesla

Elon Musk: a semana começa difícil para o empresário, debaixo de uma entrevista pesada para o New York Times e investigação de sua empresa por reguladores (Kate Allen/Getty Images)

Elon Musk: a semana começa difícil para o empresário, debaixo de uma entrevista pesada para o New York Times e investigação de sua empresa por reguladores (Kate Allen/Getty Images)

EH

EXAME Hoje

Publicado em 20 de agosto de 2018 às 05h33.

Última atualização em 20 de agosto de 2018 às 07h46.

Elon Musk, o presidente da montadora Tesla e da companhia de exploração espacial SpaceX, deve ter uma nova semana difícil pela frente. Na última sexta-feira, ele viu as ações da Tesla caírem 8,9%, após a veiculação de uma entrevista para o jornal New York Times, em que Musk relata que “este ano tem sido o mais difícil e doloroso ano de toda a minha carreira. Foi excruciante”. Investidores reagiram mal à entrevista, em que Musk atestou sinais claros de cansaço e até afirmou o uso de remédios, como o indutor do sono Ambien, no Brasil vendido pelo nome comercial de Stilnox.

Nesta semana Musk deve se encontrar com a SEC, equivalente americana da Comissão de Valores Mobiliários, para discutir as afirmações de que fecharia o capital da Tesla, comprando ações por 420 dólares — um prêmio de 15% em relação ao valor da empresa na data do anúncio. O financiador do empreendimento seria o Fundo Soberano da Arábia Saudita. A notícia, anunciada pelo Twitter, causou furor no órgão regulador, que quer saber se não houve manipulação de mercado com o anúncio de Musk.

Os últimos acontecimentos são só um reflexo do ano que Musk relatou à imprensa. Nesse período, ele sofreu pressão de investidores para aumentar a produção na Tesla, chegou a dormir na companhia por dias, prometeu mais carros do que pode cumprir, brigou com analistas e jornalistas e até se meteu no resgate das crianças presas numa caverna na Tailândia — um evento que culminou com ele acusando um dos resgatadores de ser um pedófilo no Twitter. Segundo o próprio Musk, ele quase perdeu o casamento de seu irmão, Kimbal, e passou o próprio aniversário imerso no inferno produtivo do Model 3, o veículo hatch popular da Tesla.

Durante duas décadas, Musk foi tido como um dos mais ambiciosos empreendedores do Vale do Silício, ajudando a fundar e a conduzir diversas companhias de tecnologia influentes que mudaram a sociedade, como o PayPal. Mas os anos de trabalho, em especial o último, estão cobrando sua taxa. Musk afirmou que nos dias fora do trabalho é comum tomar remédios ou não dormir — algo que membros do conselho da Tesla afirmam ser responsável por tweets sem sentido tarde da noite. Há uma busca por segundo nome forte para a Tesla, um diretor de operações, que ajudaria Musk no trabalho e que deve ser anunciado nos próximos meses. Seja quem for, trabalho é o que não vai faltar.

 

Acompanhe tudo sobre:Elon MuskEstados brasileirosExame HojeSECSpaceXTesla

Mais de Tecnologia

Como o Google Maps ajudou a solucionar um crime

China avança em logística com o AR-500, helicóptero não tripulado

Apple promete investimento de US$ 1 bilhão para colocar fim à crise com Indonésia

Amazon é multada em quase R$ 1 mi por condições inseguras de trabalho nos EUA