Facebook na mira: "Estamos realizando uma investigação mais ampla sobre a maneira como as plataformas das mídias sociais foram utilizadas nas campanhas políticas", diz ICO (Dado Ruvic/Illustration/Reuters)
AFP
Publicado em 5 de abril de 2018 às 20h05.
Última atualização em 5 de abril de 2018 às 20h10.
O regulador britânico encarregado da proteção de dados (ICO) anunciou nesta quinta-feira (5) que está investigando 30 organizações, entre elas o Facebook, por utilizar a informação pessoal de usuários com fins políticos.
"No marco da minha investigação sobre a utilização de dados pessoais e de análise de dados em campanhas políticas, os partidos, as redes sociais e outros atores comerciais, o ICO realiza uma investigação de 30 organizações, entre elas o Facebook", indicou em um comunicado Elizabeth Denham, responsável pelo órgão regulador (Information Commissionner's Office).
O regulador já havia lançado em março uma investigação sobre a firma britânica de análise de dados e de comunicação estratégica Cambridge Analytica, acusada de ter obtido em 2014, através de um questionário psicológico respondido por mais de 300.000 pessoas, os dados de milhões de usuários.
Isso permitiu à empresa britânica criar uma base de dados antes de ser contratada para a campanha do atual presidente dos Estados Unidos Donald Trump em 2016.
O escândalo tomou nova dimensão nesta quarta-feira, quando a rede anunciou que os dados de 87 milhões de usuários - e não de 50 milhões como havia sido anunciado previamente - foram usados de maneira indevida pela Cambridge Analytica.
O Facebook garante que ignorava que os dados recuperados por Cambridge Analytica seriam utilizados com fins políticos.
"O ICO examina como foram obtidos os dados por uma aplicação de terceiros no Facebook e compartilhada com a Cambridge Analytica. Também estamos realizando uma investigação mais ampla sobre a maneira como as plataformas das mídias sociais foram utilizadas nas campanhas políticas", explicou Denham.
Ele acrescentou que o Facebook está colaborando na investigação. No entanto, "é muito cedo para dizer se estiveram suficientemente apegados à lei", advertiu.
Sem descartar que a investigação conclua com ações coercitivas, também indicou que faria "recomendações de regulação".