Aquecimento Global (David McNew/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 8 de dezembro de 2014 às 08h32.
Metade dos quase 8 bilhões de dólares (cerca de 20,7 bilhões de reais) cedidos para combater o aquecimento global no mundo em desenvolvimento foram destinados para apenas dez países, prejudicando nações em maior risco, aponta relatório do Instituto de Desenvolvimento no Exterior, um think tank (instituição que produz conhecimento estratégico) britânico.
Marrocos, México e Brasil foram os países que mais recursos receberam desde 2003 - mais de 500 milhões de dólares cada (1,3 bilhão de reais), de um total de 7,6 bilhões de dólares (19,67 bilhões de reais), de acordo com a análise de gastos na última década em 135 países.
O relatório foi divulgado antes da última semana de negociações das Nações Unidas, em Lima, Peru, para conseguir as bases de um acordo para reduzir o aquecimento global. A 20ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (COP-20) começou na segunda-feira (1º) e vai até 12 de dezembro.
"O México e o Brasil estão entre os dez maiores emissores de gases de efeito estufa e, com Marrocos, têm enorme potencial nas energias renováveis", indica o relatório.
No entanto, em relação ao apoio financeiro, muitos dos países mais pobres ficaram para trás. "Estados frágeis e afetados por conflitos, como a Costa do Marfim e o Sudão do Sul, onde é normalmente difícil gastar financiamento, receberam menos de 350 mil dólares (905 mil reais) e 700 mil de dólares (1,8 bilhão de reais), respectivamente", informou o instituto.
"Muitos países de rendimento médio que são vulneráveis aos impactos das alterações climáticas e têm um potencial significativo para energias limpas, como a Namíbia, El Salvador e Guatemala, também receberam menos de 5 milhões de dólares (12,9 milhões de reais) cada", apontaram os especialistas.