Preços de chips disparam como efeito do desastre no Japão
Dezenas de empresas estão mantendo suas fábricas fechadas no local dos tremores, com problemas de transporte e de energia que levarão meses para serem sanados
Da Redação
Publicado em 15 de março de 2011 às 13h32.
Seul - Os preços de componentes tecnológicos importantes continuavam avançando nesta terça-feira, enquanto os danos causados pelo devastador terremoto e tsunami japonês da última sexta-feira ameaçavam prejudicar as cadeias mundiais de produção industrial por prazo mais longo do que muitos observadores imaginavam.
Dezenas de empresas japonesas, de fabricantes de componentes a grupos de eletrônica e montadoras de automóveis, estão mantendo suas fábricas fechadas, e os danos à infraestrutura, incluindo estradas, redes de energia, ferrovias e portos, demorarão meses a ser reparados.
A perspectiva de perturbações mundiais nos suprimentos levaram empresas de todo o mundo a uma corrida por fontes alternativas de componentes de alta tecnologia, um setor em que o Japão continua a ser um dos protagonistas dominantes.
O grupo de pesquisa IHS iSuppli afirmou que o terremoto e suas consequências podem resultar em escassez significativa de certos componentes eletrônicos e causar fortes aumentos de preços.
"Embora haja pouca informação de danos efetivos nas linhas de produção de eletrônicos, o impacto sobre os transportes e a infraestrutura resultará em perturbações no suprimento, resultando em escassez e alta de preços", afirmou a iSuppli.
"Os componentes afetados incluirão chips de memória flash NAND, DRAM, componentes lógicos padronizados, painéis de cristal líquido (LCD) e componentes e outros materiais para LCDs", afirmou a empresa.
Os preços de chips de memória flash NAND no mercado à vista continuaram em alta nesta terça-feira, subindo em quase 3 por cento após a alta de 20 por cento na véspera, enquanto os preços dos chips de memória DRAM subiram mais 0,2 por cento depois dos 7 por cento da segunda-feira, de acordo com a DRAMeXchange, que acompanha os negócios nesses mercados.
O Japão responde por um quinto da produção mundial de semicondutores, o que inclui 40 por cento dos chips de memória flash usados em todo tipo de aparelho, de celulares inteligentes a tablets e computadores.
Mesmo que os embarques de componentes sejam afetados pelo terremoto por apenas duas semanas, a escassez e seu impacto sobre os preços devem perdurar até o terceiro trimestre, segundo a iSuppli.