Positivo: fabricante paranaense de produtos eletrônicos lançou três kits de dispositivos de Internet das Coisas (Positivo/Divulgação)
Rodrigo Loureiro
Publicado em 25 de julho de 2019 às 19h49.
Última atualização em 25 de julho de 2019 às 22h16.
São Paulo – Em 2019, a Positivo Tecnologia completa três décadas de existência. E quase como forma de comemorar a data, a companhia, que nos últimos anos vem diversificando seu portfólio para se tornar uma empresa de tecnologia e não apenas uma fabricante equipamentos de informática, anunciou que está investindo em Internet das Coisas. Os primeiros produtos já estão disponíveis no varejo.
O anúncio foi feito na quinta-feira (25), durante um evento em São Paulo. Na ocasião, a empresa paranaense exibiu aparelhos como tomadas e lâmpadas inteligentes que podem ser ligadas por comandos via smartphone, controles universais com conexão Wi-Fi e infravermelho e até câmeras de segurança, sensores e alarmes que transformam o aparelho celular em uma espécie de central de vigilância. Outros dispositivos estão em desenvolvimento.
Os gadgets podem ser adquiridos separadamente, mas o objetivo da companhia é comercializá-los em três kits diferentes, sendo dois voltados para automação residencial e um contendo apenas os dispositivos de segurança. “O consumidor não quer apenas um produto inteligente, mas uma solução para sua casa”, diz Hélio Rotenberg, presidente e fundador da Positivo, em entrevista exclusiva à EXAME.
A estratégia adotada pela fabricante brasileira para se diferenciar de outros concorrentes se baseia em dois fatores. O primeiro é o preço. Enquanto os dispositivos partem de R$ 99, com as lâmpadas conectadas, os kits são vendidos por valores entre R$ 349 até R$ 499. “Queremos atender a classe média com inovação e preço certo”, afirma o executivo.
O segundo fator é a própria variedade de oferta. Com produtos mais simples e que são fabricados pela própria empresa, a Positivo não vai ter de bater de frente com gigantes do setor como Samsung e LG, que comercializam desde televisões até aparelhos de ar-condicionado, geladeiras e máquinas de lavar conectadas à internet.
Os gadgets são controlados pelo aplicativo Positivo Casa Inteligente. O programa permite o manejo dos dispositivos por comandos de voz pela plataforma Google Assistente.
Nesse caso, a ideia é combinar esforços. “Não precisamos fazer uma cafeteira inteligente, por exemplo. Basta uma tomada que possa ser conectada à internet para que o usuário decida, de qualquer lugar, quando deseja ligá-la”, diz Rotenberg.
Outro diferencial é que a instalação é feita de forma relativamente simples, bastando posicionar os aparelhos no local desejado da residência. Basta apenas configurar o dispositivo de acordo com a conexão sem fio, como é feito com um celular, uma televisão e um notebook, por exemplo.
A previsão é que a briga inicial seja contra a Intelbras, fabricante que já trabalha com Internet das Coisas no campo da segurança, e também a Philips, fabricante holandesa que ganhou destaque no setor nos últimos anos com suas lâmpadas inteligentes.
De acordo com dados da consultoria IDC, o segmento de Internet das Coisas deve movimentar US$ 745 bilhões em todo planeta em 2019. Para o ano que vem, a previsão é de que a cifra ultrapasse 1 trilhão de dólares.
Uma das maiores fabricantes brasileiras de produtos eletrônicos, a Positivo estava avaliada na quinta-feira (25) em R$ 217 milhões e abriu o pregão do mesmo dia com ações unitárias negociadas a R$ 2,53. A companhia responde por um a cada seis computadores vendidos no país e trabalha também no setor de smartphones, de acessórios como carregadores e powerbanks (baterias portáteis para recarregar eletrônicos).