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Perfil no Twitter expõe defensores da supremacia branca

O perfil "Yes, you are racist" (Sim, você é racista), criado 2012, está sendo usado para dar visibilidades a mensagens intolerantes e manifestações racistas

EUA: vários manifestantes fascistas carregavam a bandeira dos Confederados (Joshua Roberts/Reuters)

EUA: vários manifestantes fascistas carregavam a bandeira dos Confederados (Joshua Roberts/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 14 de agosto de 2017 às 15h42.

Última atualização em 14 de agosto de 2017 às 15h43.

Dois dias após os protestos em Charlottesville, liderados pelo grupo União da Direita - de inspiração ultranacionalista, e inclinação racista e nazista - internautas contrários ao movimento se mobilizam na internet para expor perfis de pessoas que participaram das marchas na sexta (11) e no sábado (12).

Um perfil criado no Twitter com o nome Yes, you are racist, (sim, você é racista) criado em 2012 está sendo usado para dar visibilidades a mensagens intolerantes e manifestações racistas.

O objetivo é identificar pessoas que participaram dos protestos e simpatizantes da supremacia racial branca.

Durante as manifestações, um motorista identificado como James Fields, de 20 anos, atropelou diversos ativistas antirracismo que marchavam para marcar posição contra a União da Direita.

A ativista Heatlher Heyer, de 32 anos, morreu e dezenove pessoas ficaram feridas.

Onda crescente

A imprensa e analistas norte-americanos avaliam que os protestos em Charlottesville, no estado da Virgínia, expuseram a força que a extrema direita norte-americana ganhou nos nos últimos meses.

Os confrontos entre os integrantes do União da Direita, que convocou os protestos, e os grupos antifascistas revelaram um alto grau de intolerância e violência.

Como símbolo, vários manifestantes fascistas carregavam a bandeira dos Confederados, usada no século 19 por estados do Sul do país queriam se separar do Norte por discordar da abolição da escravatura.

Além disso, também foram usadas tochas em referência à Ku Klux Klan, entidade banida nos EUA que lutou contra o movimento de direitos civis liderado por Martin Luther King Jr nos anos 1970.

Em oposição à extrema direita, estão os grupos liberais antissexistas, pró-imigrantes e integrantes do Black Lives Matter (Vida dos negros têm valor) conhecido pelas marchas em defesa da vida de negros.

Jornalistas e pessoas que acompanharam a marcha relataram a dificuldade da polícia local de coibir a violência verbal e física usada durante a marcha. A preocupação no país é com o crescimento da extrema direita.

Discurso

A imprensa e sociedade civil organizada cobram de Donald Trump uma posição mais rígida para condenar a ascensão de grupos extremistas.

O discurso do presidente norte-americano no sábado, após os confrontos, foi considerado insuficiente. Trump disse que a "América grande novamente, deve ser para todos, e que não há lugar para o ódio".

Analistas, no entanto, criticaram o fato de Trump não ter sido mais específico, condenando diretamente o uso de elementos do Ku Klux Klan e o nazismo.

Após a cobrança, a Casa Branca afirmou ontem que Trump estava se referindo à Supremacia Racial Branca quando disse que não há lugar para o ódio no país.

O general H.R. McMaster, conselheiro de segurança do governo, também disse no domingo que o conflito de sábado em Charlottesville foi um "ato de terrorismo".

Trump, no entanto, é acusado por críticos democratas e pela imprensa de ter dado espaço ao crescimento da extrema direita porque, desde a campanha, ele vem adotando um tom nacionalista, contra imigrantes latinos e muçulmanos.

O discurso mais contundente contra o acontecimento foi o do governador da Virgínia, Terry McAuliffe que foi amplamente repercutido em redes sociais e na TV americana, mais que o do próprio Trump.

McAuliffe disse que conversou com o presidente por telefone após os confrontos e pediu ações para frear o discurso de ódio e em favor da unificação do país.

Ele disse que nazistas e ultra racistas podem voltar para casa. "Não há lugar para vocês nos Estados Unidos. Nós trabalhamos para unificar o país e somos uma nação de imigrantes", disse.

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