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Para evitar espionagem dos EUA, Brasil e UE terão cabo submarino de comunicação próprio

Ideia é fugir do monitoramento norte-americano evitando usar a rede de cabos que passa pelos EUA; projeto custará em torno de 185 milhões de dólares

espionagem (Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 25 de fevereiro de 2014 às 09h02.

O governo brasileiro e a União Europeia deverão contar, em breve, com um cabo de comunicação submarino ligando Lisboa a Fortaleza, visando fugir ao máximo da espionagem norte-americana. As informações vêm da agência de notícias Reuters, que afirma que um acordo foi assinado por ambas as partes nesta segunda-feira, durante um congresso em Bruxelas, na Bélgica.

O projeto todo tem custo previsto de 185 milhões de dólares, e, de acordo com a agência, será “central para garantir a neutralidade da internet” e impedir o monitoramento feito pela agência de segurança norte-americana. “Temos que respeitar a privacidade, os direitos humanos e a soberania das nações”, discursou a presidente Dilma Rousseff na conferência. “Nós não queremos negócios sendo espionados.”

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Segundo a Reuters, os cabos submarinos norte-americanos são a base de quase toda a comunicação brasileira com a Europa. É por eles que trafegam dados dos mais diversos, já que o único existente entre o Brasil e o velho continente está velho e “só é usado para transmissão de voz”. Ou seja, além de proteger as informações dos olhos norte-americanos, o cabeamento deve substituir outro obsoleto.

Histórico – A presidente Dilma Rousseff e líderes europeus, como a chanceler da Alemanha Angela Merkel, foram vítimas da espionagem dos EUA, que garantiu que não monitora mais as ligações e outras formas de comunicação utilizadas pelos governantes aliados. A confiança, no entanto, acabou ferida, e o acordo entre Brasil e UE comprova essa tese.

Aliás, além desse novo projeto, a Europa também parece ter planos de construir uma rede de comunicação própria, para evitar mais ainda a intrusão norte-americana. E mesmo a troca de informações com os Estados Unidos está ameaçada, já que a UE só deve mantê-la caso o governo americano garanta que os dados dos cidadãos europeus estarão protegidos.

* Com informações da agência Reuters

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