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Wall Street vê legado de Bitcoin como sistema de pagamento

O Citigroup disse que o Bitcoin pode beneficiar a sociedade se facilitar as transações, mas não como moeda


	Bitcoin: o valor de mercado do Bitcoin cresceu para US$ 10,6 bilhões
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Bitcoin: o valor de mercado do Bitcoin cresceu para US$ 10,6 bilhões (AFP)

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Da Redação

Publicado em 16 de janeiro de 2014 às 13h29.

Nova York - Enquanto um candidato ao Senado pelo Texas está aceitando doações de campanha em Bitcoin e os clientes do Overstock.com podem usar a tecnologia para comprar anéis de noivado, Wall Street vê o futuro do Bitcoin mais como um sistema de pagamentos do que como moeda.

De qualquer forma, tem sido um investimento rentável. O valor do Bitcoin, criado em 2008, decolou no ano passado, saltando cerca de 60 vezes nos últimos 12 meses, para US$ 936,51, ontem, com preços que variam de US$ 16 para mais de US$ 1.200, segundo o bitcoincharts.com.

O ouro caiu 26 por cento no mesmo período, enquanto o euro, que teve o segundo melhor desempenho entre as grandes moedas e é usado por 18 países, saltou 7,3 por cento no confronto com uma cesta de seus principais pares.

Embora seus apoiadores tenham adotado o Bitcoin como alternativa a moedas vulneráveis à desvalorização soberana, o Banco Central da China proibiu os bancos de administrarem o dinheiro virtual e as autoridades da Finlândia disseram que ele carece de características de uma moeda real.

O Citigroup Inc., a segunda maior operadora de câmbio estrangeiro, disse que o Bitcoin pode beneficiar a sociedade se facilitar as transações, embora cerca de 1 por cento de seus proprietários mantenham em torno de 80 por cento do dinheiro digital.

“O Bitcoin é, essencialmente, apenas um evolução de um sistema de pagamento”, disse Sebastien Galy, estrategista sênior de câmbio estrangeiro em Nova York da Société Générale SA, por telefone, em 14 de janeiro. “O conceito final da transação, a inovação, é certamente um progresso entre os meios de transação”.


Rede anônima

O Bitcoin foi introduzido por Satoshi Nakamoto, pseudônimo pelo qual atende um ou mais programadores. A rede anônima é protegida por códigos criptografados e opera fora do sistema bancário, permitindo aos usuários efetuar transações uns com os outros diretamente. Ele não existe de forma física e não tem moedas ou notas.

“O Bitcoin original foi criado para operar fora do sistema financeiro”, disse Steven Englander, diretor de comércio cambiário para os principais países industrializados do Citigroup em Nova York, em 13 de janeiro, por e-mail. “Não há nada que impeça os processadores de pagamentos existentes de adotar tecnologia genérica para pagamentos com Bitcoin”.

O valor de mercado do Bitcoin cresceu para US$ 10,6 bilhões. O fornecimento será limitado a 21 milhões, com quase metade desse valor já em circulação, segundo o Bitcoin.org, um site de informação sobre o sistema. O preço de um único Bitcoin saltou de US$ 100 em julho para US$ 200 em outubro, e depois para mais de US$ 1.000 neste mês.

Para a Offit Capital Advisors LLC, essa volatilidade pode ser uma falha fatal.

“Dizer que uma moeda é reserva de valor significa que ela é de um valor relativamente estável”, escreveu a empresa de gerenciamento de riquezas particulares de Nova York, no mês passado, em um relatório. “Sem essa estabilidade os custos do comércio normal superam em muito qualquer taxa de cartão de crédito ou transação bancária. O Bitcoin falha de forma crucial nessa importante medida”.


Candidato ao Senado

O Bitcoin está ganhando força diante das críticas das autoridades. O dinheiro virtual está sendo aceito para doações para Steve Stockman, candidato ao Senado pelo estado americano do Texas. O CEO da rede varejista on-line Overstock.com, Patrick Byrne, disse em comunicado, em 9 de janeiro, que ele acha a moeda virtual atraente porque “nenhum governo burocrata pode interferir em sua existência”.

O valor das moedas de reserva do mundo tem sido questionado desde a crise financeira de 2008, aumentando a demanda por tudo, desde ouro e objetos de arte até moedas digitais.

A resposta dos bancos centrais, de inundar o sistema financeiro com montantes inéditos de dinheiro barato, enfraqueceu suas moedas, ajudando a derrubar o índice Bloomberg Dollar Spot em 20 por cento entre março de 2009 e agosto de 2011.

Essa confiança em moedas tradicionais ainda não evaporou, caso seu desempenho desde o auge da crise sirva de parâmetro.

“A crise mostrou, paradoxalmente, que os ativos que podem ser produzidos em quantidades muito grandes em um período curto são aqueles que continuam tendo a confiança da ampla maioria dos investidores”, disse Eswar Prasad, professor da Universidade Cornell em Ithaca, N.Y., e ex-economista do Fundo Monetário Internacional, em 14 de janeiro, em entrevista por telefone.

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