Orkut completa 10 anos com 6 milhões de brasileiros ativos
Inicialmente, Orkut era um projeto de faculdade que foi levado a frente quando Orkut Büyükkökten começou a trabalhar no Google
Lucas Agrela
Publicado em 24 de janeiro de 2014 às 11h52.
São Paulo - Em 2004, a internet brasileira já era povoada por uma onda de conteúdos de diversos blogueiros. Mas neste ano, muito antes das curtidas, compartilhamentos e memes, o Google resolveu apostar em um novo estilo de web, mais social. Por isso, em 24 de janeiro de 2004, dez anos atrás, o Orkut foi lançado. A rede afiliada do gigante das buscas foi criada em parceria com o engenheiro de software Orkut Büyükkökten, que dá nome ao site. Inicialmente, Orkut era um projeto de faculdade que foi levado a frente quando ele começou a trabalhar no Google.
O Brasil e a Índia foram os países mais populares do mundo no site de relacionamento. Há muito tempo o Facebook superou o Orkut, isso aconteceu em 2011, segundo dados do IBOPE (Instituto Brasileiro de Pesquisa e Estatística). Mas o site ainda tem um público ativo que participa das discussões em grupos e deixa alguns scraps por aí.
Segundo a consultoria de mensuração de audiência comScore, 6 milhões de pessoas acessaram o Orkut no mês de dezembro de 2013. Esse número representa cerca da metade da população da cidade de São Paulo. O site de relacionamentos, em suas últimas reformas, ganhou um design similar ao do Facebook. Há até mesmo uma possibilidade de gostar de uma publicação do feed de atualizações sociais. Mas há um bocado de meses que o Google não oferece novidades para esses usuários.
Procurado por INFO, o gigante das buscas declarou que “ao longo da última década, a plataforma evoluiu para se tornar um exemplo de como as pessoas se relacionam na Internet. No Brasil, o Orkut foi a porta de entrada à internet para muitos usuários". A empresa não respondeu se tem planos de encerrar a rede social.
Quem (ainda) acessa o Orkut?
Um dos grandes símbolos do Orkut foram as comunidades. Elas funcionavam, em parte, como as páginas de fãs do Facebook, mas muitas marcas e empresas nem sequer estavam por lá. O Orkut é um espaço dos internautas, quase que exclusivamente. Portanto, isso deu lugar para o surgimento de um dos maiores crouwdsourcing do Brasil.
Especialmente em comunidades voltadas a filmes, séries e músicas. O compartilhamento de arquivos e de opiniões era constante – e ainda hoje há quem esteja por lá. Esse é o caso da estudante Maira Lima, 19. Ela, que está no site desde 2006, chegou a ser moderadora da 1ª comunidade oficial da cantora Amy Winehouse no Orkut e perdeu o posto por parar de participar das discussões.
Atualmente, Maira entra regularmente no site de relacionamentos do Google para “fazer pesquisas variadas em fóruns, como artigos, músicas e filmes”.
“Sempre gostei mais das comunidades. Sempre foi meu principal motivo para acessar o Orkut. Gosto dos debates que acontecem nos fóruns. É o que faz mais falta no Facebook, pois os grupos não possuem a mesma dinâmica que no Orkut”, afirma a estudante.
Apesar da integração com o Google + (a empresa chega a oferecer uma migração completa do seu perfil no Orkut para lá), isso mostra que, talvez, ainda esteja distante a data prevista por aquela antiga comunidade com a foto de uma lápide e o nome “O Orkut daqui a alguns anos”.
O criador
Por mais estranho que pareça, o criador Orkut Büyükkökten abandonou o site, mas mantém um perfil privado no Facebook e uma conta desatualizada no Twitter.
Ele é um engenheiro de software, nascido na Turquia, em 1975. O Orkut surgiu como parte de um projeto social iniciado enquanto cursava a Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. Mais tarde, quando entrou para a equipe do Google, seu projeto universitário se tornou um dos sites mais acessados do mundo.
Tudo começou, na verdade, no ano de 2000, quando ele criou a Club Nexus, uma rede social com o mesmo objetivo inicial do Facebook: ser exclusivo para faculdades. Mais de 2 mil acadêmicos se cadastraram no serviço. Outro site de relacionamento foi criado por Orkut, com a mesma ideia da anterior. Na chamada inCircle, os estudantes se relacionavam de acordo com interesses em comum e geravam discussões.
Orkut no Brasil
Segundo o blog do site, em 2010, mais da metade dos usuários do Orkut estavam no Brasil, enquanto os internautas dos Estados Unidos representavam apenas 2% de sua base.
Foi entre 2005 e 2008 que o site de relacionamentos viveu seu auge. “Se você não tem perfil no Orkut, você não existe” era uma frase comum nas conversas de adolescentes da época.
Em 2009, surgiu o “Novo Orkut” e causou polêmica e insatisfação de muitos internautas. O site incorporou muitos recursos vistos no Facebook, que já tinha muitos usuários, especialmente nos Estados Unidos. Um exemplo claro disso é a chegada do feed de notícias, com atualizações de status dos internautas.
Apesar de ainda contar com 6 milhões de usuários – e desse número ser relativamente expressivo -, os acessos caíram muito de 2012 para 2013. Dois anos atrás, o site tinha mais de 30 milhões de brasileiros ativos mensalmente, ou seja, cinco vezes mais do que tem atualmente. Mas enquanto o Facebook não disponibilizar um espaço para discussões, o Orkut ainda terá seu diferencial.
*Colaborou Monica Campi
São Paulo - Em 2004, a internet brasileira já era povoada por uma onda de conteúdos de diversos blogueiros. Mas neste ano, muito antes das curtidas, compartilhamentos e memes, o Google resolveu apostar em um novo estilo de web, mais social. Por isso, em 24 de janeiro de 2004, dez anos atrás, o Orkut foi lançado. A rede afiliada do gigante das buscas foi criada em parceria com o engenheiro de software Orkut Büyükkökten, que dá nome ao site. Inicialmente, Orkut era um projeto de faculdade que foi levado a frente quando ele começou a trabalhar no Google.
O Brasil e a Índia foram os países mais populares do mundo no site de relacionamento. Há muito tempo o Facebook superou o Orkut, isso aconteceu em 2011, segundo dados do IBOPE (Instituto Brasileiro de Pesquisa e Estatística). Mas o site ainda tem um público ativo que participa das discussões em grupos e deixa alguns scraps por aí.
Segundo a consultoria de mensuração de audiência comScore, 6 milhões de pessoas acessaram o Orkut no mês de dezembro de 2013. Esse número representa cerca da metade da população da cidade de São Paulo. O site de relacionamentos, em suas últimas reformas, ganhou um design similar ao do Facebook. Há até mesmo uma possibilidade de gostar de uma publicação do feed de atualizações sociais. Mas há um bocado de meses que o Google não oferece novidades para esses usuários.
Procurado por INFO, o gigante das buscas declarou que “ao longo da última década, a plataforma evoluiu para se tornar um exemplo de como as pessoas se relacionam na Internet. No Brasil, o Orkut foi a porta de entrada à internet para muitos usuários". A empresa não respondeu se tem planos de encerrar a rede social.
Quem (ainda) acessa o Orkut?
Um dos grandes símbolos do Orkut foram as comunidades. Elas funcionavam, em parte, como as páginas de fãs do Facebook, mas muitas marcas e empresas nem sequer estavam por lá. O Orkut é um espaço dos internautas, quase que exclusivamente. Portanto, isso deu lugar para o surgimento de um dos maiores crouwdsourcing do Brasil.
Especialmente em comunidades voltadas a filmes, séries e músicas. O compartilhamento de arquivos e de opiniões era constante – e ainda hoje há quem esteja por lá. Esse é o caso da estudante Maira Lima, 19. Ela, que está no site desde 2006, chegou a ser moderadora da 1ª comunidade oficial da cantora Amy Winehouse no Orkut e perdeu o posto por parar de participar das discussões.
Atualmente, Maira entra regularmente no site de relacionamentos do Google para “fazer pesquisas variadas em fóruns, como artigos, músicas e filmes”.
“Sempre gostei mais das comunidades. Sempre foi meu principal motivo para acessar o Orkut. Gosto dos debates que acontecem nos fóruns. É o que faz mais falta no Facebook, pois os grupos não possuem a mesma dinâmica que no Orkut”, afirma a estudante.
Apesar da integração com o Google + (a empresa chega a oferecer uma migração completa do seu perfil no Orkut para lá), isso mostra que, talvez, ainda esteja distante a data prevista por aquela antiga comunidade com a foto de uma lápide e o nome “O Orkut daqui a alguns anos”.
O criador
Por mais estranho que pareça, o criador Orkut Büyükkökten abandonou o site, mas mantém um perfil privado no Facebook e uma conta desatualizada no Twitter.
Ele é um engenheiro de software, nascido na Turquia, em 1975. O Orkut surgiu como parte de um projeto social iniciado enquanto cursava a Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. Mais tarde, quando entrou para a equipe do Google, seu projeto universitário se tornou um dos sites mais acessados do mundo.
Tudo começou, na verdade, no ano de 2000, quando ele criou a Club Nexus, uma rede social com o mesmo objetivo inicial do Facebook: ser exclusivo para faculdades. Mais de 2 mil acadêmicos se cadastraram no serviço. Outro site de relacionamento foi criado por Orkut, com a mesma ideia da anterior. Na chamada inCircle, os estudantes se relacionavam de acordo com interesses em comum e geravam discussões.
Orkut no Brasil
Segundo o blog do site, em 2010, mais da metade dos usuários do Orkut estavam no Brasil, enquanto os internautas dos Estados Unidos representavam apenas 2% de sua base.
Foi entre 2005 e 2008 que o site de relacionamentos viveu seu auge. “Se você não tem perfil no Orkut, você não existe” era uma frase comum nas conversas de adolescentes da época.
Em 2009, surgiu o “Novo Orkut” e causou polêmica e insatisfação de muitos internautas. O site incorporou muitos recursos vistos no Facebook, que já tinha muitos usuários, especialmente nos Estados Unidos. Um exemplo claro disso é a chegada do feed de notícias, com atualizações de status dos internautas.
Apesar de ainda contar com 6 milhões de usuários – e desse número ser relativamente expressivo -, os acessos caíram muito de 2012 para 2013. Dois anos atrás, o site tinha mais de 30 milhões de brasileiros ativos mensalmente, ou seja, cinco vezes mais do que tem atualmente. Mas enquanto o Facebook não disponibilizar um espaço para discussões, o Orkut ainda terá seu diferencial.
*Colaborou Monica Campi