Tecnologia

Operadoras terão de dobrar aportes na AL até 2020, diz GSMA

Estudo aponta que os desembolsos necessários para atender com qualidade a população latino-americana chegam a US$ 193 bilhões até 2020


	Celular: relatório aponta que as redes 2G representarão apenas 20% do mercado em 2020
 (Gregg Newton/Bloomberg)

Celular: relatório aponta que as redes 2G representarão apenas 20% do mercado em 2020 (Gregg Newton/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 25 de novembro de 2014 às 16h32.

Brasília - As operadoras de telefonia móvel presentes na América Latina terão de dobrar seu ritmo de investimentos nos próximos seis anos para conseguir suprir a demanda por serviços de dados na região.

A conclusão está no mais recente relatório da Consultoria GSMA apresentado esta semana em Quito, no Equador.

Esse estudo aponta que os desembolsos necessários para atender com qualidade a população latino-americana chegam a US$ 193 bilhões até 2020.

De acordo com os dados do estudo, os investimentos das operadoras na região nos últimos seis anos somaram US$ 96 bilhões, menos que a metade do necessário para o próximo ciclo de igual duração.

"Há uma demanda crescente de redes de 3G e 4G nesses países, e um investimento de US$ 193 bilhões é fundamental para que as infraestrutura comporte o que se espera de expansão no uso do serviço. Se não ocorrer esse investimento, com certeza haverá problemas de qualidade", avalia o diretor da GSMA para o Brasil, Amadeu Castro.

O relatório aponta que as redes 2G, atualmente responsáveis por atender 60% das 718 milhões de conexões móveis do subcontinente latino-americano, representarão apenas 20% do mercado em 2020, quando as linhas habilitadas na região devem somar 956 milhões.

Atualmente, o 3G já é a tecnologia utilizada por 39% dos usuários localizados entre o México e a Argentina, superando a média mundial de 32% da base de clientes do serviço.

"O uso do 3G na América Latina tem uma expansão mais veloz do que a do resto do mundo porque a região está fazendo a migração com um certo atraso. Com isso, os países da região já se aproveitam dos ganhos de escala das indústrias que fornecem infraestrutura e os próprios terminais. E é possível que a transição para o 4G ocorra em uma velocidade ainda maior", acrescenta Castro.

Embora a quarta geração ainda responda por apenas 1% do mercado na região e ainda demore pelo menos um par de anos para estar disponível em grandes centros na faixa de 700 MHz, o diretor da GSMA acredita que a tecnologia terá um papel de destaque ao fim desta década.

"O 4G primeiramente está sendo oferecido em áreas menores na faixa de 2,5 GHz, mas até a disponibilização da faixa de 700 MHz já contará com a escala industrial obtida pelas empresas em outras partes do mundo. Com a redução do custo da infraestrutura, o serviço terá importância em 2020", projeta.

Por outro lado, a GSMA aponta que iniciativas de regulamentação dos serviços de telefonia e internet por parte de governos da região têm aumentado a pressão sobre as empresas do setor, o que pode travar processos de inovação e até mesmo impedir que a taxa de investimentos chegue ao ritmo ideal.

"A inovação tecnológica sempre é mais rápida que os processos burocráticos. O nível de detalhamento dos novos regulamentos tem sido crescente, enquanto outros segmentos da cadeia de telecomunicações não sofrem a mesma pressão, como é o caso das empresas de aplicativos que consomem grande quantidade de dados", argumenta Castro.

Para o executivo, o fato do Brasil ser o maior mercado da região, com cerca de um terço de todas as linhas habilitadas na América Latina, faz com que o país seja uma referência para os vizinhos.

Ou seja, decisões de regulamentação adotadas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) têm repercussão imediata sobre os órgãos reguladores dos demais países latinos.

"O Brasil é uma referência para o que dá certo e para o que dá errado. E os investimentos necessários para a região dependem de um ambiente propício para essa expansão das redes", conclui o diretor.

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