Operadoras podem controlar Plano de Banda Larga
Telebrás, que ressurgiu só por causa do PNBL, acabaria virando coadjuvante
Da Redação
Publicado em 29 de dezembro de 2010 às 10h26.
São Paulo - O Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) pode ser jogado nas mãos das operadoras de telefonia, segundo matéria publicada na Folha de S.Paulo. O ministro eleito das Comunicações, Paulo Bernardo, disse ao jornal que pretende dividir o comando do projeto entre a Telebrás e as redes privadas, desde que elas atendam algumas exigências.
De acordo com Bernardo, as operadoras precisarão apresentar um serviço de "boa qualidade" e que tenha um preço "razoável" pois, afirma ele, atualmente o que acontece é exatamente o contrário: "Os preços não são nada razoáveis e o serviço é pouco razoável, a banda larga deles é ‘estreitinha’".
Pode acontecer uma inversão de papeis e a Telebrás, que ressurgiu só por causa do PNBL, acabaria virando coadjuvante. "O setor privado deveria promover a universalização da banda larga, mas não o fez. Por isso é que ressuscitamos a Telebrás. Agora, se as teles fizerem uma boa proposta, que atenda os consumidores, o problema está resolvido", disse o ministro.
Bernardo discutiu o assunto na terça-feira (28) com a presidente eleita Dilma Rousseff, quando confirmou a ideia de colocar a estatal como parceira do setor se as teles tiverem um bom desempenho nas propostas. A conversa foi resultado de um acordo firmado entre ele e as operadoras, que se comprometeram a parar de questionar o papel da Telebrás e a estudar maneiras de conseguirem uma fatia maior no Plano.