O que o Google vai fazer com o Zagat?
Nas mãos do Google, o Zagat, um dos melhores serviços de avaliação de restaurantes dos EUA, poderá crescer e oferecer mais conteúdo gratuito
Maurício Grego
Publicado em 8 de setembro de 2011 às 18h15.
São Paulo — “Haikai para anunciar uma aquisição: Delicioso negócio fechado. Zagat e Google agora são um. Gourmets vão se divertir mais”. Foi nesse tom lúdico que Marissa Mayer, vice-presidente de serviços de localização e mapas do Google, anunciou a compra da empresa de avaliação de restaurantes Zagat no Twitter.
O Zagat cobre centenas de cidades em 25 países na América do Norte, na Europa e na Ásia. O site lista mais de 30 mil avaliações de locais. Seu prato principal é a classificação de restaurantes feita por voluntários. São 350 mil colaboradores, segundo a empresa, enquanto ela própria tem uma equipe de cerca de cem funcionários. Mas é um site de acesso pago, algo que não combina muito bem com o modelo de negócios do Google, em que a base são os serviços gratuitos custeados por publicidade.
Num post publicado hoje no blog oficial da empresa, Marissa Mayer observa que o Zagat foi pioneiro no uso de conteúdo gerado pelo usuário antes mesmo de a internet existir. Ela também diz que os livrinhos de bolso publicados pela empresa já eram conteúdo móvel antes de haver smartphones. “Estou excitada por levar o poder dos serviços de busca e mapas do Google aos produtos do Zagat; e trazer as inovações, a reputação confiável e a riqueza de experiências dos usuários deles”, escreveu ela.
O Google deixa claro que seu objetivo é reforçar sua presença na área de serviços de informações locais, atraindo anúncios de empresas que atuam em cidades específicas. O texto de Marissa Mayer dá a entender que haverá algum tipo de integração entre o Zagat e o serviço Google Places, que tem finalidade similar. A dúvida óbvia é se o Google vai manter o esquema atual de acesso pago ou vai começar a liberar mais informação do Zagat gratuitamente.
No início, era um hobby
O Zagat começou em 1979 como um hobby do casal Tim e Nina Zagat. Os dois colecionaram opiniões de amigos sobre restaurantes de Nova York e reuniram tudo num livro em 1982. Com o tempo, passaram a produzir livros sobre outras cidades, geralmente em formato de bolso. Mais recentemente, criaram o serviço pago na web e aplicativos para smartphones e tablets.
No Zagat, cada restaurante recebe notas de 1 a 30 em três quesitos: comida, decoração e serviço. Um preço médio por pessoa também é informado. Além disso, é possível ler comentários de clientes e, em alguns casos, ver o cardápio com os preços e fotos do local. O acesso às avaliações custa 24,95 dólares por ano ou 4,95 dólares por mês. O site também publica listas dos melhores restaurantes em várias categorias.
Além de restaurantes, o Zagat oferece classificações de outras coisas, incluindo campos de golfe, hotéis e companhias aéreas. Outro negócio da empresa é a loja de vinhos ZagatWine, que funciona como uma espécie de clube. Os sócios pagam uma taxa trimestral e recebem vinhos escolhidos pela empresa. Outra loja online, a Zagat Store, vende 45 guias em papel, além de livros sobre culinária e outros temas.
Zagat x Yelp
Um dos principais concorrentes do Zagat é o Yelp. Diferentemente do Zagat, o Yelp é um empreendimento que já nasceu na web (em 2004) e tem acesso gratuito. O site cobre mais de uma centena de cidades nos Estados Unidos, no Canadá e em sete países da Europa. O Yelp diz que já tem mais de 20 milhões de críticas escritas por usuários e registrou 53 milhões de visitantes únicos em junho deste ano.
Seu espectro de avaliações é muito mais amplo. Só um quarto das classificações publicadas são de restaurantes. O restante se divide entre atrações turísticas, serviços de saúde e beleza, escolas, hotéis e até igrejas. As notas vão de 1 a 5. Como o Zagat, o Yelp usa mapas do Google para indicar a localização dos estabelecimentos. Um terço das buscas feitas no site vêm de dispositivos móveis. Além de uma versão amigável a smartphones, ele tem aplicativos para os principais dispositivos.
Sites desse tipo, que se baseiam em avaliações de usuários – o TripAdvisor é outro exemplo conhecido – estão sempre sujeitos a algum tipo de manipulação. Algumas empresas contratam pessoas para publicar análises positivas de seus estabelecimentos. Já os usuários genuínos tendem a se sentir mais encorajados a dar sua opinião quando estão insatisfeitos. Isso explica por que alguns hotéis listados no TripAdvisor, por exemplo, têm um grande número de avaliações muito positivas e muito negativas, e poucas medianas.
Essa talvez seja uma das principais razões por que o Google se interessou pelo Zagat. A empresa tem excelente reputação nos Estados Unidos e parece ter encontrado uma boa maneira de processar as avaliações de usuários de modo que a nota final seja confiável. Contar com esse conteúdo é uma maneira de o Google se destacar dos outros serviços que também publicam críticas de usuários.
São Paulo — “Haikai para anunciar uma aquisição: Delicioso negócio fechado. Zagat e Google agora são um. Gourmets vão se divertir mais”. Foi nesse tom lúdico que Marissa Mayer, vice-presidente de serviços de localização e mapas do Google, anunciou a compra da empresa de avaliação de restaurantes Zagat no Twitter.
O Zagat cobre centenas de cidades em 25 países na América do Norte, na Europa e na Ásia. O site lista mais de 30 mil avaliações de locais. Seu prato principal é a classificação de restaurantes feita por voluntários. São 350 mil colaboradores, segundo a empresa, enquanto ela própria tem uma equipe de cerca de cem funcionários. Mas é um site de acesso pago, algo que não combina muito bem com o modelo de negócios do Google, em que a base são os serviços gratuitos custeados por publicidade.
Num post publicado hoje no blog oficial da empresa, Marissa Mayer observa que o Zagat foi pioneiro no uso de conteúdo gerado pelo usuário antes mesmo de a internet existir. Ela também diz que os livrinhos de bolso publicados pela empresa já eram conteúdo móvel antes de haver smartphones. “Estou excitada por levar o poder dos serviços de busca e mapas do Google aos produtos do Zagat; e trazer as inovações, a reputação confiável e a riqueza de experiências dos usuários deles”, escreveu ela.
O Google deixa claro que seu objetivo é reforçar sua presença na área de serviços de informações locais, atraindo anúncios de empresas que atuam em cidades específicas. O texto de Marissa Mayer dá a entender que haverá algum tipo de integração entre o Zagat e o serviço Google Places, que tem finalidade similar. A dúvida óbvia é se o Google vai manter o esquema atual de acesso pago ou vai começar a liberar mais informação do Zagat gratuitamente.
No início, era um hobby
O Zagat começou em 1979 como um hobby do casal Tim e Nina Zagat. Os dois colecionaram opiniões de amigos sobre restaurantes de Nova York e reuniram tudo num livro em 1982. Com o tempo, passaram a produzir livros sobre outras cidades, geralmente em formato de bolso. Mais recentemente, criaram o serviço pago na web e aplicativos para smartphones e tablets.
No Zagat, cada restaurante recebe notas de 1 a 30 em três quesitos: comida, decoração e serviço. Um preço médio por pessoa também é informado. Além disso, é possível ler comentários de clientes e, em alguns casos, ver o cardápio com os preços e fotos do local. O acesso às avaliações custa 24,95 dólares por ano ou 4,95 dólares por mês. O site também publica listas dos melhores restaurantes em várias categorias.
Além de restaurantes, o Zagat oferece classificações de outras coisas, incluindo campos de golfe, hotéis e companhias aéreas. Outro negócio da empresa é a loja de vinhos ZagatWine, que funciona como uma espécie de clube. Os sócios pagam uma taxa trimestral e recebem vinhos escolhidos pela empresa. Outra loja online, a Zagat Store, vende 45 guias em papel, além de livros sobre culinária e outros temas.
Zagat x Yelp
Um dos principais concorrentes do Zagat é o Yelp. Diferentemente do Zagat, o Yelp é um empreendimento que já nasceu na web (em 2004) e tem acesso gratuito. O site cobre mais de uma centena de cidades nos Estados Unidos, no Canadá e em sete países da Europa. O Yelp diz que já tem mais de 20 milhões de críticas escritas por usuários e registrou 53 milhões de visitantes únicos em junho deste ano.
Seu espectro de avaliações é muito mais amplo. Só um quarto das classificações publicadas são de restaurantes. O restante se divide entre atrações turísticas, serviços de saúde e beleza, escolas, hotéis e até igrejas. As notas vão de 1 a 5. Como o Zagat, o Yelp usa mapas do Google para indicar a localização dos estabelecimentos. Um terço das buscas feitas no site vêm de dispositivos móveis. Além de uma versão amigável a smartphones, ele tem aplicativos para os principais dispositivos.
Sites desse tipo, que se baseiam em avaliações de usuários – o TripAdvisor é outro exemplo conhecido – estão sempre sujeitos a algum tipo de manipulação. Algumas empresas contratam pessoas para publicar análises positivas de seus estabelecimentos. Já os usuários genuínos tendem a se sentir mais encorajados a dar sua opinião quando estão insatisfeitos. Isso explica por que alguns hotéis listados no TripAdvisor, por exemplo, têm um grande número de avaliações muito positivas e muito negativas, e poucas medianas.
Essa talvez seja uma das principais razões por que o Google se interessou pelo Zagat. A empresa tem excelente reputação nos Estados Unidos e parece ter encontrado uma boa maneira de processar as avaliações de usuários de modo que a nota final seja confiável. Contar com esse conteúdo é uma maneira de o Google se destacar dos outros serviços que também publicam críticas de usuários.