Pokémon Go: jogo usa realidade aumentada para levar personagens da Nintendo ao mundo real, mas de forma virtual (Reprodução/Niantic)
Lucas Agrela
Publicado em 11 de julho de 2016 às 15h47.
São Paulo – Pokémon Go é o jogo mais sofisticado criado pela Nintendo para smartphones e já é uma febre em todo o mundo. A chave do sucesso do aplicativo é combinar a geolocalização com a realidade aumentada, que é diferente da realidade virtual.
Enquanto a realidade virtual coloca o usuário em um local totalmente fictício, a realidade aumentada visa unir, em tempo real, os mundos real e virtual por meio de um software.
Basicamente, o jogo funciona por meio da câmera, que coloca, na imagem que você vê através dela, criaturas que não estão lá – como um Pokémon. Para efeito de comparação, vale a menção do Snapchat, que põe sobre os rostos dos usuários acessórios virtuais.
Apesar do entusiasmo sobre a tecnologia desde a década de 1930, a realidade aumentada começou a ser usada em 1962, quando foram implementados paineis inteligentes em aviões de guerra, que mostravam informações sobre a aeronave no próprio vidro dianteiro, de maneira a evitar que o piloto desviasse o olhar do seu percurso. Outro exemplo mais simples de realidade aumentada são as etiquetas, que têm um código de duas dimensões para ser analisado por um software, como um QR Code.
O termo, em si, é usado desde 1990, quando o pesquisador da Boeing, Tom Caudell, o utilizou para descrever um display usado por engenheiros que misturava gráficos virtuais com a realidade.
Desde os anos 1960, ela já foi usada por diversas empresas. Os casos mais recentes e populares são o Google Glass e vários outros aplicativos para smartphones, como é o caso do game chamado Ingress. No entanto, nenhum outro produto ou app teve adesão tão grande e tão rápida de usuários globalmente.
O Pokémon Go foi tão bem-sucedido na tarefa de cativar donos de smartphones Android e iOS a ter a experiência de capturar monstrinhos no mundo real que Niantic (responsável pelo desenvolvimento do game) anunciou estar com problemas em seus servidores e suspendeu o lançamento do game em outros mercado, como o Brasil. O plano inicial era lançar o jogo nas próximas semanas por aqui.
A Nintendo e a Niantic realizaram dois trabalhos que levaram meses desde que o app foi anunciado: criar visuais de Pokémon tridimensionais e colocá-los em pontos específicos em um elaborado sistema de mapas.
Combinando as duas ferramentas de software, foi possível colocar os monstrinhos em pontos do mapa. Por enquanto, só é possível capturá-los com Pokébolas virtuais. Ainda não há como batalhar contra os pokémons dos seus amigos – ao estilo Yu-Gi-Oh.
A parte dos mapas de Pokémon Go foi feita com a tecnologia e a expertise da Niantic. Seu CEO, John Hanke, é um veterano do Google e um dos responsáveis pela fundação da Keyhole, a empresa comprada pelo gigante das buscas online para dar início ao Google Earth.
Por conta disso e pelo fato de Hanke ter ao seu redor vários profissionais que já trabalharam no Google Maps, Pokémon Go tem uma tecnologia de geolocalização de alta precisão.
Outra parte do trabalho conjunto de realidade aumentada e localização foi decidir onde cada tipo de Pokémon deveria aparecer. Em uma entrevista ao Mashable, Hanke disse que levou em conta dos tipos (água, pedra, grama, etc) para determinar o local em que cada monstrinho aparece. Por exemplo, um Squirtle, um Pokémon tartaruga, pode ser encontrado perto de um rio ou riacho.
Apesar da tecnologia de realidade aumentada ainda estar em desenvolvimento dentro da Niantic, seu CEO acredita na possibilidade de jogos e aplicativos funcionando em conjunto com óculos especiais.
"Muitos desses sistemas provavelmente irão funcionar bem dentro de ambientes fechados a princípio. Mas certamente, dentro de uma década, vamos ver algum tipo de dispositivo visual imersivo que você poderá usar dentro ou fora de casa para jogar games como Pokémon Go e ver Pokémon em um contexto tridimensional", declarou Hanke.
Veja o vídeo de divulgação de Pokémon Go a seguir.