Vício em TikTok? O que é 'brainrot' e por que o termo está tão em alta
Distúrbio já está sendo estudado por instituições de saúde nos Estados Unidos
Repórter colaborador
Publicado em 19 de junho de 2024 às 10h41.
Última atualização em 19 de junho de 2024 às 10h46.
Se você ou alguém que você gosta fala quase que exclusivamente com referências da internet, eles podem estar sofrendo de uma condição conhecida como brainrot - um estado de fixação ou obsessão extrema com algo. Nos termos da discussão de alguns assuntos da internet, seria mais como "podridão cerebral" mesmo.
O termo refere-se principalmente ao conteúdo, digamos, de baixo valor na internet e aos efeitos causados por gastar muito tempo consumindo esse tipo de assunto.
Segundo o New York Times, a discussão online sobre brainrot tornou-se tão difundida recentemente que alguns usuários de redes sociais começaram a criar paródias de pessoas que parecem ter a doença.
Vários vídeos da usuária do TikTok, Heidi Becker, mostram-na de frente para a câmera enquanto junta uma referência da internet após a outra de maneira rápida.
Acusar alguém de ter problemas mentais não é um elogio. Mas algumas pessoas demonstram uma pitada de orgulho em admitir a condição. Um questionário recente do BuzzFeed desafiando os leitores sobre curiosidades obscuras da internet tinha como título: “Se você passar neste teste de brainrot, seu cérebro estará 1000% cozido”.
Algumas contas de mídia social são dedicadas à criação de um subgênero de entretenimento. O usuário do TikTok “Fort History” pega clipes de filmes e programas de TV e os dubla com o jargão mais recente da internet, por exemplo
Quando o termo surgiu e preocupações
O termo “brainrot”, que apareceu já em 2007, pretende ser lúdico. Mas o seu aumento em popularidade está relacionado com o crescente reconhecimento de uma doença que os investigadores do Hospital Infantil de Boston chamaram de Uso Problemático de Mídia Interativa.
Algumas instituições já estão trabalhando nessa questão.
O Digital Wellness Lab procura compreender a utilização das redes sociais e criar padrões saudáveis para a mesma. Já o Newport Institute, um centro de tratamento para jovens adultos com problemas de saúde mental, começou a recrutar pessoas que sofrem de “podridão cerebral”. Em seu site, o instituto incentiva pais cujos filhos sofrem de “dependência” e “vício digital” a considerarem planos de tratamento.