O plano de US$ 20 bilhões da Intel para voltar a ser líder global de chips
No encalço de concorrentes como TSMC e Samsung, a companhia americana está disposta ir além e desembolsar até 100 bilhões de dólares para criar um mega complexo industrial
André Lopes
Publicado em 21 de janeiro de 2022 às 14h11.
Última atualização em 21 de janeiro de 2022 às 17h10.
É sempre bom ter boas notícias antes de um balanço financeiro ser apresentado. A fabricante de processadores Intel, que divulga seus últimos dados de 2021 na próxima semana, sabe bem disso. A empresa detalhou nesta semana como se dará o seu mega projeto de 20 bilhões de dólares para retomar a liderança global do setor de chips e as novidades devem animar os investidores da empresa.
O plano, sobretudo, consiste em expandir a capacidade americana de fabricar componentes eletrônicos. E para tal, a empresa já investiu em maquinário de última geração e já escolheu uma região 1.000 acres em Ohio, nos EUA, para instalar duas novas fábricas. A iniciativa gerará pelo menos 3.000 empregos diretos, além de 7.000 postos de trabalho indiretos.
Em entrevista à revista Time, Pat Gelsinger, CEO da Intel, relata que a capacidade da nova região de operação é modular, e pode ser expandida conforme a necessidade. Seria possível ocupar a região com até oito fábricas.
“Nossa expectativa é a de que este se torne o maior local de fabricação de silício do planeta”, disse Gelsinger à Time, com o adendo de que o investimento, caso haja a expansão, custaria o montante de 100 bilhões de dólares, valor que a empresa está disposta a desembolsar.
O anúncio ocorre enquanto o mundo continua a lidar com uma escassez crescente de chips de computador, que atinge de fabricantes de consoles de jogos até montadoras de carros.
Uma situação que lança luz sobre a mudança iniciada há décadas na fabricação de chips dos EUA e da Europa que migrou para os países asiáticos, particularmente Taiwan, onde a maior fornecedora de todas, a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC), está sediada.
Para ajudar a reverter a mudança, o Senado dos EUA aprovou um pacote de subsídios de 52 bilhões de dólares para a indústria de chips em junho do ano passado, que ofereceria subsídios para empresas que construíssem novas fábricas nos EUA, mas o projeto ainda não passou pela Câmara.
Mas, de olho no subsídio, os concorrentes da Intel, TSMC e Samsung, anunciaram também novos empreitadas de fabricação nos Estados Unidos, mas no Arizona e Texas, respectivamente.
A vantagem da Intel, como relata o site The Verge, é o fato de ser uma empresa 100% americana, enquanto a proximidade da TSMC com a China será sempre uma pedra no sapato.