celulares (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 8 de outubro de 2013 às 07h52.
As tarifas de telefonia móvel cobradas no Brasil são as mais caras do mundo em termos absolutos, segundo estudo divulgado nesta segunda-feira pela União Internacional de Telecomunicações (UIT), órgão ligado às Nações Unidas.
De acordo com o levantamento, que tem como base dados de 2012, o preço por minuto para ligação entre celulares de uma mesma operadora é de 0,71 dólar no Brasil (dados de São Paulo), a mais cara entre os 161 países analisados. Perto do Brasil estão Bélgica e Nova Zelândia, com 0,70 dólar o minuto, e Suíça, com 0,68 dólar.
No México e na Argentina, o preço por minuto é de 0,32 dólar, no Peru, de 0,18 dólar, e no Chile, 0,14 dólar.
No caso das ligações entre diferentes operadoras, a ligação fica ainda mais cara no Brasil, com o valor de 0,74 dólar o minuto. Entre os países com tarifa mais alta, estão Bélgica e Nova Zelândia (0,70 dólar), Suíça (0,68 dólar), Argentina e Irlanda (0,63 dólar).
Na Rússia, a ligação para diferentes operadoras custa apenas 0,09 centavos o minuto, na África do Sul, 0,40 dólar, e na Índia, 0,02 dólar.
De acordo com a associação das operadoras de telecomunicações no Brasil, a Telebrasil, o estudo leva em conta apenas o preço máximo adotado pelas operadoras. "Com isso, o resultado do relatório não reflete a realidade brasileira, formada por uma grande variedade de planos alternativos, com preços muito mais baratos", afirmou a entidade em comunicado.
A Telebrasil também citou a carga tributária brasileira como fator de encarecimento da telefonia móvel no país.
O estudo apresenta também resultados da cesta de preços dos serviços de telecomunicações, formada pela composição de preços de telefonia fixa, móvel e Internet banda larga fixa computados como um percentual do Produto Nacional Bruto per capita (PNB per capita).
A cesta de preços avalia o quanto os serviços estão acessíveis tanto em valores absolutos quanto relativamente ao paridade do poder de compra (purchasing power parity - PPP) das populações.
De acordo com a metodologia aplicada pela UIT, as três primeiras posições no ranking de menores custos dos serviços estão ocupadas por Macau (China), Qatar e Hong Kong (China), onde os usuários gastam, respectivamente, 0,2 por cento, 0,4 por cento e 0,4 por cento de suas rendas com a cesta de serviços de telefonia fixa, móvel e banda larga.
Nessa metodologia, o Brasil registra 4 por cento da renda do cidadão consumida pela cesta de serviços.
Penetração
O estudo mostrou ainda que o Brasil permaneceu em 62º lugar no ranking de 157 países mais conectados à Internet e à telefonia celular e fixa no mundo, apesar do índice brasileiro ter subido de 4,59 para 5,00.
O ranking é liderado pela Coreia do Sul, com índice de 8,57, seguida por Suécia, Islândia, Dinamarca, Finlândia, Noruega e Países Baixos.
Os cinco países que mais subiram foram Emirados Árabes Unidos, Líbano, Barbados, Seychelles e Bielorrússia.
De acordo com o relatório, publicado desde 2009, no Brasil a penetração da banda larga móvel aumentou de 22 por cento em 2011 para 37 por cento ao fim de 2012, sendo que 88 por cento da população estava coberta com a tecnologia 3G.
A proporção de domicílios com computador no Brasil, de acordo com a UIT, subiu de 45 por cento para 50 por cento no fim de 2012. A proporção de domicílios com acesso à Internet também cresceu, passando de 38 por cento em 2011 para 45 por cento em 2012.
Segundo o estudo, um dos motivos que explica tal crescimento é o Plano Nacional de Banda Larga, que prevê medidas para levar o acesso à Internet em banda larga para mais de 40 milhões de domicílios no país até 2014.