Nokia X e outros aparelhos são apresentados por Stephen Elop: em vez de acessarem os serviços em nuvem do Google, os usuários de smartphones Nokia X vão acessar os serviços na nuvem da Microsoft (Simon Dawson/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 24 de fevereiro de 2014 às 09h46.
Barcelona - Os rumores estavam certos. A Nokia decidiu aderir à plataforma Android para complementar seu portfólio de smartphones em uma faixa de preço entre as famílias Asha e Lumia. A companhia apresentou durante o Mobile World World Congress (MWC) em Barcelona os três primeiros modelos: Nokia X, Nokia X Plus e Nokia XL.
Os dois primeiros têm tela de quatro polegadas e o terceiro, de cinco polegadas. Os preços serão 89, 99 e 109 euros, respectivamente, com vendas previstas para o primeiro trimestre, no caso do Nokia X, e segundo trimestre, para os outros dois modelos. O foco estará nos mercados emergentes, disse Stephen Elop, vice-presidente de devices e serviços da Microsoft.
A grande diferença da família X para outros smartphones Android do mercado é que, em vez de virem com os apps tradicionais do Google embarcados (Google Maps, Gmail, Google Play etc), a família X trará serviços da Nokia e da Microsoft, como os mapas do Here e o MixRadio, além de permitirem o acesso à conta de usuário da Nokia e à loja de aplicativos Nokia Store, que passa a incluir apps Android. Elop lembrou que, ao contrário da Google Play, a Nokia Store oferece a opção de testar os apps antes de comprar e tem acordos de faturamento através do billing das operadoras em 60 países.
O usuário pode também acessar outras lojas Android, como a russa Yandex, ou copiar apps de terceiros para dentro do seu smartphone a partir da entrada microSD.
Em resumo: em vez de acessarem os serviços em nuvem do Google, os usuários de smartphones Nokia X vão acessar os serviços na nuvem da Microsoft. Para mostrar seu apoio à iniciativa, a Microsoft vai oferecer um mês gratuito de assinatura do Skype e 10 GB de armazenamento no OneDrive para os primeiros consumidores que adquirirem o Nokia X.
Outra diferença importante é o design da home screen, que lembra bastante aquela dos aparelhos com Windows Phone, organizada em quadrados coloridos que podem ter seus tamanhos reajustados e incluir informações em tempo real. Ou seja, é um Android com cara de Windows Phone.
Estratégia
Elop justificou a adoção do Android como sendo uma estratégia para cobrir a faixa de preço logo abaixo de 100 euros para smartphones Android, segmento que mais cresce no mundo, especialmente em países emergentes. Ele ressaltou que a empresa continuará baixando os preços da família Lumia, mas fará o mesmo com a família X, o que deixa no ar a possibilidade de os aparelhos Asha desaparecerem no futuro. Outro motivo para aderir ao Android reside na oportunidade de atrair um ecossistema de desenvolvedores locais em mercados emergentes.
Durante a coletiva, um jornalista perguntou se a plataforma estava em chamas novamente, fazendo referência à expressão usada por Elop quando a Nokia decidiu abandonar o Symbian e adotar o Windows Phone três anos atrás, e por que a empresa não optara por Android naquela ocasião. Elop respondeu: "Alguns fabricantes que fizeram a escolha por Android anos atrás e que estão presentes nesta feira não conseguiram se diferenciar. Nossa escolha foi para nos diferenciarmos. O Windows Phone é a plataforma que mais cresce no mundo, dobramos vendas ano a ano. E isso vai continuar acelerando". Sobre o futuro da Lumia, Elop disse: "A Lumia continua sendo a nossa principal família de smartphones, na qual concentraremos nossos esforços de inovação", afirmou.
BBM
Na coletiva, Elop anunciou também a chegada de alguns novos apps para Windows Phone, com destaque para o BBM, aplicativo de mensagens instantâneas criado pela BlackBerry, que recentemente se tornou disponível também para Android e iOS.