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Nigéria utiliza aplicativo de Android para combater ebola

Aplicativo do Ebola Alert ajudou a reduzir tempos de informação que normalmente eram de 12 horas, primeiro pela metade, depois para 75%

Homem tem a temperatura aferida em termômetro digital por prevenção contra o vírus ebola no aeroporto internacional de Abuja, na Nigéria (Afolabi Sotunde/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 8 de outubro de 2014 às 23h02.

Lagos - Quando a Nigéria foi atingida pelo seu primeiro surto de ebola, os profissionais da saúde que monitoravam casos suspeitos se armaram com celulares e um aplicativo de Android que reduzia o tempo para informar o aparecimento dos sintomas.

O aplicativo e a maioria dos celulares foram fornecidos pela eHealth Information Systems Nigeria, uma empresa de pesquisas sem fins de lucro com sede em Santa Ana, Califórnia, que atua na cidade de Kano, no norte do país africano.

O Ebola Alert, um grupo de voluntários, utilizou o Facebook e o Twitter para informar os nigerianos a respeito da doença.

A unidade nigeriana do Google organizou sessões de treinamento para jornalistas sobre como utilizar o Google Trends para identificar as principais perguntas que as pessoas faziam sobre a doença.

O aplicativo para celulares ajudou a reduzir tempos de informação que normalmente eram de 12 horas, primeiro pela metade, depois para 75 por cento, antes de chegar a ser quase em tempo real, segundo Daniel Tom-Aba, gerente sênior de dados do Centro de Operações de Emergência contra o Ebola em Lagos.

Informações anteriormente escritas em formulários à mão que depois iam para bancos de dados podiam ser atualizadas imediatamente, disse ele.

“Com o ebola, o tempo é muito importante”, disse Adam Thompson, CEO da eHealth Information Systems, em entrevista por telefone de Kano. “Uma demora de dois ou três dias para colocar um contato na lista pode ser um problema. A pessoa pode já ter ido para outro país”.

Surto controlado

Após uma campanha de dois meses, durante a qual mais de 800 pessoas que entraram em contato com pessoas infectadas foram colocadas em observação, os funcionários nigerianos acreditam que o surto esteja controlado.

O Ministério da Saúde não está monitorando ninguém no momento e espera que a Nigéria seja declarada livre de ebola pela Organização Mundial da Saúde por volta de 20 de outubro, disse o porta-voz Daniel Nwomeh, em entrevista por telefone no dia 3 de outubro de Abuja, capital do país.

A Nigéria, que com cerca de 170 milhões de habitantes é o país mais populoso da África e a maior economia do continente, registrou 19 casos, com sete mortes confirmadas e 12 curas, segundo o Ministério da Saúde.

Essa é uma taxa de mortalidade de 40 por cento para uma doença que chegou a matar até 90 por cento dos infectados. O último surto de ebola na África Ocidental matou mais de 3.400 pessoas, segundo a OMS, convertendo-se no pior da história.

A eHealth está exportando seus celulares com aplicativos e outras ferramentas baseadas em tecnologia para Serra Leoa, Guiné e Libéria, os três países mais afetados da África Ocidental.

As principais lições aprendidas na Nigéria foram a importância da comunicação rápida e do rastreamento instantâneo.

"Um fator chave na Nigéria foi o fato de que sabíamos qual era o caso inicial e que fomos capazes de ligar todos os contatos a ele", disse Tom-Aba.

"Cada rastreador de contatos tinha um GPS incorporado no celular, por isso sabíamos que eles tinham ido à casa do contato. Isso criou um senso de responsabilidade".

O funcionário público liberiano Patrick Sawyer introduziu o vírus na Nigéria quando chegou ao país no dia 20 de julho. Sawyer e quatro dos profissionais de saúde que o trataram também morreram de ebola.

Rastreadores de contatos visitaram 18.500 casas para revisar pessoas que podiam ter sido expostas, segundo um relatório publicado no dia 30 de setembro no site do Centro de Controle de Doenças.

Escâneres em tablets

Os técnicos de laboratório que estavam realizando os testes receberam tablets para escanear e subir os resultados ao banco de dados do centro de emergências.

Por sua vez, equipes de campo recebiam alertas por mensagens de texto nos seus celulares informando os resultados, disse Tom-Aba.

Os jornalistas aprenderam a criar imagens usando Google Maps e Google Earth para contar melhor a história.

Para a Nigéria, a próxima meta na luta contra o ebola é deter sua disseminação pela Libéria, Serra Leoa e Guiné, segundo Alex Okoh, diretora da Port Health Services em Lagos.

“Pode ser que nós estejamos livres do ebola, mas enquanto houver algum surto na sub-região, nós ainda continuamos em perigo”, disse ela em uma entrevista. “Não podemos nos descuidar porque sempre vai haver pessoas viajando pelo continente”.

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Lagos - Quando a Nigéria foi atingida pelo seu primeiro surto de ebola, os profissionais da saúde que monitoravam casos suspeitos se armaram com celulares e um aplicativo de Android que reduzia o tempo para informar o aparecimento dos sintomas.

O aplicativo e a maioria dos celulares foram fornecidos pela eHealth Information Systems Nigeria, uma empresa de pesquisas sem fins de lucro com sede em Santa Ana, Califórnia, que atua na cidade de Kano, no norte do país africano.

O Ebola Alert, um grupo de voluntários, utilizou o Facebook e o Twitter para informar os nigerianos a respeito da doença.

A unidade nigeriana do Google organizou sessões de treinamento para jornalistas sobre como utilizar o Google Trends para identificar as principais perguntas que as pessoas faziam sobre a doença.

O aplicativo para celulares ajudou a reduzir tempos de informação que normalmente eram de 12 horas, primeiro pela metade, depois para 75 por cento, antes de chegar a ser quase em tempo real, segundo Daniel Tom-Aba, gerente sênior de dados do Centro de Operações de Emergência contra o Ebola em Lagos.

Informações anteriormente escritas em formulários à mão que depois iam para bancos de dados podiam ser atualizadas imediatamente, disse ele.

“Com o ebola, o tempo é muito importante”, disse Adam Thompson, CEO da eHealth Information Systems, em entrevista por telefone de Kano. “Uma demora de dois ou três dias para colocar um contato na lista pode ser um problema. A pessoa pode já ter ido para outro país”.

Surto controlado

Após uma campanha de dois meses, durante a qual mais de 800 pessoas que entraram em contato com pessoas infectadas foram colocadas em observação, os funcionários nigerianos acreditam que o surto esteja controlado.

O Ministério da Saúde não está monitorando ninguém no momento e espera que a Nigéria seja declarada livre de ebola pela Organização Mundial da Saúde por volta de 20 de outubro, disse o porta-voz Daniel Nwomeh, em entrevista por telefone no dia 3 de outubro de Abuja, capital do país.

A Nigéria, que com cerca de 170 milhões de habitantes é o país mais populoso da África e a maior economia do continente, registrou 19 casos, com sete mortes confirmadas e 12 curas, segundo o Ministério da Saúde.

Essa é uma taxa de mortalidade de 40 por cento para uma doença que chegou a matar até 90 por cento dos infectados. O último surto de ebola na África Ocidental matou mais de 3.400 pessoas, segundo a OMS, convertendo-se no pior da história.

A eHealth está exportando seus celulares com aplicativos e outras ferramentas baseadas em tecnologia para Serra Leoa, Guiné e Libéria, os três países mais afetados da África Ocidental.

As principais lições aprendidas na Nigéria foram a importância da comunicação rápida e do rastreamento instantâneo.

"Um fator chave na Nigéria foi o fato de que sabíamos qual era o caso inicial e que fomos capazes de ligar todos os contatos a ele", disse Tom-Aba.

"Cada rastreador de contatos tinha um GPS incorporado no celular, por isso sabíamos que eles tinham ido à casa do contato. Isso criou um senso de responsabilidade".

O funcionário público liberiano Patrick Sawyer introduziu o vírus na Nigéria quando chegou ao país no dia 20 de julho. Sawyer e quatro dos profissionais de saúde que o trataram também morreram de ebola.

Rastreadores de contatos visitaram 18.500 casas para revisar pessoas que podiam ter sido expostas, segundo um relatório publicado no dia 30 de setembro no site do Centro de Controle de Doenças.

Escâneres em tablets

Os técnicos de laboratório que estavam realizando os testes receberam tablets para escanear e subir os resultados ao banco de dados do centro de emergências.

Por sua vez, equipes de campo recebiam alertas por mensagens de texto nos seus celulares informando os resultados, disse Tom-Aba.

Os jornalistas aprenderam a criar imagens usando Google Maps e Google Earth para contar melhor a história.

Para a Nigéria, a próxima meta na luta contra o ebola é deter sua disseminação pela Libéria, Serra Leoa e Guiné, segundo Alex Okoh, diretora da Port Health Services em Lagos.

“Pode ser que nós estejamos livres do ebola, mas enquanto houver algum surto na sub-região, nós ainda continuamos em perigo”, disse ela em uma entrevista. “Não podemos nos descuidar porque sempre vai haver pessoas viajando pelo continente”.

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