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Netos de Mandela criam rede social no nome do avô

Dois netos do ex-presidente sul-africano Nelson Mandela criaram rede social para poder financiar programas de desenvolvimento na África


	Kweku (d) e Ndaba Mandela: "é uma rede social que se nutre da inspiração que meu avô provoca em nível mundial", explica Ndaba
 (Emmanuel Dunand/AFP)

Kweku (d) e Ndaba Mandela: "é uma rede social que se nutre da inspiração que meu avô provoca em nível mundial", explica Ndaba (Emmanuel Dunand/AFP)

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Da Redação

Publicado em 22 de agosto de 2013 às 12h57.

Johanesburgo - Dois netos do ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, que segue hospitalizado em estado grave, criaram no seu nome uma rede social na internet, "uma empresa como qualquer outra", que tem como objetivo o lucro, parte do qual poderá financiar programas de desenvolvimento na África.

Os cidadãos internautas podem se conectar à plataforma "mandela.is", deixar mensagens, enviar fotos ou compartilhar pensamentos. O objetivo é estender ao mundo inteiro o prestígio do herói da luta antiapartheid.

"É uma rede social que se nutre da inspiração que meu avô provoca em nível mundial", explica Ndaba Mandela, de 30 anos, um dos netos, que lidera uma enésima iniciativa familiar que se aproveita da celebridade de Mandela.

"As pessoas podem contar o que Mandela incitou-as a fazer, de que maneira as estimulou a prestar serviço a sua comunidade", acrescenta Ndaba, que é presidente da Africa Rising, uma organização sem fins lucrativos que quer apoiar a inovação e o desenvolvimento na África.

Nelson Mandela é um verdadeiro herói em seu país e um símbolo da paz e da reconciliação nacional no mundo.

Suas quatro hospitalizações sucessivas neste ano lembraram aos sul-africanos que o herói nacional não é imortal.

"Só rendemos homenagem aos nosso heróis, aos nossos chefes, depois que morrem", lamenta Ndaba, que desenvolve o site na companhia de seu primo Kweku, de 28 anos.

O site já conta com milhares de membros, alguns bastante ativos, como o jornalista nigeriano Kukogho Samson, que envia poemas com frequência.

Kathleen Ndongmo, executiva camaronesa de 34 anos, fala em suas mensagens de justiça na África, condenando os casamentos forçados de crianças na Nigéria e a corrupção na Guiné.


A plataforma também reúne histórias publicadas no Facebook e no Twitter e as mensagens têm como palavras-chave "inspiração", "herói de todos os dias" e "ato de bondade desinteressado".

Também recebeu mensagens religiosas. O Congresso Nacional Africano (ANC), partido governante na África do Sul, acaba de se manifestar.

Sua concepção é inspirada amplamente na rede social dedicada à famosa cantora britânica Lady Gaga, "Little Monsters", criado pela empresa da Silicon Valley Backplane, associada também ao desenvolvimento de "mandela.is".

Quase um milhão de pessoas já se inscreveram em "littlemonsters.com" para comprar ingressos de shows, compartilhar fotos ou saber as últimas informações de seu ídolo.

Seu agente, Troy Carter, explica que criou a Backplane para reunir gente que compartilha os mesmos interesses "em uma rede social única em torno de uma marca".

Os primos Mandela acreditam que "mandela.is" terá a mesma força. Esperam inclusive lucrar com o site, e assim ajudar a financiar o Africa Rising.

Ndaba insiste, no entanto, que a prioridade é "criar uma plataforma crível, respeitável e agradável para os usuários".

"Não se trata de fazer dinheiro, mas de fazer as pessoas entenderem quem é Nelson Mandela, e estimulá-las a agir pelo bem de sua comunidade", disse.

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