NETmundial deve criar carta de princípios para a internet
Participantes do evento, que termina hoje em São Paulo, terão de conciliar centenas de opiniões, algumas delas conflitantes, num mesmo documento
Maurício Grego
Publicado em 24 de abril de 2014 às 15h59.
São Paulo -- A conferência NETmundial, que termina nesta quinta-feira em São Paulo, é um evento incomum. Nele, centenas de pessoas, de mais de 80 países, têm acesso aos microfones para dar sua opinião sobre a governança da internet e os princípios que devem regê-la.
Entre elas, há representantes de governos, empresas privadas, organizações técnicas e acadêmicas e ONGs diversas. Alguns participam à distância, enviando comentários via internet. Não é um evento de nerds, já que a discussão é, em boa parte, política.
No debate, baseado num documento prévio elaborado por uma comissão internacional, há temas como privacidade, liberdade de expressão e o monitoramento de informações na rede (o escândalo da NSA foi o principal motivador para a realização do NETmundial).
No plenário, cada fala, de no máximo 90 segundos, é cuidadosamente registrada. Depois, comissões tratam de incorporar essas opiniões a um documento de consenso. O resultado deve ser uma carta de princípios para a governança internet.
O acordo não tem força de lei. “É uma recomendação que vai influenciar políticas públicas”, diz Virgílio Almeida, o coordenador do NETmundial e do ComitêGestor da Internet no Brasil (CGI.br). Mas a tarefa de conciliar tantas opiniões não é fácil.
Temas sobre os quais não há consenso, como a neutralidade da rede (um dos princípios do Marco Civil da Internet brasileiro) devem ficar fora do texto final. Há objeções de países como Rússia, China e Índia, que querem que os governos tenham mais força nas decisões, e que terão de ser levadas em conta. Resta esperar que isso não esvazie o acordo final.
O NETmundial foi aberto ontem pela presidente Dilma Rousseff, que aproveitou a cerimônia de abertura para sancionar, simbolicamente, o Marco Civil da Internet. É organizado pelo CGI.br e pelo /1Net, fórum que reúne organizações de diversos países envolvidas com a internet.
São Paulo -- A conferência NETmundial, que termina nesta quinta-feira em São Paulo, é um evento incomum. Nele, centenas de pessoas, de mais de 80 países, têm acesso aos microfones para dar sua opinião sobre a governança da internet e os princípios que devem regê-la.
Entre elas, há representantes de governos, empresas privadas, organizações técnicas e acadêmicas e ONGs diversas. Alguns participam à distância, enviando comentários via internet. Não é um evento de nerds, já que a discussão é, em boa parte, política.
No debate, baseado num documento prévio elaborado por uma comissão internacional, há temas como privacidade, liberdade de expressão e o monitoramento de informações na rede (o escândalo da NSA foi o principal motivador para a realização do NETmundial).
No plenário, cada fala, de no máximo 90 segundos, é cuidadosamente registrada. Depois, comissões tratam de incorporar essas opiniões a um documento de consenso. O resultado deve ser uma carta de princípios para a governança internet.
O acordo não tem força de lei. “É uma recomendação que vai influenciar políticas públicas”, diz Virgílio Almeida, o coordenador do NETmundial e do ComitêGestor da Internet no Brasil (CGI.br). Mas a tarefa de conciliar tantas opiniões não é fácil.
Temas sobre os quais não há consenso, como a neutralidade da rede (um dos princípios do Marco Civil da Internet brasileiro) devem ficar fora do texto final. Há objeções de países como Rússia, China e Índia, que querem que os governos tenham mais força nas decisões, e que terão de ser levadas em conta. Resta esperar que isso não esvazie o acordo final.
O NETmundial foi aberto ontem pela presidente Dilma Rousseff, que aproveitou a cerimônia de abertura para sancionar, simbolicamente, o Marco Civil da Internet. É organizado pelo CGI.br e pelo /1Net, fórum que reúne organizações de diversos países envolvidas com a internet.