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Namíbia defende leilão de permissão para caça de rinoceronte negro

Leilão nos Estados Unidos é parte de uma quota anial do governo da Namíbia, que permite caçar cinco rinocerontes negros ao ano

rinoceronte (AFP)
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Da Redação

Publicado em 11 de janeiro de 2014 às 14h30.

Autoridades encarregadas da vida silvestre da Namíbia defenderam nesta sexta-feira o leilão nos Estados Unidos de permissões de caça do rinoceronte negro, alegando que esta matança tem como objetivo a conservação de espécies em risco de extinção.

O leilão, celebrado nos Estados Unidos no Dallas Safári Clube de Dallas (Texas, sul), é parte de uma quota anual do governo da Namíbia, em vigor desde 2012, que permite caçar cinco rinocerontes negros ao ano.

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"Indivíduos e organizações nos confrontaram expressando seu desacordo", disse o vice-ministro de Meio Ambiente da Namíbia, Pohamba Shifeta. "Não devem se preocupar, temos um programa e uma política que estamos acompanhando".

Shifeta afirmou que depois do leilão, que termina no sábado, será realizada uma caça em um parque nacional deste país semidesértico do sul da África, que tem uma população de rinocerontes negros de cerca de 1.800 exemplares.

O diretor do Dallas Safári Clube, Ben Carter, disse ter recebido mais de uma dezena de ameaças de morte por e-mail contra sua família e funcionários do clube.

"Vários e-mails diziam: 'a cada rinoceronte que matarem, vamos matar um membro do clube'", disse à NBC News.

Contatado pelo clube, o FBI (polícia federal americana) informou à AFP que leva as ameaças "a sério".

O clube de safári espera que o leilão arrecade de 250.000 a um milhão de dólares e que os recursos sejam usados para os esforços de conservação deste rinoceronte.

Carter defendeu a caça em um comunicado de imprensa na semana passada, no qual insistiu em que a matança contribuirá para aumentar o tamanho da manada, ao eliminar machos "pós-filhote", que "se sabe que matam animais jovens, fêmeas e até filhotes", declarou.

Namíbia assegurou que o arrecadado pela caça, que gerou críticas generalizadas de grupos de defesa da vida silvestre, será destinado a um fundo de conservação. "Nunca se reduziu o número de rinocerontes, de fato aumentou", disse Shifeta.

Com apenas 10 exemplares caçados desde 2006, a Namíbia é menos afetado pela caça ilegal de rinocerontes em comparação com a vizinha África do Sul, segundo a rede Traffic, que monitora o comércio internacional da vida silvestre.

Na África do Sul, a caça ilegal de rinocerontes alcançou níveis críticos, com cerca de um animais mortos em 2012.

Os rinocerontes negros são considerados uma espécie em risco de extinção e o Fundo Mundial para a Natureza (WWF) diz que restam menos de 5.000 na África.

O governo da Namíbia também concede licenças para a caça de elefantes e leões.

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