Museu do futuro transportará visitante a outras realidades
Marcello Dantas, idealizador do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, fala sobre o desafio e o potencial de museus com praticamente nenhum acervo físico
Da Redação
Publicado em 1 de novembro de 2011 às 12h39.
São Paulo – Há alguns anos, museu era sinônimo de antiguidade. Hoje, as novas tecnologias usadas nas exposições vão de encontro a essa ideia, trazendo cada vez mais modernidade para as galerias. O designer e curador Marcello Dantas é um dos pioneiros no Brasil nessa mudança. Idealizador dos museus da Língua Portuguesa, em São Paulo, e das Minas e do Metal, em Belo Horizonte, Dantas afirma que a narrativa audiovisual é o futuro e (o presente) do museu.
Segundo ele, a ideia de criar museus com objetos históricos é uma herança do século XIX. Antes disso, as histórias eram contadas oralmente. O uso de recursos de vídeo e áudio em exposições que não possuem uma coleção é, de certa forma, voltar a essas origens, só que usando outros artefatos.
“Boa parte das coisas que a gente vive não são materiais, não são representadas por objetos, então, o retrato é mostrado muitas vezes pela narrativa do audiovisual, pela interatividade”, diz. Para ele, a expressão-chave para definir esse fenômeno é “inovação de linguagem”. Como o Brasil não possui grandes acervos para montar museus tradicionais, o terreno ficou aberto para uma forma diferente de contar a própria história.
“Os museus estavam muito desprovidos de prestígio no país, eram lugares meio esquecidos. O descaso geral, ocorrido principalmente na época da ditadura militar, encontrou um terreno de possibilidade de invenção muito grande”, afirma Dantas. A nova linguagem não significa que os objetos históricos se tornam menos importantes, mas passam a ser apenas uma nuance da narrativa.
O curador dá o exemplo da cultura indígena. Os potes e as pinturas são valiosos, mas perdem um pouco da riqueza quando não se misturam a outros aspectos menos palpáveis dessa sociedade. E quanto mais recursos diferentes para envolver, estimular e ensinar o público, melhor.
E os museus não vão parar por aí no que diz respeito a inovação. Marcello Dantas acredita que, no futuro, os museus serão capazes de levar o público para o lugar onde os fatos históricos aconteceram. “Todo o território de imersão, de realidade aumentada, é pouquíssimo explorado. Eu acho que poderia representar o momento em que o Bush mandou invadir o Iraque, por exemplo. A pessoa se sentiria dentro da sala, parte da história”, diz.
Para ele, o número de registros históricos em vídeo produzidos atualmente é suficiente para tornar essa ideia realidade. Até lá, os museus interativos, com vídeos e áudio, cumprem a função de contar as histórias que valem a pena ser contadas.
São Paulo – Há alguns anos, museu era sinônimo de antiguidade. Hoje, as novas tecnologias usadas nas exposições vão de encontro a essa ideia, trazendo cada vez mais modernidade para as galerias. O designer e curador Marcello Dantas é um dos pioneiros no Brasil nessa mudança. Idealizador dos museus da Língua Portuguesa, em São Paulo, e das Minas e do Metal, em Belo Horizonte, Dantas afirma que a narrativa audiovisual é o futuro e (o presente) do museu.
Segundo ele, a ideia de criar museus com objetos históricos é uma herança do século XIX. Antes disso, as histórias eram contadas oralmente. O uso de recursos de vídeo e áudio em exposições que não possuem uma coleção é, de certa forma, voltar a essas origens, só que usando outros artefatos.
“Boa parte das coisas que a gente vive não são materiais, não são representadas por objetos, então, o retrato é mostrado muitas vezes pela narrativa do audiovisual, pela interatividade”, diz. Para ele, a expressão-chave para definir esse fenômeno é “inovação de linguagem”. Como o Brasil não possui grandes acervos para montar museus tradicionais, o terreno ficou aberto para uma forma diferente de contar a própria história.
“Os museus estavam muito desprovidos de prestígio no país, eram lugares meio esquecidos. O descaso geral, ocorrido principalmente na época da ditadura militar, encontrou um terreno de possibilidade de invenção muito grande”, afirma Dantas. A nova linguagem não significa que os objetos históricos se tornam menos importantes, mas passam a ser apenas uma nuance da narrativa.
O curador dá o exemplo da cultura indígena. Os potes e as pinturas são valiosos, mas perdem um pouco da riqueza quando não se misturam a outros aspectos menos palpáveis dessa sociedade. E quanto mais recursos diferentes para envolver, estimular e ensinar o público, melhor.
E os museus não vão parar por aí no que diz respeito a inovação. Marcello Dantas acredita que, no futuro, os museus serão capazes de levar o público para o lugar onde os fatos históricos aconteceram. “Todo o território de imersão, de realidade aumentada, é pouquíssimo explorado. Eu acho que poderia representar o momento em que o Bush mandou invadir o Iraque, por exemplo. A pessoa se sentiria dentro da sala, parte da história”, diz.
Para ele, o número de registros históricos em vídeo produzidos atualmente é suficiente para tornar essa ideia realidade. Até lá, os museus interativos, com vídeos e áudio, cumprem a função de contar as histórias que valem a pena ser contadas.