Da Redação
Publicado em 9 de abril de 2012 às 17h04.
Quem comprar o Fire XT317 deve ter em mente que os circuitos internos não têm uma expectativa de vida muito favorável. Estamos falando de um system-on-a-chip MSM7227, similar ao encontrado em muitos smartphones básicos lançados entre 2010 e 2011, como o Galaxy Mini e o HTC Legend. Destrinchando esse SoC, encontramos um núcleo ARM11 de 600 MHz para rodar o sistema e os aplicativos do usuário.
Passando para o processamento gráfico, o MSM7227 prevê uma Adreno 200. Trata-se de uma GPU já bem ultrapassada mas que, por ter suporte ao OpenGL 2.0, deve ser capaz de lidar com a maioria das aplicações sem grandes percalços. O restante do silício inclui 256 MB de RAM, acompanhados por um cartão microSD de 2 GB.
Apesar da configuração esquálida, esse processador não se atrapalhou severamente em nenhum momento do teste. É claro que o Android não é tão fluido quanto em smartphones mais avançados, como o Optimus Black ou o Xperia Arc, mas é desempenho é suficientemente bom para que o uso do aparelho não se torne uma inconveniência. A questão é que, conforme o Android e seu ecossistema de aplicativos evoluem, a quantidade de programas que o Fire suporta diminuirá. Ainda assim, esse celular se saiu relativamente muito bem no benchmark Quadrant, marcando 1100 pontos.
Benchmark Quadrant (em pontos)
Barras maiores indicam melhor desempenho
ZTE Skate
Motorola Spice Key
Samsung Galaxy Ace
LG Optimus Me
O pacote básico de conexões está presente no Fire. Começando com as redes sem fio, ele suporta Wi-Fi n, Bluetooth 2.1, A-GPS e, é claro, as duas bandas essenciais a qualquer smartphone: GSM e 3G. Quanto aos conectores físicos, microUSB e P2 foram o únicos a comparecer, o que é esperado em aparelhos simples. O único diferencial são as duas entradas para cartão SIM, mas falaremos mais sobre essa funcionalidade adiante.
Não sabemos se o Grande Irmão dos motores de busca facilitou as transações, mas o fato é que a Motorola instalou a versão mais nova do Gingerbread (Android 2.3.7) no pequeno Fire. A era do Android 2.x acabou com o estardalhaço do Ice Cream Sandwich (4.0). Mesmo assim, possuir um sistema tão recente é uma vantagem considerável sobre outros smartphones básicos, que raramente recebem updates.
A interface em si não traz grandes novidades sobre o Android convencional. Para um smartphone despretensioso, o Fire oferece uma seleção de aplicativos pré-instalados até robusta. As redes sociais marcam sua presença com Orkut, Facebook e Google+, mas o Twitter, misteriosamente, foi deixado de lado. Não que essa lista seja algo especial. No limite, ela poupa o usuário do trabalho ínfimo que é entrar no Google Play e baixar cada um desses aplicativos, incluindo o ignorado microblog. Mais interessante é a presença do QuickOffice, que exibe documentos do Office e PDF, embora a edição dos mesmos só seja possível com a versão paga do aplicativo. Vale mencionar, entretanto, que o aparelho teve dificuldade em renderizar arquivos PDF mais pesados.
Voltando ao ponto principal do aparelho, ou seja, o uso dos SIM. Para fazer uma ligação o processo é simples: basta entrar no aplicativo de telefone e selecionar, por meio de dois ícones, qual SIM realizará a chamada. Caso apenas um dos slots esteja sendo utilizado, o aparelho é esperto o suficiente para substituir os ícones por um único botão ligar. A interface geral é, portanto, competente. O problema aparece na recepção de chamadas. Apenas um dos SIM pode funcionar em um dado momento, o que significa que, durante uma chamada, as ligações destinadas ao segundo SIM vão direto para a caixa postal. O 3G também só funciona com um dos SIM. Tivemos problemas em apenas uma ocasião durante os testes: uma das ligações realizadas com um chip da TIM foi interrompida por um ruído insuportável.
Como reprodutor de vídeos, o Fire é irrelevante. A própria Motorola parece reconhecer esse fato ao incluir um player nativo que só toca MP4. Contudo, é preciso reconhecer que codecs mais avançados não mudariam muito a experiência do usuário, que ficaria limitado por uma tela de 240 x 320 pixels de qualquer forma. No campo da música o aparelho se sai melhor, com suporte a MP3, M4A, MID, OGG, AMR e WAV. Os alto-falantes não são nada especial mas cumprem o que se espera de um celular simples.
A câmera é similarmente vazia de qualidades. Trata-se de uma unidade de 3,15 MP que tira fotos de qualidade aceitável para a categoria. A gravação de vídeo, limitada pela GPU, produz filmes de resolução 640 x 480. Há poucas opções para ajustar a captura das imagens. Elas se resumem a alterações simples como balanço de branco e zoom digital.
Quando comparado a outros telefones que utilizam mais de um SIM, a duração de bateria ficou abaixo da média. Ele suportou 315 minutos de chamada, com Wi-Fi e Bluetooth ligados. No entanto, o Fire possui mais recursos do que a média dessa categoria, o que torna esse resultado compreensível. No entanto, ao compararmos o Fire a outros smartphones básicos, o cenário não se torna muito melhor.
Duração da bateria durante chamada
Barras maiores indicam melhor desempenho
Motorola Spice Key
Alcatel One Touch
ZTE Skate
Samsung Galaxy Ace
Motorola Fire
Previsivelmente, o acabamento do Fire não é dos melhores. Mesmo se tratando de um aparelho simples, a construção física não inspira tanta confiança quanto outros telefones com teclado físico. Uma característica chata é o fato de que a bateria deve ser removida para acessar os slots de chip SIM.
Processador | Qualcomm MSM7227-1 600 MHz |
---|---|
Tela | 2,8 |
Conexão | 3G,Wi-Fi |
SO | Android 2.3.7 |
Câmera | 3 MP |
Peso | 110 g |
Duração de bateria | 5h15min |
Armazenamento | 512 MB + 2GB (microSD) |
Prós | Dual SIM; combinação de teclado físico e touchscreen; |
---|---|
Contras | Apenas um dos slots permite o uso da rede 3G; tela de baixa qualidade; teclado desconfortável; |
Conclusão | Entre os celulares que utilizam mais de um SIM, o Fire é um dos mais competentes, mas isso não muda o fato de que ele é bem limitado para um smartphone; |
Média | 6.9 |
Preço | R$ 699 |