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Motoboys entram no radar das empresas de tecnologia

Nos últimos meses, pelo menos três operações foram lançadas no País, algumas com aportes consideráveis de investidores

Smartphone (Getty Images)

Smartphone (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 17 de junho de 2014 às 06h27.

Na esteira dos aplicativos que se valem dos smartphones para facilitar a contratação de serviços, como os de agendamento de táxi e delivery de refeições, agora é o mercado de entregas por motoboys que parece entrar no radar dos empresários de tecnologia.

Nos últimos meses, pelo menos três operações foram lançadas no País, algumas com aportes consideráveis de investidores. As iniciativas servem-se do mesmo princípio dos aplicativos de serviços já estabelecidos. Com um cadastro básico, o cliente entra em contato com os motoboys mais próximos e fecha o negócio. As empresas geram receita cobrando uma taxa dos entregadores.

Uma das que puxaram a fila do serviço é a VaiMoto, em operação desde outubro de 2013. Segundo o fundador Daniel Muniz Silva, o negócio se expande rapidamente. "Crescemos três dígitos por mês" diz ele, que já conta com 35 mil usuários na plataforma. Para sair do papel, a empresa contou com aporte de R$ 2 milhões da BR Motorsport, importadora de equipamentos para motociclistas. A VaiMoto estima que até o fim do ano terá um desempenho de 20 mil entregas mensais na grande São Paulo. Com uma taxa cobrada de R$ 1,99 por encomenda, a expectativa é de que, se confirmada essa projeção, a empresa feche o ano com um faturamento mensal de R$ 39,8 mil.

A FindMotoboy é uma das concorrentes da VaiMoto. Caio Cocozza, sócio da empresa, investiu R$ 500 mil do próprio bolso na plataforma. "Geramos economia de tempo e de dinheiro, que pode chegar a 25% do valor do frete tradicional", garante ele, que busca equilibrar a demanda de usuários e a oferta de motoboys. "Não adianta termos motofretistas demais, porque você desmotiva seu principal colaborador. O inverso também é ruim, porque o cliente se frustra", explica Cocozza.

A Rapiddo, outra que atua no nicho, passou a operar um modelo similar após Guilherme Bonifácio observar a demanda na área. Ele mantinha um delivery de alimentos com atuação em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba, o Disk Cook. Como já dominava a tecnologia de geolocalização por conexão móvel, o empresário, que sentia na própria pele a carência nesse segmento de entregas rápidas, decidiu investir. "Desenvolvemos uma ferramenta que poderia ser lançada com uma outra marca, para outras empresas e usuários", explica.

Bem como a VaiMoto, a Rapiddo recebeu um aporte financeiro. Foram R$ 4 milhões da Movile, uma empresa de Campinas especializada em aplicativos para celulares. Muito em virtude do aporte, Bonifácio diz não estar preocupado com o faturamento, sobretudo nesta etapa inicial. "O que queremos agora é realizar o serviço da melhor forma possível", esclarece.

Desafios

O professor André Lemos, da Universidade Federal da Bahia e especialista em mídias locativas, considera que esse é um mercado que tende a se expandir. Para isso, contudo, são necessárias melhorias nas tecnologias de conexão móvel. "No Brasil e no mundo, há uma possibilidade de crescimento muito grande. Mas sem uma conexão 3G boa, barata e confiável, torna-se difícil utilizar esses serviços", explica. Lemos também sublinha a importância de estabelecer uma relação de familiaridade entre usuários e aplicativos. "Eles têm de ter funcionalidade e uma interface que intuitiva para o uso." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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