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Mortes por tabagismo na China alcançarão 2 milhões ao ano em 2030

A mortalidade por tabagismo aumentou fortemente na China entre 1990 e 2010:

Cigarro (Sérgio Bernardino via Photopin)

Cigarro (Sérgio Bernardino via Photopin)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2015 às 08h22.

As mortes provocadas pelo tabagismo na China vão dobrar até alcançar dois milhões ao ano em 2030 se não forem tomadas medidas preventivas, adverte um estudo que será publicado nesta sexta-feira na revista médica The Lancet.

Se a tendência atual se mantiver, um em cada três chineses morrerá vítima do tabagismo, estima um painel internacional integrado por pesquisadores de Oxford (GB), da Academia chinesa de Medicina e do Centro de Controle de Doenças (CDC) do gigante asiático.

"Sem uma ação rápida, continua e generalizada contra o tabaco, a China será confrontada com uma enorme quantidade de mortes prematuras", começou um dos autores do estudo, o professor Liming Li.

Segundo projeções estabelecidas pelo estudo, o número de mortos pelo cigarro passará de um milhão em 2010 (entre eles, 840.000 homens) para dois milhões em 2030 e três milhões em 2050.

Comparativamente, estima-se que atualmente mais de 6 milhões de pessoas morram ao ano pelo hábito de fumar. Os fumantes regulares têm um índice de mortalidade duas vezes superior ao dos não fumantes, com riscos muito maiores de sofrer de câncer e doenças cardiovasculares.

A mortalidade por tabagismo aumentou fortemente na China entre 1990 e 2010: atualmente, 20% dos óbitos de homens com idades entre 40 e 79 anos se devem ao tabagismo (contra 10% em 1990), segundo o estudo.

Hoje em dia, "cerca de dois terços dos jovens chineses começam a fumar no início da idade adulta", afirmam os cientistas. "A menos que parem de fazê-lo, este estudo indica que pelo menos a metade deles acabará morrendo" por causa do cigarro.

Poucas mulheres fumantes

O panorama apresentado pelos pesquisadores não é totalmente negativo. De modo geral, as mulheres chinesas escapam dos estragos do cigarro: a proporção de fumantes entre elas se dividiu por dez entre as nascidas em 1930 e depois de 1960.

Outro sinal de esperança: cada vez mais homens conseguem parar de fumar.

"A proporção de homens que abandonam o cigarro por decisão própria avançou de forma considerável em 15 anos, passando de 3% em 1991 para 9% em 2006", acrescentou o estudo.

O trabalho confirma, ainda, que deixar o cigarro completamente, mesmo depois de muitos anos fumando, traz enormes benefícios para a saúde (pelo menos para aqueles que não tiverem desenvolvido uma doença grave antes de fazê-lo).

A mortalidade entre aqueles que pararam de fumar dez anos atrás, quando ainda gozavam de boa saúde, é idêntica aos daqueles que nunca fumaram, destaca o estudo.

"Parar de fumar antes do desencadeamento de uma doença grave é notavelmente preventivo e cada vez mais fumantes deixam de fazê-lo por vontade própria", destacam os pesquisadores.

O país mais populoso do planeta tem atualmente 300 milhões de fumantes, que consomem aproximadamente um terço dos cigarros produzidos no mundo.

 

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