Tecnologia

Morte ao PowerPoint! é grito de guerra na Suíça

Nasce na Suíça o Partido Anti-PowerPoint com a missão de libertar as pessoas das apresentações chatas

O Partido Anti-PowerPoint fica na Suíça, mas aceita filiados (e doações) do mundo inteiro (Reprodução)

O Partido Anti-PowerPoint fica na Suíça, mas aceita filiados (e doações) do mundo inteiro (Reprodução)

Maurício Grego

Maurício Grego

Publicado em 9 de julho de 2011 às 07h12.

São Paulo — Sabe aquelas apresentações tão tediosas que, assim que o palestrante liga o projetor, a plateia começa a bocejar? O suíço Matthias Poehm resolveu se insurgir contra elas criando o Partido Anti-PowerPoint (APPP).

O objetivo do APPP é banir o uso de aplicativos de apresentações em aulas, reuniões e congressos. E, atenção, applemaníacos:  isso inclui não só o best-seller da Microsoft, mas também todos os programas similares a ele, do Keynote, da Apple, ao módulo de apresentações do OpenOffice.org, o software livre patrocinado pela Oracle.

A iniciativa parece ser, à primeira vista, uma ideia maluca ou, mais provavelmente, uma esperta jogada de marketing. Afinal, Poehm dá treinamento para palestrantes e vende um livro sobre o assunto. Fundar um partido pode ser uma boa maneira de aparecer. Mas ele é um ótimo ator e apresenta suas ideias com convincente seriedade. 

Poehm se diz o messias de 250 milhões de pessoas que são torturadas pelas apresentações soporíferas no mundo inteiro. Em suas contas, só a Europa perde 110 bilhões de euros por ano em tempo e recursos desperdiçados em apresentações inúteis – tudo culpa do PowerPoinit, é claro.

Para chegar a esse número astronômico, ele assumiu que as apresentações acontecem em 11% das empresas e escolas duas vezes por semana, em média. Também supôs que cada sessão é vista por dez pessoas e que 85% delas se sentem desmotivadas pelo que é apresentado. Poehm multiplicou tudo isso pelo salário médio europeu e pelo número de trabalhadores do continente. O resultado, equivalente a 158 bilhões de dólares, é maior que o PIB de países como Nova Zelândia e Marrocos.


Projeto de lei

Os planos do APPP são audaciosos. Na Suíça, há uma espécie de democracia direta. Se alguém consegue coletar 100 mil assinaturas a favor de alguma alteração nas leis, a proposta é submetida a um plebiscito. A ideia de Poehm é propor uma lei proibindo o uso do PowerPoint e de aplicativos similares. Ele diz que, quando conseguir as 100 mil assinaturas, vai promover uma grande festa em Zurique (essa parece ser a melhor parte da história). Enquanto o grande dia não chega, o APPP aceita filiações gratuitas de pessoas de qualquer país e pede doações para a campanha.

E o que os professores, palestrantes e profissionais de negócios vão usar no lugar do onipresente PowerPoint? Para Poehm, a melhor alternativa é o velho e bom flipchart, aquele bloco de papel gigante, suspenso num tripé, que permite desenhar e escrever com canetas. É isso que o fundador do APPP prega em seu livro e em suas sessões de treinamento para palestrantes. Mas, ao que parece, os alunos terão mais sucesso se aprenderem as poderosas técnicas de marketing pessoal do suíço. No vídeo abaixo (em inglês), ele apresenta sua causa.

https://youtube.com/watch?v=qIB-5fts7-k%3Frel%3D0

Acompanhe tudo sobre:ApresentaçõesMicrosoftPowerPointSoftwareTecnologia da informação

Mais de Tecnologia

Comissão Europeia investiga se TikTok deixou de evitar interferência em eleição na Romênia

TikTok pede que Suprema Corte dos EUA suspenda lei que condiciona sua operação no país

Cada vez mais raras: apenas uma startup brasileira se tornou unicórnio em 2024

Robôs de carregamento transformam mercado de veículos elétricos na China