Tecnologia

MIPTV destaca peso das redes sociais e novas plataformas

Na busca por seu caminho, o setor é consciente de que o futuro deixou de ser exclusivo da televisão e se abre aos múltiplos formatos disponíveis para transmitir conteúdo

No total, 11 mil profissionais participaram desta edição da feira, incluindo 4 mil compradores de aproximadamente 100 países (Reprodução)

No total, 11 mil profissionais participaram desta edição da feira, incluindo 4 mil compradores de aproximadamente 100 países (Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 4 de abril de 2012 às 12h58.

Cannes - A feira mais importante do mercado audiovisual, a MIPTV, encerrou nesta quarta-feira em Cannes com a constatação de que a indústria já não pode dar as costas às redes sociais e às possibilidades abertas nos múltiplos formatos disponíveis para transmitir conteúdo.

A estreia do MIPCube, seção prévia dedicada ao futuro da televisão, e o lançamento de "Producers to watch", iniciativa que reconhece a nova geração de talentos, refletem como na busca por seu caminho o setor é consciente de que o futuro deixou de ser exclusivo da televisão.

"Não há outra alternativa", explicou à Agência Efe o espanhol Olmo Figueredo, fundador da produtora "La Claqueta" e um dos quatro jovens de todo o mundo destacados nessa nova categoria.

De acordo com a sua opinião, o mercado continua "capitalizado" pelas grandes produtoras, mas existe uma "ânsia" para provar do novo e ver como aproveitar dele. As companhias emergentes e com menor estrutura possuem como trunfo a maior capacidade de reação.

Vivemos em uma fase de experimentação na qual foi anunciado que o bem-sucedido jogo para dispositivos móveis "Angry Birds" terá antes do fim do ano sua própria série de televisão, e na qual redes como o Facebook ganham peso como distribuidoras de conteúdo e outras como MySpace planejam criar material próprio.

Entretanto, essa acolhida ao clube dos grandes não impede que a indústria continue conservadora, e que em um momento em que a crise econômica não dá trégua na maior parte dos países, seja mantida a aposta por programas de êxito comprovado.

O observatório de televisão The Wit destacou durante a feira que os "reality shows" se mantêm como gênero e que novas propostas nessa linha continuam chegando da Grã-Bretanha, Holanda, Israel e dos países nórdicos.

As dificuldades econômicas também foram refletidas no auge das coproduções, segundo destacou Jens Richter, diretor-executivo da alemã "SevenOne International", distribuidora da nova série "Le Grand", rodada na França e protagonizada por Jean Reno.

"Houve uma maior abertura a uma união em um mesmo projeto e uma das razões é a pressão financeira", disse Richter, segundo o qual nessas produções além das fronteiras se torna "imprescindível" trabalhar em inglês e encontrar elementos que façam sentido nos diferentes países, seja no elenco ou na ideia de início.

No total, 11 mil profissionais participaram desta edição da feira, incluindo 4 mil compradores de aproximadamente 100 países, número que será superado na edição de outubro do MIPCom, que costuma ser aproveitado para acabar de fechar os contatos da MIPTV.

Até lá poderá ser comprovado se, como foi previsto nesta feira, os Jogos Olímpicos de Londres e a difusão pela primeira vez na história de conteúdo em 3D do evento representará um ponto de inflexão para essa tecnologia ao expor em grande escala seu potencial e despertar o interesse dos consumidores.

Nesse futuro, acredita-se que continuará ganhando peso a introdução das marcas na indústria do entretenimento, como reflete o lançamento do programa de Elle Macpherson "Fashion Star", no qual 14 jovens desenhistas tentam um contrato com as cadeias de moda Macy"s, H&M e Saks Fifth Avenue para lançar sua própria coleção.

Portanto, a indústria continua com muitas frentes abertas em uma época na qual, segundo afirmou à Efe o diretor internacional da produtora "Veralia", Marcos Fernández, "os hábitos estão mudando em nível brutal", e a indústria ainda deve achar uma forma de se adaptar com sucesso. 

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