Ministério de Economia francês sofre ataque virtual de grande escala
Foram atingidos mais de 150 computadores do Ministério e contaminados principalmente documentos preparativos do G20 e de outros assuntos internacionais
Da Redação
Publicado em 9 de março de 2011 às 14h27.
Paris - Um ataque virtual de grande escala afetou durante semanas o Ministério de Economia francês, em particular autoridades encarregadas da Presidência francesa no Grupo dos Vinte (G20, que reúne as economias ricas e as principais emergentes), confirmou o próprio Ministério nesta segunda-feira.
O ataque, que teve início em dezembro e se prolongou até o fim da última semana, atingiu mais de 150 computadores do Ministério e contaminou principalmente documentos preparativos do G20 e de outros assuntos internacionais, divulgou a revista "Paris Match" em seu site.
O ministro do Orçamento, François Baroin, indicou que há diversas "pistas" ainda sem confirmação sobre a origem do ataque, que provavelmente teve origem no exterior do país.
Em entrevista à emissora de rádio "Europe 1", Baroin indicou que o ataque não alcançou os expedientes fiscais de particulares, e que o objetivo era "a organização do G20".
Também admitiu que se trata da primeira vez em que ocorre um ataque virtual tão "espetacular" contra o Estado francês.
Uma autoridade contou à "Paris Match" que "se constatou que informações foram redirecionadas para a China, mas isso não significa muito" sobre a origem da operação de pirataria virtual.
O departamento de Economia apresentou uma denúncia "contra X" (que não identifica o suposto culpado) e, desde que houve os primeiros alertas, no início de janeiro, foi ativada uma investigação que está sendo conduzida pela Agência Nacional de Segurança dos Sistemas de Informação (ANSSI).
Embora tenha sido realizada durante esta semana uma operação de manutenção envolvendo 12 mil computadores do departamento de Economia (de um total de 170 mil), os responsáveis pelas investigações admitiram que ainda levarão muitas semanas para identificar os 150 funcionários que acabaram alvo do ataque.
A ANSSI indicou que nem os serviços do Eliseu nem os do primeiro-ministro foram atingidos.