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Magnamed investe R$ 4,7 mi em fundo da Microsoft para empreendedoras

Recursos do fundo devem ser direcionados para startups de tecnologia liderada por mulheres, com foco na área de saúde; inscrições já estão abertas

Marcella Ceva, responsável pela equipe feminina do WE Ventures, em evento do fundo (WE Ventures/Reprodução)
LP

Laura Pancini

Publicado em 26 de abril de 2021 às 10h10.

Última atualização em 26 de abril de 2021 às 12h11.

O Fundo WE Ventures, iniciativa da Microsoft que tem como objetivo incentivar startups de tecnologia liderada por mulheres, anuncia a entrada da Magnamed, fabricante de ventiladores pulmonares, com capital de 4,7 milhões de reais.

Por meio do investimento no fundo, a empresa busca direcionar os recursos para startups com inovações principalmente voltadas para a área médica. As companhias selecionadas precisam ter uma equipe feminina com pelo menos 20% de participação e ter pelo menos uma mulher com cargo de liderança .

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Presença feminina e diversidade são os pilares do fundo liderado pela Microsoft. O motivo, de acordo com Franklin Luzes, vice-presidente de inovação, transformação e novos negócios da Microsoft Brasil, seria mudar o ecossistema empreendedor e transformá-lo em um espaço mais  diverso. “Investimos em 15 empresas em 5 anos e todas tinham sócios homens. Eram mais de 45 sócios fundadores homens e isso me chamou muita atenção”, conta.

Estudos mostram que líderes mulheres podem impactar muito além da sua própria empresa. De acordo com pesquisa da Boston Consulting Group (BCG) de 2019, a inclusão de mulheres no empreendedorismo pode impactar positivamente o Produto Mundial Bruto (PMB) com crescimento de 3% a 6%, impulsionando a economia global de 2,5 a 5 trilhões de dólares.

O que é o fundo WE Ventures?

Lançado em novembro de 2019, o WE Ventures faz parte das iniciativas do Women Entrepreneurship (WE), programa desenvolvido pela Microsoft Participações em parceria com o Sebrae Nacional e M8 Partners, em associação com a Bertha Capital, que tem como objetivo incentivar o empreendedorismo feminino no país por meio de cursos de capacitação e investimentos para em startups de mulheres empreendedoras.

Franklin Luzes afirma que eles estão olhando por startups “tripé”, que “resolvam um problema real” no segmento de saúde, algo que possa ajudar outros países além do Brasil; que tenham um “produto tecnológico” replicável e, por último, que tenham líderes mulheres, para fomentar a diversidade na área.

“Não é só o capital [que oferecemos], é o capital com o apoio de uma empresa âncora de renome, como a Magnamed. É com apoio tecnológico, no caso da Microsoft, e também o apoio de uma equipe feminina”, Luzes ressalta, fazendo referência a participação da equipe da WE, liderada por Marcella Ceva.

Em seu um ano e meio de atividade, o WE Ventures já captou 47 milhões de reais. A meta inicial era de 100 milhões de reais até 2024, mas os números já mostram que o projeto está sendo bem recebido pelo mercado.

Desde a sua chegada ao mercado, o WE Ventures já incorporou dois parceiros estratégicos ( Multilaser e Porto Seguro ) à sua rede de cotistas âncoras – formada anteriormente por Flex e Grupo Sabin. Além disso, o We Ventures já realizou três chamadas para startups, o que resultou em mais de 1.200 empresas inscritas.

Para Marcella Ceva, responsável pela equipe feminina do WE Ventures, o fundo é uma chance de atingir todos os tipos de empreendedoras. “As mulheres só recebem 2,2% do venture capital global, e com certeza elas são dos meios e ciclos mais seletos”, analisa. “Nós queremos democratizar o acesso ao capital. Queremos que toda mulher, seja ela periférica, do Brasil, do Nordeste, acredite que tenha capital para ela.”

Ceva acredita que, com a Magnamed, será possível trazer ainda mais diversidade de segmentos para o fundo. “Além de incentivar mulheres empreendedoras, também buscamos diversificar o segmento de atuação das startups que recebem o nosso apoio.  Todo o histórico de aportes recebidos pela Magnamed e a experiência que a empresa traz para a nossa iniciativa também são muito importantes para a nova rodada”, comenta.

A Magnamed é uma empresa brasileira fabricante de ventiladores pulmonares, fundada em 2005 por Tatsuo Suzuki, Wataru Ueda e Toru Kinjo. A empresa conta com uma experiência importante de investimentos públicos e privados, e tem as gestoras KPTL e Vox Capital como acionistas.

Em 2020, por conta da pandemia do coronavírus , a Magnamed ampliou sua produção de ventiladores pulmonares em dez vezes. Com ajuda externa de outras empresas do setor, ela conseguiu a matéria-prima necessária para produzir os aparelhos no Brasil. Em três meses e meio, a companhia entregou mais de 5.000 equipamentos para o Ministério da Saúde e, com outras quatro empresas, forneceu ao todo cerca de 15.000 ventiladores, também produzidos nacionalmente.

Agora, de acordo com Wataru Ueda, CEO da Magnamed, é a vez da sua empresa auxiliar no desenvolvimento de outras companhias. “Nosso objetivo principal é ajudar empreendedoras a crescer, como nós tivemos a oportunidade lá atrás”, conta Wataru Ueda, CEO da Magnamed. “Faz muita diferença ter apoio de outras empresas que querem ajudá-la, especialmente na área da saúde, que sabemos que é bastante regulamentada e existem várias coisas que precisam ser superadas antes de entrar ao mercado.”

Para Luzes, o fundo vai muito além de captar recursos e gerar investidores. “É uma missão corporativa da Microsoft. Captando recursos, conseguiremos impactar a vida de várias pessoas no país e isso é mais importante do que o fundo ter 50 ou 100 milhões de reais. O importante é saber que contribuímos em um momento tão delicado”, finaliza.

Como participar?

Para participar da rodada de investimento, as startups precisam ter faturamento mínimo anual de 200 mil reais, ser liderada por uma equipe feminina com pelo menos 20% de participação e ter pelo menos uma mulher com cargo de liderança. A rodada ficará aberta por 45 dias. Para se inscrever no processo seletivo do WE, basta acessar o link: http://we.ventures.

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