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Luva robótica e outras inovações integram humanos e robôs

Após enclausurar os robôs durante anos para garantir a segurança, algumas companhias estão encontrando formas de colocá-los junto às pessoas

Robô: máquinas inofensivas para pessoas possuem potencial para propulsionar mercado global de robôs com valor que foi estimado em US$ 8,7 bilhões em 2012 (Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 26 de dezembro de 2013 às 20h25.

Os robôs e os humanos, mantidos separados uns de outros nas fábricas há décadas, estão avançando devagar para a integração.

Após enclausurar os robôs durante anos para garantir a segurança, algumas companhias estão encontrando formas de colocá-los junto às pessoas.

Materiais ligeiros e novos sensores permitem aos engenheiros construir máquinas que possam trabalhar em parceria com os operários ou ainda serem vestidas por eles.

“Normalmente, colocávamos esses grandes portões para manter as pessoas e a robótica separadas”, disse Scott Whybrew, diretor de produção global que trabalha na engenharia de sistemas de veículos da General Motors Co. “A robótica segura para humanos, no entanto, permite-nos que os robôs trabalhem junto aos operadores”.

As máquinas inofensivas para pessoas possuem o potencial para propulsionar um mercado global de robôs com um valor que foi estimado em US$ 8,7 bilhões em 2012.

A BMW está testando modelos que um dia poderiam colaborar com os operários e a GM está desenvolvendo uma “luva robótica” para dar aos empregados um controle mais muscular. A Google Inc., que realizou oito aquisições no ano passado, também está sinalizando seu interesse na robótica.

As equipes de robôs e humanos combinariam a força das máquinas e a capacidade dos funcionários de ver, sentir, tocar e pensar – qualidades cuja replicação mecânica é impossível ou muito custosa.

É uma nova fronteira na automação depois que a mecanização ajudou a aumentar a produção fabril dos EUA em 53%, nas últimas décadas, ainda que a criação de empregos na fabricação tenha despencado 28%.


Cenários futuros

“Robôs e humanos trabalhando juntos combinam o melhor de ambos os mundos”, disse José Sáenz, gerente de pesquisa da Fraunhofer IFF, uma empresa alemã que estuda a automação fabril. “Como fazer com que um robô leve uma carga enquanto uma pessoa o guia? Esses são cenários futuros que estaremos observando logo”.

À medida que os robôs passem a ser mais seguros, baratos e menores, empresas menores poderiam aproveitar a tecnologia, segundo Jeff Burnstein, presidente da Associação para o Avanço da Automação, uma associação profissional em Ann Arbor, Michigan.

A automação não está livre de riscos. Os robôs foram vinculados a mais de 20 acidentes fatais nos EUA, o mais recente deles em 2009, segundo a Administração de Segurança e Saúde no Trabalho do Departamento Americano de Trabalho.

Estimação de contusões

Para ajudar os humanos a fazerem seus trabalhos perto dos robôs, a Fraunhofer IFF, sediada em Magdeburgo, Alemanha, está estudando a força que uma máquina precisa para machucar um operário. Sáenz, o gerente de pesquisa, disse que a ideia é ajudar a estabelecer um padrão para a indústria de automação, que agora depende de barreiras de segurança com interruptores automáticos de energia para separar os robôs das pessoas.

Companhias como a Bayerische Motoren Werke AG e a Escalette LLC, uma pequena fabricante de peças de encanamento em Costa Mesa, Califórnia, estão experimentando com robôs que trabalham lado a lado com humanos. Construídas pela Universal Robots, sediada em Odense, Dinamarca, as máquinas são mais seguras, ocupam menos espaço e não interrompem os movimentos dos operários como os robôs tradicionais, disse Roland Guhr, gerente de planejamento técnico de montagem na montadora da BMW na Carolina do Sul.

A luva robótica da GM, que está em sendo desenvolvida com a NASA, cria 20 libras de poder de agarramento com pouco esforço. O dispositivo, parecido com uma luva de esqui azul, poderia permitir aos operários colocar janelas nas portas dos carros com menos esforço, reduzindo a probabilidade de lesões, disse Whybrew da GM.

A GM está trabalhando com terceiros não divulgados para comercializar a luva robótica como parte da nova geração de colaboração entre humanos e robôs, disse Whybrew. Ele antevê uma fábrica onde as máquinas ajudem as pessoas em lugar de concorrerem por seu trabalho.

“Se um robô der de cara com você, ele dirá mesmo ‘Ei, desculpa’”, disse Whybrew. “Quase como outra pessoa trabalhando do seu lado”.

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Os robôs e os humanos, mantidos separados uns de outros nas fábricas há décadas, estão avançando devagar para a integração.

Após enclausurar os robôs durante anos para garantir a segurança, algumas companhias estão encontrando formas de colocá-los junto às pessoas.

Materiais ligeiros e novos sensores permitem aos engenheiros construir máquinas que possam trabalhar em parceria com os operários ou ainda serem vestidas por eles.

“Normalmente, colocávamos esses grandes portões para manter as pessoas e a robótica separadas”, disse Scott Whybrew, diretor de produção global que trabalha na engenharia de sistemas de veículos da General Motors Co. “A robótica segura para humanos, no entanto, permite-nos que os robôs trabalhem junto aos operadores”.

As máquinas inofensivas para pessoas possuem o potencial para propulsionar um mercado global de robôs com um valor que foi estimado em US$ 8,7 bilhões em 2012.

A BMW está testando modelos que um dia poderiam colaborar com os operários e a GM está desenvolvendo uma “luva robótica” para dar aos empregados um controle mais muscular. A Google Inc., que realizou oito aquisições no ano passado, também está sinalizando seu interesse na robótica.

As equipes de robôs e humanos combinariam a força das máquinas e a capacidade dos funcionários de ver, sentir, tocar e pensar – qualidades cuja replicação mecânica é impossível ou muito custosa.

É uma nova fronteira na automação depois que a mecanização ajudou a aumentar a produção fabril dos EUA em 53%, nas últimas décadas, ainda que a criação de empregos na fabricação tenha despencado 28%.


Cenários futuros

“Robôs e humanos trabalhando juntos combinam o melhor de ambos os mundos”, disse José Sáenz, gerente de pesquisa da Fraunhofer IFF, uma empresa alemã que estuda a automação fabril. “Como fazer com que um robô leve uma carga enquanto uma pessoa o guia? Esses são cenários futuros que estaremos observando logo”.

À medida que os robôs passem a ser mais seguros, baratos e menores, empresas menores poderiam aproveitar a tecnologia, segundo Jeff Burnstein, presidente da Associação para o Avanço da Automação, uma associação profissional em Ann Arbor, Michigan.

A automação não está livre de riscos. Os robôs foram vinculados a mais de 20 acidentes fatais nos EUA, o mais recente deles em 2009, segundo a Administração de Segurança e Saúde no Trabalho do Departamento Americano de Trabalho.

Estimação de contusões

Para ajudar os humanos a fazerem seus trabalhos perto dos robôs, a Fraunhofer IFF, sediada em Magdeburgo, Alemanha, está estudando a força que uma máquina precisa para machucar um operário. Sáenz, o gerente de pesquisa, disse que a ideia é ajudar a estabelecer um padrão para a indústria de automação, que agora depende de barreiras de segurança com interruptores automáticos de energia para separar os robôs das pessoas.

Companhias como a Bayerische Motoren Werke AG e a Escalette LLC, uma pequena fabricante de peças de encanamento em Costa Mesa, Califórnia, estão experimentando com robôs que trabalham lado a lado com humanos. Construídas pela Universal Robots, sediada em Odense, Dinamarca, as máquinas são mais seguras, ocupam menos espaço e não interrompem os movimentos dos operários como os robôs tradicionais, disse Roland Guhr, gerente de planejamento técnico de montagem na montadora da BMW na Carolina do Sul.

A luva robótica da GM, que está em sendo desenvolvida com a NASA, cria 20 libras de poder de agarramento com pouco esforço. O dispositivo, parecido com uma luva de esqui azul, poderia permitir aos operários colocar janelas nas portas dos carros com menos esforço, reduzindo a probabilidade de lesões, disse Whybrew da GM.

A GM está trabalhando com terceiros não divulgados para comercializar a luva robótica como parte da nova geração de colaboração entre humanos e robôs, disse Whybrew. Ele antevê uma fábrica onde as máquinas ajudem as pessoas em lugar de concorrerem por seu trabalho.

“Se um robô der de cara com você, ele dirá mesmo ‘Ei, desculpa’”, disse Whybrew. “Quase como outra pessoa trabalhando do seu lado”.

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