Tecnologia

Lenovo Y50

O Lenovo Y50 é a primeira tentativa da empresa chinesa de conquistar o público gamer com notebooks super-potentes. Recebemos para teste a versão topo de linha da marca e ficamos muito felizes com o resultado. No entanto, o preço da máquina já não é tão animador. Confira a seguir se esse aparelho tem ou não […]

Lenovo Y50 Detalhe

Lenovo Y50 Detalhe

DR

Da Redação

Publicado em 16 de setembro de 2015 às 19h20.

logo-infolab

O Lenovo Y50 é a primeira tentativa da empresa chinesa de conquistar o público gamer com notebooks super-potentes. Recebemos para teste a versão topo de linha da marca e ficamos muito felizes com o resultado. No entanto, o preço da máquina já não é tão animador. Confira a seguir se esse aparelho tem ou não potencial para se tornar o seu companheiro de jogatina online.

Design

A Lenovo passou mais de uma década majoritariamente vendendo computadores para empresas, lançando, recentemente, alguns produtos voltados a consumidores comuns. Como primeiro integrante de sua Série Y, voltada para gamers, o Y50 faz um excelente trabalho em se apresentar como forte e potente, sem parecer algo saído da mochila de um adolescente endinheirado (como, por exemplo a série Republic of Gamers, da Asus).

O exterior é todo em alumínio, com uma textura muito leve, que dá um visual de aço escovado para o corpo do produto. Exceto por pequenos vincos na parte de trás da tela, a parte superior do Y50 é completamente lisa.

Quando aberto, a coisa muda um pouco. As caixas de som são cobertas por uma grelha de metal preta e um fundo vermelho, as cores padrão para a maior parte dos integrantes de segmento gamer. Esses detalhes também são visíveis pelas laterais, mas não chamam tanto a atenção. A tela tem uma borda um tanto quanto larga, 2 cm nas laterais e topo, além de ser localizada um pouco para dentro destas bordas. É um design um pouco antiquado, mas funcional.

O teclado é bastante confortável para um notebook. A distância entre as teclas é boa e a distância de movimento também é confortável, ainda que não seja perfeita. Todas as teclas possuem a lateral vermelha e as letras também são transparentes, tornando o teclado todo retroiluminado. O tamanho do notebook também dá espaço para comportar um teclado numérico, excelente para qualquer um desacostumado com minúsculos teclados de alguns computadores portáteis.

A lateral direita possui duas portas P2, para headset e microfone, um leitor de cartão SD, uma porta Kensington e uma porta USB 2.0. O lado esquerdo, por sua vez, conta com duas portas USB 3.0, uma saída HDMI  e uma porta Ethernet. Apesar do tamanho, o Y50 não possui um leitor de DVD, mas a Lenovo envia um modelo USB na caixa, para ser utilizado nas raras ocasiões em que isso for necessário.

Configuração

Para um notebook, a configuração do Y50 é basicamente excepcional. Um Intel I7 4720HQ quad core de 2,6 GHz, acompanhado de 16 GB de RAM e uma HD mecânica de 1TB. As meninas dos olhos, no entanto, são a GPU Nvidia 960M de 4GB e  a tela IPS 4K touchscreen.

Esqueça o touchscreen. É um adendo bobo em um computador extremamente potente e não tem lugar em um notebook que não seja conversível ou ao menos possua algum tipo de função dobrável que o torne mais ergonômico para isso. No Y50 você jamais vai usar o touch, que, no nosso caso, foi responsável apenas por cliques indesejados quando alguém desejava mostrar algo na tela.

O display, no entanto, é de qualidade espetacular. O painel de 15,6 polegadas com resolução de 3840 por 2160 é de um exagero absurdo, provavelmente muito superior aos limites da visão humana. Ainda assim, a opção de se poder utilizar um grande número de programas na mesma tela não pode ser jogada fora. Os ângulos de visão são muito bons e o escalonamento do Windows 10 funcionou muito bem, possibilitando que alternássemos entre ícones minúsculos (com espaço enorme) ou fontes em alta resolução, com facilidade. O único problema dela é o fato de ser absurdamente reflexiva. Isso tornou muito difícil fotografá-la no estúdio e tornará difícil jogar em ambientes muito iluminados.

Antes de mais nada, o propósito do Y50 é ser uma máquina de games e isso ele faz excepcionalmente bem, com algumas ressalvas.

A 960M é mais do que suficiente para rodar quaisquer jogos em 1080p a 60 fps. Dishonored, Batman: Arkham City, todos rodaram impecavelmente, batendo 60 fps com as configurações no modo Ultra, ou qualquer que fosse o máximo, com direito a Anisotropic Filtering e Anti Aliasing. Ultra Street Fighter IV, por exemplo, atingia tranquilamente a marca de 130 fps em 1080p. Bioshock Infinite chegava a 50 fps, o que não tornava a experiência ruim, mas é algo notável pelos olhos mais atentos.

A 4K, no entanto, as coisas mudam. Street Fighter ainda rodava perfeitamente, atingindo 66 fps com todas as configurações no máximo (ainda que tenha um problema com V-Sync, que não é exatamente culpa da Lenovo ou da Nvidia). Dishonored, no entanto, cai para 30 fps, em média, e Bioshock Infinite foi bem difícil de jogar, chegando a 15 fps em alguns casos.

Resultado: mesmo que jogando com a tela 4K do Y50, os jogos permaneciam rodando a 1080p, já que acima disso, o trabalho é pesado demais para a 960M. Quando ligado a uma TV 1080p e utilizando o Steam no modo Big Picture, se torna o console perfeito, tanto para games casuais em grupo (Gauntlet foi particularmente interessante e rodou bem), como para um bom jogo de suspense durante a madrugada.

Todo esse bom desempenho é marcado por uma mancha triste, chamada HD mecânico. Um produto deste preço e deste tamanho não poderia ter esta como única opção de armazenamento. É impressionante como rodam bem os jogos e softwares depois de carregados, mas a lentidão da máquina ao ligar é muito notável. Ao utilizar a tecla do Windows para invocar o menu iniciar e digitar o nome dos softwares (na maior parte das vezes, o Steam), havia uma demora da parte do sistema em encontrar o software. É uma pena que essa única peça faça com que uma máquina desse porte  seja mais lenta do que alguns tablets e conversíveis para utilização do dia-a-dia.

Entendemos que uma biblioteca de games ocupa espaço, mas é possível que a Lenovo tenha entendido mal seus clientes nesse ponto. Gamers, em sua maioria, tranquilamente trocariam a HDD de 1TB por uma SSD de 250GB pelos ganhos no desempenho. Os mesmos compradores que pagariam 11 mil reais num notebook possuem dinheiro para comprar um HD externo ou uma conexão de internet ultra-rápida para refazer os downloads de seus jogos. É a única coisa do notebook que necessita urgentemente de uma revisão. O Y50 não possui espaço para uma segunda unidade de armazenamento, o que é estranho para uma máquina deste tamanho sem drive de DVD, mas não cabe a nós julgar o complexo projeto por trás de um notebook com necessidades especiais de resfriamento, como esse.

A falta de Wi-Fi AC também é uma incógnita, considerando o preço do produto.

Bateria

A duração de bateria, como em outros notebooks da mesma categoria, é bem ruim. Em nosso teste de vídeo, o Y50 não chegou a exibir completamente o vídeo que utilizamos para os testes. Em duas horas e três minutos de vídeo, a bateria chegava a 1%. Não que a bateria não seja grande, mas o processador e a placa de vídeo são glutões em termos energéticos, diferente do que ocorre em sistemas com processadores Core M e gráficos Intel HD Graphics.

Vale a pena?

O dólar alto não ajuda em nada o preço de 11 mil reais do Y50, como já foi dito acima. Parte do preço é a “grife” de um notebook gamer, com visual de metal. Outra parte foi alocada no projeto e em peças notavelmente caras, mas necessárias para o bom desempenho em jogos, como o processador i7 4720HQ e a Nvidia GTX 960M. Por último, há uma parte gasta em aspectos que em nada melhoram a experiência do usuário final, como a tela 4K (uma adição ruim a telas de 15,6 polegadas) e o touchscreen (uma adição ruim a qualquer notebook convencional).

Em suma, o projeto é um pouco esquisofrênico, mas cria um excelente produto final com um preço muito maior do que deveria. Fica curiosidade de saber quanto custaria uma versão deste notebook com uma tela 1440p ou 1080p, sem touchscreen, com um SSD no lugar da HD mecânico. Essa, sim, seria a versão perfeita do Y50, com uma resolução compatível com a placa de vídeo e bom desempenho em todos os aspectos de sua utilização.

 

Ficha técnica

ProcessadorIntel i7 4720HQ Quad Core 2.6 GHz
RAM16 GB DDRL 1600MHz
TelaUHD (3840x2160 pixels) Touchscreen
Conexões1 USB 2.0, 2 USB 3.0, HDMI, Ethernet Gigabit, Leitor de SD, P2
ArmazenamentoHDD 1TB 5400 RPM
Wi-FiBluetooth, Wifi 802.11 b/g/n

Avaliação técnica

PrósBoa placa de vídeo; bom processador; 16 GB de RAM
Contras Resolução 4K é desnecessária em uma tela deste tamanho; preço alto, tem HD em vez de SSD; falta Wi-Fi AC
ConclusãoComputador muito caro, com algumas falhas, mas que roda jogos de forma excelente
Configuração8.8
Usabilidade9,0
Bateria6,0
Design8,8
Áudio e Vídeo10
Média8.7
PreçoR$ 11 mil
Acompanhe tudo sobre:GamesLenovoNotebooks

Mais de Tecnologia

WhatsApp libera transcrição de áudios para textos; veja como usar

Apple deve lançar nova Siri similar ao ChatGPT em 2026, diz Bloomberg

Instagram lança ferramenta para redefinir algoritmo de preferências dos usuários

Black Friday: 5 sites para comparar os melhores preços