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Lenovo triplicará em mercados onde o iPhone é caro

Nos próximos trimestres, a companhia começará a vender smartphones em pelo menos 20 novos mercados no Oriente Médio, na África e na América Latina


	Smartphone da Lenovo é exposto durante conferência de imprensa sobre os resultados anuais da companhia, em Hong Kong
 (Bobby Yip/Reuters)

Smartphone da Lenovo é exposto durante conferência de imprensa sobre os resultados anuais da companhia, em Hong Kong (Bobby Yip/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 11 de novembro de 2013 às 18h55.

Pequim - O Lenovo Group Ltd., o maior fabricante de computadores pessoais do mundo, afirmou que triplicará o número de mercados em que vende smartphones, focando-se em economias emergentes onde os iPhones, da Apple Inc., são considerados muito caros.

“Observamos a primeira rodada de sucesso nos países asiáticos”, declarou o presidente Yang Yuanqing, em uma entrevista ontem. “Oferecemos produtos acessíveis para os mercados emergentes. Isso é muito importante. Para esses mercados, o iPhone provavelmente não seja o produto mais vendido. A Lenovo pode ser muito mais competitiva”.

Nos próximos trimestres, a Lenovo começará a vender smartphones em pelo menos 20 novos mercados no Oriente Médio, na África e na América Latina junto com os dez onde eles já são vendidos, acrescentou Yang. A expansão global segue o sucesso na Indonésia, onde a Lenovo conquistou uma participação de 13 por cento do mercado em 12 meses e obteve margens de lucros superiores àquelas do seu mercado local, a China, afirmou o presidente.

O crescimento da sua participação no mercado mundial de smartphones ajudou a Lenovo a registrar lucros no segundo trimestre acima das estimativas dos analistas. A renda líquida subiu 36 por cento para US$ 219,7 milhões nos três meses encerrados em setembro, informou ontem a Lenovo. Assim, ultrapassou a média de US$ 202,7 milhões de 17 estimativas de analistas compiladas pela Bloomberg.

“Envios de smartphones”

“Seus envios de smartphones foram melhores do que eles indicavam originalmente”, escreveu ontem por e-mail Jun Zhang, analista na Wedge Partners Corp. “A margem bruta e a operativa deveriam melhorar com a expansão do negócio de smartphones”, acrescentou Zhang.

A receita expandiu-se 13 por cento para US$ 9,77 bilhões no segundo trimestre, superando a média de US$ 9,41 bilhões de 18 estimativas de analistas.


A expansão no exterior poderia impulsionar as vendas de dispositivos móveis para 50 por cento do total da Lenovo daqui a cinco anos dos atuais 20 por cento, disse Yang

Embora a companhia possua planos para expandir organicamente seus negócios, também considerará oportunidades de crescer mediante aquisições, disse Yang. Ele não quis comentar sobre alvos específicos nem se a companhia procurou a BlackBerry Ltd.

“São ferramentas”

“Queremos investir o dinheiro dos nossos acionistas de forma inteligente”, declarou Yang na entrevista. “Exceto se houver uma chance de dar-lhes um bom retorno, e nós podemos dar-lhes uma boa cotação, não acredito que devemos realizar uma aquisição. As aquisições não são um fim por si mesmo, são ferramentas”.

Yang está expandindo-se nos dispositivos móveis, concorrendo com a Apple e a Samsung Electronics Co. em meio a uma queda nos envios mundiais de computadores. A Lenovo registrou os maiores ganhos em envios entre os cinco maiores vendedores de computadores durante o período, ao passo que a indústria recuou 7,6 por cento pela fraca confiança dos consumidores nos computadores tradicionais, informou a pesquisadora IDC no mês passado.

Nesse período, a participação da companhia no mercado global de PCs ascendeu de 15,7 por cento um ano atrás para 17,3 por cento, porque conseguiu aumentar seus envios 2,2 por cento em meio ao declínio da indústria, informou a IDC.

Os envios de smartphones da Lenovo cresceram 78 por cento, totalizando 12,3 milhões de unidades, anunciou a companhia ontem.

A Lenovo, que lançou seu modelo K900 em maio, ficou quarta em envios globais de smartphones durante o período e sua participação de mercado passou de 3,7 por cento um ano atrás para 4,7 por cento, conforme a IDC.

“Os melhores lucros se devem parcialmente ao seu negócio de smartphones e ao controle de custos”, disse Jenny Lai, analista da HSBC Holdings Plc, sediada em Taipei, a respeito dos resultados do segundo trimestre. “O crescimento da receita está vindo tanto do ciclo de substituição corporativa quanto da crescente contribuição das vendas de smartphones”.

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