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Justiça sueca mantém ordem de prisão contra Assange

O tribunal rejeitou os argumentos dos advogados de defesa do jornalista australiano, que se refugiou há dois anos na embaixada do Equador em Londres

Julian  Assange (Getty Images)

Julian Assange (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 16 de julho de 2014 às 12h45.

Um tribunal de primeira instância de Estocolmo concordou nesta quarta-feira em manter a ordem de prisão preventiva emitida à revelia contra o fundador do portal Wikileaks, Julian Assange, em novembro de 2010, por quatro supostos crimes sexuais, informou nesta quarta-feira a agência sueca de notícia "TT".

O tribunal rejeitou os argumentos dos advogados de defesa do jornalista australiano, que se refugiou há dois anos na embaixada do Equador em Londres, após o Supremo britânico ter ordenado sua extradição à Suécia.

O Equador concedeu asilo político a Assange por temor de que se ele fosse enviado da Suécia aos Estados Unidos poderia ser julgado por um tribunal militar por ter divulgado informação confidencial por meio do Wikileaks.

Os advogados de Assange citados pela imprensa local anunciaram que apelarão da decisão do tribunal, que considerou que Assange continua sendo suspeito dos crimes e existe risco de fuga.

Esse foi o argumento utilizado hoje pela promotoria, que pediu um prolongamento da ordem de prisão por considerar real o risco de fuga de Assange, o que impediria um interrogatório.

A defesa afirma que Assange pode prestar depoimento na embaixada em Londres, mas a promotoria alega que o caso é grave e necessitaria de mais de uma audiência e inclusive de testes de DNA, o que só poderia ser feito na Suécia.

Thomas Olsson, advogado de Assange, voltou a qualificar de desproporcional a ordem de detenção, que segundo ele está sendo muito pesada para o ativista, que nos últimos anos deixou de trabalhar e ter vida social normal.

Assange é acusado de quatro delitos sexuais, que ele nega, contra duas mulheres quando visitou a Suécia em agosto de 2010.

O processo sempre foi cercado de polêmica sobre a veracidade das denúncias e os motivos das litigantes, vazamentos para a imprensa, substituições de promotores e uma reabertura do caso, que tinha sido reduzido inicialmente a um crime menor.

Assange, de 41 anos, foi preso em 7 de dezembro de 2010 em Londres a pedido da justiça sueca, dias depois do Wikileaks divulgar, junto com vários jornais do mundo, milhares de comunicados diplomáticos confidenciais dos Estados Unido.

Após um longo processo judicial no Reino Unido, durante o qual o ativista ficou preso e sob prisão domiciliar, foi decretado sua extradição pela Suprema Corte. Em junho de 2012, Assange se refugiou na embaixada do Equador para evitar sua entrega para a Suécia.

Um mês depois, o governo do Equador concedeu asilo ao fundador do Wikileaks com esperança de que as autoridades britânicas concedessem a Assange um salvo-conduto para viajar para Quito, o que não ocorreu.

 

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