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Jovem pode pegar 10 anos de prisão por post no Facebook

Preso há cinco meses, Justin Carter, de 19 anos, pode ser condenado a até dez anos de prisão por causa de um comentário no Facebook

Os pais de Justin Carter vendem camisetas como esta para angariar fundos para pagar a fiança (Reprodução)

Maurício Grego

Publicado em 9 de julho de 2013 às 11h38.

São Paulo — Em fevereiro deste ano, um jovem chamado Justin Carter, então com 18 anos, foi preso no Texas. Carter, que continua na prisão, começa a ser julgado neste mês e pode pegar até dez anos de cadeia. Seu crime: publicar um comentário tido como inapropriado no Facebook .

A história vem sendo contada pela imprensa americana. Carter, um ávido jogador do game League of Legends, discutia com um adversário na rede social quando soltou um comentário dizendo: Acho que vou dar uns tiros num jardim da infância e ver o sangue dos inocentes correr; e comer o coração de um deles.

Jennifer Carter, mãe de Justin, escreveu no site Change.org que seu filho pontuou a frase com JK, abreviatura de just kidding (só brincando) e LOL, laughing out loud (morrendo de rir), deixando claro que aquilo era uma brincadeira de mal gosto.

Alguém o chamou de maluco e disse que ele estava com a mente perturbada. Então ele respondeu de forma sarcástica, diz Jennifer. Mas houve quem levasse a sério a declaração de Justin Carter.

Num país marcado por seguidas tragédias em que algum maluco saiu atirando em criancinhas, brincar com esse tema é perigoso, como ficou claro depois. Apenas dois meses antes, um atirador havia matado 28 pessoas, incluindo 20 crianças, numa escola da cidade de Newtown, no estado de Connecticut.

Uma senhora no Canadá ficou alarmada ao ver o comentário de Carter no Facebook e o denunciou às autoridades. Sua casa foi revistada e seu computador foi apreendido. Nenhuma arma foi encontrada. Mesmo assim, ele passou seu décimo-nono aniversário na prisão.


Mas isso não é tudo. Jack Carter, pai de Justin, disse ao site NPR que seu filho foi confinado numa cela solitária e chegou a apanhar na prisão. Em abril, um tribunal do Texas o acusou formalmente de ameaça terrorista e fixou uma fiança de 500 mil dólares para sua libertação.

O valor foi considerado alto por juristas americanos. Trabalho como advogado há dez anos. Já defendi assassinos, terroristas e estupradores. Nunca vi uma fiança de 500 mil dólares, disse Don Flanary, advogado de Carter, ao NPR. A família diz que não tem dinheiro suficiente para pagar a fiança.

Os pais de Carter criaram um abaixo-assinado pela libertação de seu filho no Change.org. Nesta semana, ele já tinha cerca de cem mil assinaturas. Também montaram um site para angariar doações para pagar a fiança.

Numa entrevista à rede de TV CNN (veja abaixo), Jack Carter disse que seu filho está deprimido e sem esperança. A entrevistadora observa que, cada vez que há uma chacina de crianças, comenta-se que a tragédia poderia ter sido evitada. Alguém provavelmente deve ter visto alguma coisa suspeita e deveria ter denunciado.

Jack Carter responde: Sim, essas suspeitas precisam ser investigadas, sem dúvida. Mas, em algum momento na investigação, é preciso retomar o bom senso. A seguir, o vídeo (em inglês) da entrevista:

//www.youtube.com/embed/FbjwKzFV0sM?rel=0

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São Paulo — Em fevereiro deste ano, um jovem chamado Justin Carter, então com 18 anos, foi preso no Texas. Carter, que continua na prisão, começa a ser julgado neste mês e pode pegar até dez anos de cadeia. Seu crime: publicar um comentário tido como inapropriado no Facebook .

A história vem sendo contada pela imprensa americana. Carter, um ávido jogador do game League of Legends, discutia com um adversário na rede social quando soltou um comentário dizendo: Acho que vou dar uns tiros num jardim da infância e ver o sangue dos inocentes correr; e comer o coração de um deles.

Jennifer Carter, mãe de Justin, escreveu no site Change.org que seu filho pontuou a frase com JK, abreviatura de just kidding (só brincando) e LOL, laughing out loud (morrendo de rir), deixando claro que aquilo era uma brincadeira de mal gosto.

Alguém o chamou de maluco e disse que ele estava com a mente perturbada. Então ele respondeu de forma sarcástica, diz Jennifer. Mas houve quem levasse a sério a declaração de Justin Carter.

Num país marcado por seguidas tragédias em que algum maluco saiu atirando em criancinhas, brincar com esse tema é perigoso, como ficou claro depois. Apenas dois meses antes, um atirador havia matado 28 pessoas, incluindo 20 crianças, numa escola da cidade de Newtown, no estado de Connecticut.

Uma senhora no Canadá ficou alarmada ao ver o comentário de Carter no Facebook e o denunciou às autoridades. Sua casa foi revistada e seu computador foi apreendido. Nenhuma arma foi encontrada. Mesmo assim, ele passou seu décimo-nono aniversário na prisão.


Mas isso não é tudo. Jack Carter, pai de Justin, disse ao site NPR que seu filho foi confinado numa cela solitária e chegou a apanhar na prisão. Em abril, um tribunal do Texas o acusou formalmente de ameaça terrorista e fixou uma fiança de 500 mil dólares para sua libertação.

O valor foi considerado alto por juristas americanos. Trabalho como advogado há dez anos. Já defendi assassinos, terroristas e estupradores. Nunca vi uma fiança de 500 mil dólares, disse Don Flanary, advogado de Carter, ao NPR. A família diz que não tem dinheiro suficiente para pagar a fiança.

Os pais de Carter criaram um abaixo-assinado pela libertação de seu filho no Change.org. Nesta semana, ele já tinha cerca de cem mil assinaturas. Também montaram um site para angariar doações para pagar a fiança.

Numa entrevista à rede de TV CNN (veja abaixo), Jack Carter disse que seu filho está deprimido e sem esperança. A entrevistadora observa que, cada vez que há uma chacina de crianças, comenta-se que a tragédia poderia ter sido evitada. Alguém provavelmente deve ter visto alguma coisa suspeita e deveria ter denunciado.

Jack Carter responde: Sim, essas suspeitas precisam ser investigadas, sem dúvida. Mas, em algum momento na investigação, é preciso retomar o bom senso. A seguir, o vídeo (em inglês) da entrevista:

//www.youtube.com/embed/FbjwKzFV0sM?rel=0

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