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Jovem pesquisador treina abelhas para detectar doenças em plantações

A ideia do cientista sérvio de 18 anos é identificar com rapidez infecções fúngicas em cereais

abelhas (Reuters)

abelhas (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 10 de março de 2015 às 06h24.

A detecção rápida de doenças em cereais é fundamental para combatê-las, o que é possível de ser conseguido com a ajuda de abelhas especialmente treinadas, garante o jovem pesquisador sérvio Nemanja Filipovic.

"Basta apenas uma abelha para a detecção. Ou seja, com 100 abelhas dá para construir 100 aparelhos de detecção, e isso é uma mostra da grande eficácia deste processo", afirmou ele em entrevista à Agência Efe.

O objetivo do cientista, de apenas 18 anos, é identificar com rapidez infecções fúngicas de cereais, porque eles representam um grande problema e porque provar sua existência é um processo "caro e demorado".

"Se alguns cheiros que esses fungos emitem forem detectados, em questão de segundos seriam obtidos os resultados, e muito dinheiro seria economizado. Se treinarmos as abelhas, elas reagirão estendendo seu probóscide (trompa) quando sentirem um determinado cheiro", explicou.

Para Filipovic, especializado em eletrônica, é possível criar "um aparelho que de fato registre" o que as abelhas detectam.

"Dessa forma, é possível ver com facilidade o que ocorre e se elas acharam o cheiro (do fungo)", detalhou o jovem, que realizou um estudo a respeito no Centro de Pesquisa de Petnica, uma escola do governo da Sérvia que reúne jovens cientistas interessados em diferentes áreas do conhecimento.

Para seguir a reação do inseto com extraordinário olfato, Filipovic desenvolveu algoritmos especiais. Ao lado de outra jovem bióloga sérvia, Andjela Todevic, ele elaborou um treinamento específico das abelhas, "fixando-as" em um suporte especial, criado com essa finalidade em uma impressora 3D.

Embora não possam voar quando estão presas ao suporte, as abelhas continuam batendo as asas, algo indispensável porque, caso o movimento do corpo fique totalmente impedido, elas entram em processo de estresse e não podem reagir aos cheiros. As abelhas recebem uma recompensa doce junto a um estímulo - neste caso, um determinado cheiro - e "depois de algumas vezes, aprendem a vincular o estímulo ao alimento".

"Cada vez que recebe esse estímulo, a abelha acredita que chegará também a comida e estende imediatamente a probóscide para seu consumo. Esse reflexo é inerente a seu sistema nervoso (...), assim é como se orientam pelos cheiros das flores na natureza, e quando param em uma planta que é a fonte de seu alimento, estendem seu probóscide para coletar esse néctar das flores", disse Filipovic.

Em sua pesquisa, o jovem fez experiências com o aroma de eucalipto, já que o Centro de Pesquisa de Petnica não permite o uso de substâncias perigosas.

"As abelhas têm realmente um enorme potencial", afirmou Filipovic.

Segundo o jovem cientista, as pesquisas com abelhas ainda são bastante esporádicas no mundo, mas o maior uso com fins científicos pode impulsionar a proteção deste inseto muito útil. Nesse sentido, ele lembrou um recente projeto piloto de cientistas dos Estados Unidos para o uso de abelhas em aeroportos, no lugar de cães, para a detecção de certos materiais.

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