Tecnologia

Japão paralisa um dos últimos reatores nucleares em funcionamento

Tóquio - Um dos dois últimos reatores nucleares em funcionamento no Japão foi paralisado nesta terça-feira e o segundo encerrará suas atividades em meados do mês,...

Fukushima (©afp.com)

Fukushima (©afp.com)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de setembro de 2013 às 08h58.

Tóquio - Um dos dois últimos reatores nucleares em funcionamento no Japão foi paralisado nesta terça-feira e o segundo encerrará suas atividades em meados do mês, anunciou a operadora, a empresa Kansai Electric Power (Kepco).

O processo de interrupção para a manutenção do reator 3 de Ohi (oeste), iniciado na manhã de segunda-feira, terminou e o reator fechou completamente nas primeiras horas de terça-feira, declarou um encarregado da companhia.

A paralisação destina-se a facilitar que a operadora se prepare para as inspeções obrigatórias depois de 13 meses de inspeção contínua.

O segundo reator, ainda em serviço, a unidade 4 de Ohi será fechada em 15 de setembro.

A data para a retomada das atividades não foi informada.

A Unidade 3 foi reiniciada em 1º de julho de 2012. Foi a primeira reativação real desde o acidente em Fukushima, em março de 2011, e o final de um breve período de tempo sem energia atômica.

A Unidade 4 foi reativada em parte no dia 19 de julho de 2012.

Depois de parados os reatores 3 e 4, o Japão ficará de novo totalmente privado de energia nuclear.

Todas as usinas tiveram suas atividades progressivamente suspensas por precaução após o acidente em Fukushima (nordeste), provocado pelo terremoto seguido de tsunami de 11 de março de 2011.

Este domingo, a operadora da usina nuclear acidentada de Fukushima anunciou que encontrou um vazamento de água radioativa em uma tubulação que liga dois tanques de resfriamento a um dos quatro focos radioativos principais.

A descoberta ocorreu horas depois de a empresa Tokyo Electric Power Co (TEPCO) anunciar ter detectado níveis de radioatividade de 1.800 milisieverts por hora, uma dose capaz de matar uma pessoa em quatro horas de exposição.

Esta quantidade é 18 vezes superior à registrada no mesmo local em 22 de agosto, embora a empresa tenha dito que as primeiras medições tinham sido feitas com um equipamento cuja capacidade máxima de medição era de milisieverts.

Um porta-voz da TEPCO informou que a radiação de 1.800 milisievert é, sobretudo, de raios gama, que tem uma pequena força de penetração, e que os trabalhadores podem se proteger facilmente dela com roupas adequadas.

A TEPCO leva tempos combatendo grandes quantidades de água usadas para esfriar os reatores destruídos pelo terremoto seguido de tsunami em março de 2011.

O governo prometeu que vai se envolver mais na limpeza da usina após as duras críticas que a TEPCO recebeu por sua incapacidade para controlar o problema.

A tubulação deixa escapar uma gota a cada 90 segundos, destacou a companhia.

Os trabalhadores apertaram 12 parafusos para impedir vazamentos e os reforçaram com materiais especiais e fitas de plástico.

A operadora informou ter encontrado água com radioatividade de 230 milisieverts por hora abaixo, enquanto outros dois focos perto dos tanques a radioatividade era de 70 e 220 milisieverts por hora. O quarto foco tinha 1.800.

Dois dos focos, inclusive onde a tubulação pingava, são novas descobertas, enquanto nos outros dois, a radioatividade é muito mais elevada do que em casos anteriores.

"Suspeitamos que os altos níveis de radioatividade foram detectados porque o gotejamento de água tóxica acontece nas juntas", disse o porta-voz antes de acrescentar que a empresa ainda não tinha uma explicação para isto.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEnergiaEnergia nuclearFukushimaINFOInfraestruturaJapãoMeio ambientePaíses ricos

Mais de Tecnologia

Alphabet registra lucro líquido de US$ 23,6 bilhões no segundo trimestre de 2024

Banco do Brasil se torna primeiro emissor Visa para pagamentos por aproximação nos relógios Garmin

CEO da CrowdStrike é convidado a depor no Senado dos EUA sobre falha que afetou PCs Windows

Starlink quer adicionar 7,5 mil novos satélites na rede acessada pelo Brasil

Mais na Exame