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Da Redação
Publicado em 16 de janeiro de 2011 às 13h18.
WASHINGTON (AFP) - Os serviços de inteligência dos Estados Unidos e Israel trabalharam juntos no desenvolvimento de um vírus destrutivo do sistema de informática iraniano, com o objetivo de sabotar os esforços do Teerã para fabricar armas nucleares, informou neste domingo o jornal The New York Times. O diário cita o depoimento de especialistas militares e de inteligência.
Segundo eles, Israel testou efetivimente o vírus Stuxnet, que causou, aparentemente, o fechamento de uma quinta parte das centrífugas nucleares iranianas em novembro do ano passado, além de atrasar a capacidade da República Islâmica de construir suas primeiras armas nucleares.
As provas foram realizadas no fortemente protegido complexo israelense de Dimona, no deserto de Neguev, que abriga o não declarado programa de armas nucleares do Estado hebreu.
Especialistas e funcionários disseram ao jornal que o projeto para a criação do Stuxnet foi um esforço conjunto entre Israel e Estados Unidos, com a ajuda, consciente ou não, de Alemanha e Grã-Bretanha.
"Para testar o vírus é preciso conhecer as máquinas", disse um técnico ao Times.
Especulava-se amplamente sobre se Israel estaria por trás do Stuxnet que atacou computadores iranianos; Teerã também acusou o Estado hebreu e os Estados Unidos de assassinarem dois cientistas nucleares, em novembro e janeiro.
A notícia publicada pelo The New York Times foi divulgada num momento em que o Irã afirma que seu polêmico programa de enriquecimento de urânio avança "significativamente", apesar das sanções de que é objeto.
Foi divulgada, também, dias antes da reunião de alto nível entre Teerã e seis potências mundiais (Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Rússia, China e Alemanha) sobre o programa nuclear iraniano (21 e 22 de janeiro em Istambul, Turquia).