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Irã suspende bloqueio ao WhatsApp após 2 anos de restrições

Ainda que o desbloqueio seja comemorado, muitos iranianos continuam a usar VPNs para acessar conteúdos censurados

WhatsApp e outras plataformas foram bloqueados em setembro de 2022 no país (WhatsApp/Divulgação)
EFE

Agência de Notícias

Publicado em 25 de dezembro de 2024 às 14h05.

Nesta terça-feira, o governo iraniano anunciou a suspensão do bloqueio ao aplicativo de mensagens WhatsApp, encerrando mais de dois anos de restrições.A medida foi aprovada por unanimidade pelo Conselho Supremo do Ciberespaço, em uma reunião que contou com a participação de líderes dos três poderes, ministros e outras autoridades.

“A proibição do WhatsApp e do Google Play foi removida”, afirmou a agência estatal IRNA. A decisão é vista como um marco inicial na reabertura de outras plataformas populares internacionalmente, como Telegram, Instagram e Facebook, bloqueadas no país desde 2022.

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Protestos e censura: o impacto do caso Mahsa Amini

O WhatsApp e outras plataformas foram bloqueados em setembro de 2022, durante os protestos desencadeados pela morte de Mahsa Amini, jovem detida por supostamente não usar o véu islâmico de forma adequada. As autoridades iranianas justificaram o bloqueio argumentando que “grupos de oposição e países inimigos” estariam utilizando essas redes para incitar agitação e comprometer a segurança nacional.

Apesar das restrições,79% dos iranianos continuaram acessando as plataformas bloqueadas por meio de VPNs (redes privadas virtuais), de acordo com um relatório do Grupo de Reflexão sobre Governança da Universidade Sharif, em Teerã. O estudo, divulgado em julho, descreveu a política de censura como um “fracasso”, dado o uso persistente das plataformas bloqueadas.

Promessas de abertura e o papel do novo governo

A suspensão do bloqueio ao WhatsApp reflete o compromisso assumido pelo presidente iraniano, Massoud Pezeshkian, durante sua campanha eleitoral, em julho, quando prometeu flexibilizar as restrições à internet.

“Hoje demos o primeiro passo para a remoção das restrições à internet com empatia e consenso. Esse caminho continua”, declarou o ministro das Comunicações, Sattar Hashemi, em sua conta no X (antigo Twitter).

Ainda que o desbloqueio seja comemorado, muitos iranianos continuam a usar VPNs para acessar conteúdos censurados. A decisão do governo sinaliza uma tentativa de se alinhar ao descontentamento popular, já que58% da população é contrária à censura na internet, segundo o relatório da Universidade Sharif.

Com o anúncio, cresce a expectativa de que outras plataformas bloqueadas também sejam liberadas, marcando um novo capítulo para a liberdade digital no país.

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