Tecnologia

ICANN vê privatização a curto prazo da administração da web

O chefe do grupo que supervisiona os enderenços da internet pelo mundo está confiante de que a rede seria privatizada e ficaria fora do controle dos EUA


	Internet: comentários foram feitos um ano após Washington afirmar que avalia terminar sua missão de controle técnico para o sistema de domínios da internet
 (Michael Bocchieri/AFP)

Internet: comentários foram feitos um ano após Washington afirmar que avalia terminar sua missão de controle técnico para o sistema de domínios da internet (Michael Bocchieri/AFP)

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Da Redação

Publicado em 15 de maio de 2015 às 00h01.

San Francisco - O chefe do grupo sem fins lucrativos que supervisiona os endereços da Internet em todo o mundo - ICANN - expressou confiança nesta quinta-feira de que a rede de redes seria privatizada e permaneceria fora do controle oficial dos Estados Unidos ainda este ano.

Os comentários de Fadi Chehade vêm apesar das críticas no Congresso dos Estados Unidos, onde alguns parlamentares têm resistido ao plano para acabar com o papel-chave de Washington na gestão da Corporação da Internet para Atribuição de Nomes e Números (ICANN, em inglês).

Chehade afirmou que todos os componentes necessários para um novo regime de gestão são considerados e haverá "grandes garantias de legitimação" de vários países nas próximas semanas.

"Agora, cabe à comunidade envolvê-los, colocá-los em uma bela caixa com um laço e enviá-los para Washington", disse Chehade, sobre as partes de um plano para substituir o acordo entre a ICANN e o Departamento de Comércio norte-americano.

Os comentários foram feitos um ano depois que Washington afirmou estar avaliando terminar sua missão de controle técnico para o sistema de domínios da Internet, com a condição de que siga sem o controle direto de governos ou organizações intergovernamentais, como as Nações Unidas.

O plano dos Estados Unidos visa entregar essa função ao que Chehade chama de "comunidade global de múltiplas partes interessadas". Chehade garantiu que um número crescente de países, incluindo China e Brasil, manifestaram apoio a este novo sistema.

"Quando começamos ouvimos coisas como 'a ONU ficaria responsável, ou a China pensa em fragmentar a Internet'. Todo mundo estava ameaçado e usando o modo de defesa", disse. "Agora que a China tem vindo a mesa, e o Brasil fez o mesmo, governo após governo estão mostrando seu apoio", apontou.

Chehade argumenta que 150 países apoiam a mudança de monitoramento da ICANN para longe dos Estados Unidos e fique a cargo de um representante mundial de governos, sociedade civil e grupos empresariais.

O ICANN é responsável pela atribuição de nomes de domínio da internet e códigos de números que estão por trás dos endereços online. Sem fins lucrativos e com sede na Califórnia, foi supervisionado pelo governo dos Estados Unidos desde sua criação em 1998, ao abrigo de um contrato que expira em 30 de setembro.

"Sinto que a proposta nos levará a uma organização global, independente, neutra e bem governada", afirmou Chehade.

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