IBM: empresa se uniu a associação para prever avanço de doença que afeta o cérebro (iLexx/Getty Images)
Lucas Agrela
Publicado em 27 de janeiro de 2020 às 16h51.
São Paulo – A inteligência artificial da IBM, chamada Watson, já participou de programas de TV, ajudou médicos a diagnosticar casos de câncer e a melhorar serviços de atendimento a clientes com processamento de linguagem natural. Agora, a empresa americana usa a inteligência artificial para prever o desenvolvimento de uma condição que desafia médicos desde 1872: a doença de Huntington. A doença é hereditária e provoca a degeneração progressiva de células nervosas do cérebro. Por ser crônica, pode durar a vida toda do paciente.
A IBM se associou com a Fundação CHDI, organização americana sem fins lucrativos que busca soluções para a doença de Huntington, para prever, com base em dados médicos, quando os pacientes sentirão os sintomas da doença e qual será a velocidade da evolução desse sintomas, que envolvem movimentos musculares involuntários, alucinações, delírios, depressão e paranoia.
A equipe da IBM e da fundação usaram dados de ressonâncias magnéticas de pacientes para treinar os algoritmos de inteligência artificial usados no experimento. O que se sabia até o momento era apenas que os sintomas começam a aparecer nos pacientes entre os 30 e 50 anos de idade.
A novidade não tem impacto no tratamento da doença, mas pode oferecer maior previsibilidade aos pacientes que têm a doença de Huntington. Fora isso, a técnica de inteligência artificial usada pela IBM pode ajudar cientistas a escolher melhores candidatos para testes clínicos – o que pode levar à descoberta de novos tratamentos e cura. O estudo com os dados do experimento foi publicado no periódico científico Nature.