Tecnologia

IBM avança no sonho do computador quântico

A estadunidense IBM anuncia 14º computador com base quântica, que possui 53 unidades de bit e é o mais potente até então

Computação quântica: IBM lança dispositivo quântico com 53 qubits (Getty Images/Reprodução)

Computação quântica: IBM lança dispositivo quântico com 53 qubits (Getty Images/Reprodução)

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Maria Eduarda Cury

Publicado em 18 de setembro de 2019 às 19h04.

São Paulo - A IBM, gigante americana de tecnologia e informática, anunciou nesta semana o seu 14º computador quântico - ou seja, um computador que é capaz de realizar cálculos quânticos. O novo dispositivo possui 53 unidades de bit quântico, ou qubit, que possuem a função de processamento de informações. Sendo assim, o novo modelo é o de maior performance entre os já apresentados pela companhia.

Diferentemente do bit comum, que se comporta como 0 ou 1, o qubit pode atuar como 0 e 1 ao mesmo tempo, ampliando exponencialmente a capacidade. A cada novo qubit, um computador quântico pode dobrar sua capacidade.

O sistema da nova máquina apresenta-se como um grande avanço se comparado com o último modelo desenvolvido pela empresa, que possuía 20 qubits, denominado IBM Q. Ainda que esses avanços e modernizações estejam acontecendo agora, o campo da computação quântica ainda está em nível experimental, de forma que os físicos e estudiosos ainda estão tentando introduzi-la para computadores modernos. As máquinas utilizadas até o momento são grandes e espaçosas, diferentemente dos notebooks, que estão cada vez mais compactos.

Além disso, os computadores neste formato não podem ser aquecidos, e nem possuem um sistema de esfriamento próprio - é preciso mantê-los refrigerados para evitar que eles sejam danificados. Se os responsáveis pelas máquinas do futuro continuarem a aprimorar a tecnologia, os computadores serão úteis em resoluções de problemas computacionais complexos até para as máquinas atuais. Por exemplo, um computador ou notebook da geração atual não consegue, por si só, otimizar o desempenho de investimentos financeiros, ou realizar simulações de moléculas científicas.

Em entrevista a EXAME, Ulisses Mello, diretor do laboratório de pesquisas da IBM no Brasil, comentou que um dos problemas que a computação quântica é capaz de compreender é a estrutura das moléculas, como a da cafeína. "Algumas que já identificamos são a química molecular e o machine learning (aprendizado de máquina). Usamos a computação quântica para melhorar os algoritmos de classificação de dados", disse Mello. O diretor ainda disse acreditar que computadores neste formato começarão a ser utilizados de maneira comercial em um período de 3 até 5 anos.

No começo deste ano, a IBM anunciou o dispositivo Q System One, o primeiro computador quântico que serviria para uso comercial. Dario Gil, diretor de pesquisa da IBM, disse em entrevista para o site americano especializado em tecnologia Cnet que, com o novo modelo, o usuário poderá realizar suas próprias criações. "O novo sistema quântico é importante porque oferece uma estrutura maior e oferece aos usuários a capacidade de executar experimentos de emaranhamento e conectividade ainda mais complexos", comentou Gil.

Outras companhias do ramo, como Google, Microsoft e Intel, também estão desenvolvendo seus próprios dispositivos com base quântica. O modelo recentemente anunciado pela companhia, diferentemente dos outros da IBM, ainda não foi testado pelos funcionários ou especialistas.

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