Homem está no mesmo nível da anchova na cadeia alimentar
Tradicionalmente considerado o último elo da cadeia alimentar, o ser humano, segundo equipe de pesquisadores, se situa, na verdade, no mesmo nível da anchova
Da Redação
Publicado em 9 de janeiro de 2014 às 18h23.
Paris - O Homem é tradicionalmente considerado o último elo da cadeia alimentar. "Isto é falso", assegura uma equipe francesa de pesquisadores, para quem o Homem na verdade se situa no mesmo nível da anchova, bem longe do posto de um predador de topo de cadeia como o urso polar.
Para chegar a essa conclusão um tanto embaraçosa, a equipe do Ifremer/Instituto de Pesquisas para o Desenvolvimento/Agrocampus-Oeste, calculou pela primeira vez o "nível trófico" do Homem. É esse indício que determina a posição de uma espécie na cadeia alimentar.
"É verdade que não há ninguém acima do Homem", ou seja, ninguém para devorá-lo, admitiu em declarações à AFP Sylvain Bonhommeau, principal autora do estudo publicado esta semana nos Anais da Academia Americana de Ciências (PNAS). Mas ele não é o superpredador que costumamos apresentar, ao menos em termos de alimentação .
O nível trófico de uma espécie se dá em função de sua dieta alimentar. Os vegetais, que são os primeiros produtores de material orgânico, pertencem ao primeiro nível trófico. Os herbívoros ocupam o segundo nível. Os carnívoros, predadores que se alimentam dos herbívoros, ocupam os níveis superiores. O nível trófico representa, portanto, "o número de intermediários entre os produtores primários e seus predadores", explicaram o Ifremer e o IRD em um comunicado.
Utilizando dados da FAO sobre o consumo humano no período 1961-2009, os cientistas definiram um nível trófico 2.2 para o Homem, em um nível próximo ao de uma anchova ou de um porco. Os predadores superiores, como o urso polar e a orca, podem alcançar um nível trófico 5.5.
Os cientistas também analisaram as diferenças de nível trófico humano por zonas geográficas. O Burundi foi o país com o menor índice: com um índice de 2.04. O regime alimentar dos burundineses "deve ser composto quase 97% por plantas", estimaram os pesquisadores. A Islândia, ao contrário, ficou no nível mais elevado (2.54), que corresponde a um regime alimentar majoritariamente carnívoro (de mais de 50%), devido a uma dieta rica em peixes.
Mesmo que o Homem não seja, ao contrário da ideia comumente aceita, um predador superior, os cientistas constataram, entretanto, um aumento de 3% no nível trófico humano no curso de cinquenta anos. "Este aumento mostra que a alimentação do homem tem um impacto mais importante sobre seu ecossistema", argumentaram os cientistas.
Sylvain Bonhommeau destacou, por outro lado, que "o impacto do Homem sobre o ecossistema é bem maior do que o da sua alimentação".
Paris - O Homem é tradicionalmente considerado o último elo da cadeia alimentar. "Isto é falso", assegura uma equipe francesa de pesquisadores, para quem o Homem na verdade se situa no mesmo nível da anchova, bem longe do posto de um predador de topo de cadeia como o urso polar.
Para chegar a essa conclusão um tanto embaraçosa, a equipe do Ifremer/Instituto de Pesquisas para o Desenvolvimento/Agrocampus-Oeste, calculou pela primeira vez o "nível trófico" do Homem. É esse indício que determina a posição de uma espécie na cadeia alimentar.
"É verdade que não há ninguém acima do Homem", ou seja, ninguém para devorá-lo, admitiu em declarações à AFP Sylvain Bonhommeau, principal autora do estudo publicado esta semana nos Anais da Academia Americana de Ciências (PNAS). Mas ele não é o superpredador que costumamos apresentar, ao menos em termos de alimentação .
O nível trófico de uma espécie se dá em função de sua dieta alimentar. Os vegetais, que são os primeiros produtores de material orgânico, pertencem ao primeiro nível trófico. Os herbívoros ocupam o segundo nível. Os carnívoros, predadores que se alimentam dos herbívoros, ocupam os níveis superiores. O nível trófico representa, portanto, "o número de intermediários entre os produtores primários e seus predadores", explicaram o Ifremer e o IRD em um comunicado.
Utilizando dados da FAO sobre o consumo humano no período 1961-2009, os cientistas definiram um nível trófico 2.2 para o Homem, em um nível próximo ao de uma anchova ou de um porco. Os predadores superiores, como o urso polar e a orca, podem alcançar um nível trófico 5.5.
Os cientistas também analisaram as diferenças de nível trófico humano por zonas geográficas. O Burundi foi o país com o menor índice: com um índice de 2.04. O regime alimentar dos burundineses "deve ser composto quase 97% por plantas", estimaram os pesquisadores. A Islândia, ao contrário, ficou no nível mais elevado (2.54), que corresponde a um regime alimentar majoritariamente carnívoro (de mais de 50%), devido a uma dieta rica em peixes.
Mesmo que o Homem não seja, ao contrário da ideia comumente aceita, um predador superior, os cientistas constataram, entretanto, um aumento de 3% no nível trófico humano no curso de cinquenta anos. "Este aumento mostra que a alimentação do homem tem um impacto mais importante sobre seu ecossistema", argumentaram os cientistas.
Sylvain Bonhommeau destacou, por outro lado, que "o impacto do Homem sobre o ecossistema é bem maior do que o da sua alimentação".