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Hackers atacam sites voltados à Copa no Brasil

Ataques tiveram como vítimas páginas da patrocinadora Hyundai, de governo estadual e da agência de inteligência do país


	Homem trabalha na decoração de rua para a Copa do Mundo
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Homem trabalha na decoração de rua para a Copa do Mundo (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 11 de junho de 2014 às 16h20.

São Paulo - Hackers estão reclamando autoria por uma série de ataques contra sites brasileiros voltados à Copa do Mundo de futebol, incluindo páginas da patrocinadora Hyundai, de governo estadual e da agência de inteligência do país.

"Tivemos dias agitados nos últimos dias e há mais por vir", disse nesta quarta-feira um hacker chamado Che Commodore e que afirma ser membro do coletivo de hackers Anonymous.

"Companhias e instituições que trabalham com um governo que nega direitos básicos a seu povo para promover um evento esportivo privado, exclusivo e corrupto serão alvos", disse ele, recusando informar sua real identidade.

Hackers têm usado o ataque DDoS, sigla em inglês para Negação Distribuída de Serviço, contra alguns sites governamentais, patrocinador e companhias parceiras da organização da Copa do Mundo, afirmou ele. Ataques que alteram a aparência de sites, conhecidos como "defacements" também foram promovidos.

Um ataque DDoS ocorre quando um site é tirado do ar ao ser inundado por múltiplas requisições de dados.

O site do governo do Mato Grosso, onde Chile e Austrália jogam na sexta-feira, foi atacado na tarde de domingo, afirmou uma representante do governo.

No mês passado, hackers invadiram o serviço de email do Ministério de Relações Exteriores e acessaram dezenas de documentos confidenciais que incluíram uma lista de dignatários estrangeiros que planejam assistir às partidas da Copa.

Um porta-voz do Ministério da Defesa afirmou que afirmou que um "aumento na atividade de hackers" foi detectado, mas nenhum ataque a sites do governo federal foram reportados até agora.

Uma rede de hackers publicou nesta semana uma lista de 27 sites que afirma terem sido atacados.

Um representante da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) afirmou que o site do órgão saiu do ar momentaneamente no sábado para manutenção e negou que o acesso à página tenha sido cortado como resultado de um ataque. "Totalmente falso", disse ele.

A montadora sul-coreana de veículos Hyundai, cujo site aparece na lista de alvos, também negou que foi atingida por um ataque contra seu site.

Especialistas em segurança da computação alertaram nesta semana para fraqueza da defesa digital do Brasil. William Beer, analista de segurança eletrônica da Alvarez & Marsal, afirmou que agora é muito tarde para melhorá-la.

"Apesar das pessoas começarem a perceber que há problemas, vários sites provavelmente já estão sendo atacados e estão infectados", disse ele à Reuters. "Agora não é questão de se, mas de quando eles serão derrubados."

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