O iba já conta com 6 mil livros de 170 editoras, além de 17 jornais e 25 revistas da editora Abril (Reprodução)
Maurício Grego
Publicado em 5 de março de 2012 às 09h54.
São Paulo — O grupo Abril, ao qual pertence EXAME.com, inaugura, nesta terça-feira, o iba, serviço de distribuição de publicações digitais para iPad e outros dispositivos. A loja online do iba já oferece 6 mil livros de 170 editoras, além de 17 jornais e 25 revistas da editora Abril. É um dos maiores acervos de publicações digitais no país e vende tanto exemplares avulsos como assinaturas de periódicos.
A loja funciona em caráter experimental desde o ano passado. Nesta terça-feira, ela começa a ser divulgada ao público com uma promoção de inauguração. Durante um mês, o site vai oferecer 5 revistas, 10 livros e um jornal por dia gratuitamente a quem se inscrever nele.
Todas as publicações podem ser lidas por meio de um aplicativo disponível, por enquanto, para iPad e PC. É possível começar a leitura num dispositivo e continuar em outro. “Em abril, teremos também uma versão para Android. E estamos trabalhando num aplicativo para Mac e em outro para a web, em HTML 5”, diz Ricardo Garrido, diretor de operações do iba.
Como uma loja física
O iba é uma empresa independente formada com capital da Abril Mídia, do Grupo Abril. Vai competir com a loja de jornais e revistas da Apple e com livrarias online como a Amazon, que deve abrir sua loja brasileira no segundo semestre, e a Saraiva, por exemplo. A loja do iba está dividida em três áreas distintas – livros, revistas e jornais.
O site tem uma área para livros recém-lançados e também a lista dos mais vendidos da revista Veja. O pagamento é feito pelos meios habituais no comércio eletrônico, como o cartão de crédito, e o site se encarrega da cobrança. “Procuramos reproduzir, na loja virtual, o funcionamento de uma livraria do mundo físico”, diz Garrido.
O serviço é uma resposta a um dilema que as editoras vivem desde que o iPad foi anunciado, no início de 2010. Essas empresas viram, no tablet, uma oportunidade para levar publicações digitais ao leitor. Mas a distribuição por meio da App Store e da loja iTunes é desinteressante para muitas delas – especialmente no caso das assinaturas.
A Apple cobra uma comissão de 30% sobre o preço de venda e não compartilha os dados dos assinantes com as editoras. Assim, elas perdem a chance de conhecer o leitor e enviar novas ofertas a ele. Além disso, um aplicativo para iPad não atende a outras plataformas, como PCs e tablets com Android.
Algumas empresas, como o jornal Financial Times, criaram aplicativos na web – usando a tecnologia HTML5 – para vender suas publicações fora da App Store. É uma opção para quem tem uma marca muito conhecida. Mas uma editora que optar por um aplicativo próprio fora da App Store corre o risco de não ser encontrada pelos leitores. Por isso, para essas empresas, pode ser mais interessante estar numa loja que atraia a atenção das pessoas.
Essa é a proposta do iba. As editoras podem usar seus próprios canais de vendas para promover os produtos e, ao mesmo tempo, estar presentes nas prateleiras virtuais da loja. Dados de assinantes serão compartilhados com essas empresas e a comissão cobrada pela loja vai depender do volume de vendas.
Múltiplos formatos
Um desafio encontrado pela equipe do iba foi tornar seus aplicativos compatíveis com as múltiplas tecnologias usadas em livros, revistas e jornais eletrônicos no Brasil. Foram incorporados formatos como PDF, ePUB, WoodWing e Digital Pages. Assim, cada editora pode manter suas publicações no padrão que preferir. “É a solução mais flexível no mercado. Ainda assim, é provável que tenhamos de acrescentar mais formatos no futuro”, diz Garrido.