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Grã-Bretanha estuda interromper redes sociais após distúrbios

Governo confirmou que pode bloquear o uso do Blackberry Messenger e do Twitter para tentar conter a violência

Jovens colocam fogo em barricada que eles construíram durante onda de violência em Hackney, Londres

Jovens colocam fogo em barricada que eles construíram durante onda de violência em Hackney, Londres

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Da Redação

Publicado em 11 de agosto de 2011 às 15h36.

LOndres - O governo britânico está estudando interromper os serviços de redes sociais online, como o Blackberry Messenger e o Twitter, durante o período de agitação nas ruas, disse nesta quinta-feira o primeiro-ministro David Cameron.

Esse tipo de iniciativa, quando adotada por outros países, foi amplamente tachada de repressiva e condenada.

Em janeiro, autoridades egípcias interromperam os serviços de Internet e telefonia móvel durante as manifestações em massa contra o então presidente Hosni Mubarak. A China costuma ser rápida no bloqueio de comunicações online que considere subversivas.

A polícia e políticos britânicos dizem que redes sociais da Internet, em especial o popular Blackberry Messenger (BBM), da Research in Motion, foram usadas por desordeiros e saqueadores para coordenarem seus atos durante os quatro dias de distúrbios na Inglaterra nesta semana.

"Estamos trabalhando com a polícia, os serviços de inteligência e a indústria para ver se seria correto interromper a comunicação das pessoas via websites e serviços quando soubermos que eles estão conspirando para a violência, desordem e criminalidade", disse Cameron ao Parlamento, durante uma sessão de emergência marcada por causa dos distúrbios no país.

Boa parte dos desordeiros preferiu o BBM ao Twitter e outras mídias sociais porque suas mensagens são criptografadas e privadas.

A Research in Motion informou na segunda feira que está cooperando com todas as autoridades de órgãos regulatórios, da Justiça e das telecomunicações, mas não quis informar se iria entregar detalhes de usuários ou de conversas para a polícia.

Os serviços criptografados da RIM vêm sendo acusados de ter auxiliado ataques de militantes na índia e de permitir na Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos conversas de homens e mulheres sem parentesco -- o que é vetado pelas normas religiosas desses países.

Em agosto de 2010, uma fonte que acompanhou as conversações entre a RIM e autoridades sauditas disse que a empresa havia concordado em entregar informações que permitiriam monitorar o BBM.

A mídia social online também foi amplamente usada pelo público britânicos nos últimos dias para troca de informações para ajudar a evitar locais de distúrbios e coordenar a limpeza das ruas depois das desordens.

O BBM tem mais de 45 milhões de usuários ativos, 70 por cento dos quais o usam diariamente, enviando todo mês bilhões de mensagens, fotos e outros arquivos.

Um ex-funcionário do alto escalão da agência de comunicação de inteligência britânica GCHQ, John Bassett, disse que as autoridades deveriam evitar agir com mão de ferro, reprimindo a mídia social e, em vez disso, buscar a ajuda da população contra os agitadores. Basset está atualmente no Royal United Services Institute.

"Uma abordagem muito melhor seria a de encorajar e apoiar pessoas e comunidades a identificar ações alarmantes na mídia social e mesmo se pronunciarem na Internet contra extremistas e criminosos, como também assegurar que a polícia tenha a capacidade a apoio técnico para obter dados de inteligência prévios e operacionais da mídia social, quando necessário."

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